segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

 A pergunta: "Qual a história que você conta da sua história de vida?" questiona, na verdade, a sua narrativa pessoal e a estrutura de significado que você atribui aos eventos que viveu.

Nossa identidade é essencialmente a história que contamos sobre quem somos, de onde viemos e para onde estamos indo.
Como você interpreta e o que você aprendeu com o que aconteceu (o significado). O foco é no agente (você) que escolhe a lente para olhar o passado. A história que você conta revela sua visão de mundo, seus valores e onde você coloca a responsabilidade pelos seus resultados.

Você está contando uma história de:
.Vítima ou protagonista?
.Culpa ou aprendizado?
.Estagnação ou crescimento?

Seu objetivo ao responder a essa pergunta é entender se a narrativa que você usa está te capacitando ou te limitando.

sábado, 13 de dezembro de 2025

 

Relação entre as emoções e o coração

A relação entre as emoções e o coração é profunda e bidirecional, sendo um tema amplamente estudado pela neurociência e cardiologia. O coração não é apenas uma bomba física; ele é altamente sensível aos sinais do cérebro, especialmente aqueles que refletem nossos estados emocionais.

Essa conexão ocorre principalmente através do Sistema Nervoso Autônomo e da liberação de hormônios do estresse.

 

O Efeito das Emoções Negativas (Risco Cardiovascular)

Quando as emoções negativas se tornam crônicas (como estresse, ansiedade ou depressão prolongada), o coração é constantemente sobrecarregado, o que aumenta o risco de doenças:

  • Hipertensão: A ativação simpática contínua leva ao aumento da pressão arterial, um fator de risco primário para doenças cardiovasculares.
  • Inflamação: O estresse crônico libera hormônios que promovem a inflamação, contribuindo para o desenvolvimento de aterosclerose (acúmulo de placas nas artérias).
  • Eventos Agudos: Emoções intensas e súbitas (como raiva extrema ou choque) podem atuar como gatilhos para infartos e arritmias, mesmo em pessoas sem histórico, devido à sobrecarga hormonal súbita.
  • Síndrome do Coração Partido: É uma condição física real, onde um estresse emocional intenso (como a perda de um ente querido) causa uma disfunção temporária na forma do músculo cardíaco, simulando um ataque cardíaco.

 

O Efeito das Emoções Positivas (Proteção)

Por outro lado, emoções como alegria, amor, gratidão e bem-estar estão ligadas à atividade do sistema parassimpático e à liberação de hormônios como a Oxitocina (o "hormônio do amor").

 

-Benefícios: A oxitocina tem sido associada à diminuição da pressão arterial, à redução da inflamação e a um efeito calmante geral, promovendo a saúde e a longevidade do coração.

-Comportamento: Pessoas com maior bem-estar emocional tendem a ter hábitos mais saudáveis (dormir melhor, se exercitar, ter melhor alimentação), o que indiretamente protege o sistema cardiovascular.

 


 A neuroplasticidade

Também conhecida como plasticidade neural ou plasticidade cerebral, é a incrível capacidade do seu sistema nervoso (incluindo o cérebro) de mudar e se adaptar ao longo da vida. Isso significa que ele pode se reorganizar, formar novas conexões e até mesmo gerar novos neurônios em resposta a experiências, aprendizado, lesões e até mesmo ao envelhecimento.
Como a neuroplasticidade funciona?
Imagine seu cérebro como uma rede de estradas. A neuroplasticidade permite que essa rede se modifique de várias formas:
-Fortalecimento ou enfraquecimento de sinapses: As sinapses são as "pontes" de comunicação entre os neurônios. Quando você aprende algo novo ou repete uma atividade, as sinapses envolvidas nessa ação se fortalecem, tornando a comunicação mais eficiente. Por outro lado, sinapses pouco usadas podem se enfraquecer.
-Criação de novas conexões: O cérebro pode criar novas vias neurais para se adaptar a novas informações ou habilidades. É como construir uma nova estrada para facilitar o tráfego.
-Reorganização de funções: Em caso de lesões (como um AVC), o cérebro pode "redirecionar" funções de uma área danificada para outras áreas não danificadas, permitindo a recuperação de habilidades.
-Geração de novos neurônios (neurogênese): Embora em menor escala no adulto do que na infância, o cérebro ainda é capaz de gerar novos neurônios, principalmente em áreas relacionadas à memória e ao aprendizado, como o hipocampo.
Por que a neuroplasticidade é importante?
Essa capacidade de adaptação é fundamental para:
-Aprendizado e memória: É a base para adquirir novos conhecimentos e habilidades, desde aprender um novo idioma até tocar um instrumento.
-Recuperação de lesões: Ajuda na reabilitação de pessoas que sofreram danos cerebrais, permitindo que recuperem funções perdidas.
-Adaptação a novas situações: Permite que você se ajuste a mudanças no ambiente e continue a funcionar de forma eficaz.
-Desenvolvimento ao longo da vida: Desde a infância, onde é mais intensa, até a velhice, a neuroplasticidade continua atuando para manter a função cerebral ideal.
A neuroplasticidade é o que torna seu cérebro tão dinâmico e capaz de aprender e se adaptar continuamente. É um processo fascinante que destaca a incrível flexibilidade do nosso sistema nervoso.




domingo, 19 de outubro de 2025

 A imagem serve como um alerta contundente para empresas, líderes e colaboradores sobre a importância de criar ambientes de trabalho saudáveis e de reconhecer os danos profundos que o assédio e o estresse podem causar. É uma chamada à ação para uma cultura organizacional mais humana e empática.




 O ASSÉDIO PODE GERAR TRAUMAS?


Sim, o assédio pode gerar traumas. Seja ele moral ou sexual, é uma forma de violência psicológica que pode levar a um estresse crônico e intenso, com profundos impactos no funcionamento mental e físico da vítima.O trauma do assédio é muitas vezes descrito como uma ferida psicológica que, se não tratada, pode deixar efeitos duradouros. É fundamental que as vítimas busquem apoio psicológico, médico e, se for o caso, orientação legal.
O trauma psicológico afeta o cérebro de formas complexas, alterando a estrutura, a função e a conectividade de áreas chave envolvidas na emoção, memória e tomada de decisão.
Quando uma pessoa passa por um evento traumático (como o assédio), o cérebro ativa o seu sistema de "luta, fuga ou congelamento", e essa experiência intensa pode deixar "marcas" duradouras, especialmente se o trauma for repetitivo.

Entre as consequências do assédio estão:
.Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
.Depressão e Ansiedade
.Danos à Saúde Mental: Perda de autoestima e autoconfiança, insegurança, sentimentos de vergonha, e em casos mais graves, pensamentos suicidas.
.Sintomas Físicos (psicossomáticos): Dores de cabeça, insônia, problemas gastrointestinais, palpitações, dores no corpo e até mesmo a Síndrome de Burnout ou fibromialgia.

As principais alterações cerebrais observadas em vítimas de trauma (TEPT) envolvem o Circuito do Medo e da Memória:
1. Amígdala (O Alarme do Medo)
.O que faz: É a central de processamento das emoções, especialmente o medo e ansiedade.
.Efeito do Trauma: Torna-se hiperativa e aumentada em volume/atividade. O "alarme" do cérebro dispara com mais frequência e intensidade, mesmo em situações que não são realmente perigosas, levando à hipervigilância (a pessoa está sempre em estado de alerta), ataques de pânico e medo exagerado.
2. Hipocampo (A Central da Memória)
.O que faz: É crucial para a formação e recuperação de memórias contextuais (lembrar quando e onde algo aconteceu) e para regular a resposta ao estresse.
.Efeito do Trauma: A memória do evento traumático não é armazenada corretamente como uma lembrança do passado, mas sim como uma ameaça contínua no presente. Isso explica os flashbacks (revivência do trauma como se estivesse acontecendo de novo),dificuldades de memória e concentração.
3. Córtex Pré-Frontal
.O que faz: É responsável pelas funções executivas (raciocínio lógico, o controle dos impulsos, a regulação emocional e tomada de decisões).
.Efeito do Trauma: Tende a ter menor atividade (hipoativação). Quando o alarme da amígdala dispara, o córtex pré-frontal não consegue intervir e acalmar a situação. Isso dificulta o controle das emoções, resulta em reações impulsivas e prejudica a capacidade de pensar com clareza ou de "sair" do estado de medo.
4. Desregulação Hormonal (Eixo HPA)
O trauma prolongado leva a uma disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), que controla a resposta ao estresse,podendo alterar o cortisol (hormônio do estresse).



terça-feira, 16 de setembro de 2025

 IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO NA OUVIDORIA


O acolhimento é um pilar fundamental da ouvidoria, indo muito além de um simples registro de manifestação. Ele é a porta de entrada para uma experiência positiva, mesmo que a pessoa esteja em uma situação de vulnerabilidade, descontentamento ou ansiedade.

A importância do acolhimento na ouvidoria pode ser resumida em alguns pontos chave:

-Humanização do Atendimento: O acolhimento transforma a relação entre a instituição e o cidadão de algo burocrático para algo humano. Ele reconhece a pessoa por trás da manifestação, com suas emoções e sua história, e a trata com respeito e empatia. Isso é especialmente crucial em ambientes como hospitais ou serviços públicos, onde as pessoas podem estar em situações de vulnerabilidade.
-Fortalecimento da Confiança: Quando a ouvidoria acolhe, ela mostra que se importa com o que o cidadão tem a dizer. A escuta ativa, sem interrupções e com genuíno interesse, estabelece um laço de confiança. Esse sentimento de que a manifestação será levada a sério e não será ignorada é essencial para que o cidadão se sinta seguro em expor seu problema.
-Melhora na Qualidade da Informação: Um bom acolhimento incentiva o cidadão a se expressar de forma mais completa. Ouvir para entender, e não apenas para responder, permite que o ouvidor compreenda a totalidade da demanda, interpretando o que a pessoa realmente precisa, mesmo que ela não saiba como expressar isso de forma clara. Isso resulta em informações mais precisas e facilita a busca por uma solução adequada.
-Aprimoramento dos Serviços: As manifestações que chegam à ouvidoria são uma rica fonte de informação para a melhoria contínua dos serviços. No entanto, sem um acolhimento adequado, muitas pessoas podem desistir de reclamar, elogiar ou dar sugestões. Um atendimento acolhedor encoraja a participação social e, consequentemente, subsidia a gestão com dados valiosos para a tomada de decisões e a formulação de políticas públicas mais eficazes.
-Eficácia na Resolução de Conflitos: Muitas vezes, a pessoa que procura a ouvidoria está nervosa ou frustrada. O acolhimento tem o poder de acalmar os ânimos, mostrando que há um canal para a resolução do problema. Isso torna o processo de encaminhamento da demanda mais tranquilo e colabora para a busca de uma solução, em vez de se tornar mais um conflito.

Em essência, o acolhimento na ouvidoria não é um diferencial, mas uma necessidade. Ele é a ferramenta que transforma o canal de comunicação em um verdadeiro espaço de cidadania, onde a voz do indivíduo é ouvida, valorizada e usada para construir serviços e relações melhores.