terça-feira, 31 de março de 2020





DADOS MUNDIAIS DA SITUAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA


SAÚDE:

O que é uma pandemia?
Pandemia é uma designação usada para referir-se a uma doença que se espalhou por várias partes do mundo de maneira simultânea, havendo uma transmissão sustentada dela. Isso quer dizer que, em vários países e continentes, essa mesma doença está afetando a população, a qual está infectando-se por meio de outras pessoas que vivem na mesma região.
É importante deixar claro que o termo pandemia não diz respeito à gravidade de uma doença, sendo o fator geográfico determinante para essa classificação.

Pandemia e epidemia são sinônimos?
Epidemia e pandemia são dois termos diferentes que não devem ser utilizados como sinônimos. Quando falamos em epidemia, referimo-nos ao aumento de casos de uma doença em uma região que excede o número esperado para aquele período do ano. As epidemias podem atingir municípios, estados e até mesmo todo um país. No caso da pandemia, observa-se a distribuição da doença por diferentes países.

Peste bubônica - 1331-1353 - 75-200 milhões (30-60% população)
Epidemia Cocoliztli - 1545-1580 - 7-17 milhões
Grande peste - 1738-1740 - 50 milhões
Pandemia cólera asiático - 1817-1837 - 100.000 
Pandemia gripe - 1889-1890 - 1 milhão
Tuberculose - 1850 - 1950 - 1 bilhão 
Varíola - 1896 - 1980 - 300 milhões
Gripe espanhola - 1918-1920 - 100 milhões
Tifo - 1918 - 1922 - 3 milhões
Gripe asiática - 1957-1958 - 2 milhões
Gripe de Hong Kong - 1968-1969 - 1 milhão
Pandemia HIV/AIDS - 1960 - presente - 22 milhões
Malária - desde 1980 - 3 milhões de mortos por ano
Surto SARS - 2002 - 2004 - <1.000
Pandemia gripe 2009 - 203 milhões
Surto cólera Haiti - 2010-presente - 10 milhões
Surto sarampo Congo  - 2011-presente - 6 milhões
Ebola África Ocidental - 2013-2016 - > 11.000
Gripe suína indiana - 2015 - 2 milhões
Coronavírus Wuhan - 2019 - presente - a calcular

Nos últimos 1.500 anos mais de 3 bilhões de pessoas no mundo morreram em decorrência de doenças provocadas por novos vírus e bactérias. 


FOME:

O relatório anual de várias organizações da ONU publicado  alerta que cerca de 821,6 milhões de pessoas passaram fome em 2018 em todo o mundo, um aumento de 10,6 milhões em relação ao registrado no ano anterior, o que representa o terceiro aumento consecutivo.
Depois de décadas de declínio, a desnutrição vem aumentando desde 2015. Contra um dos objetivos de desenvolvimento sustentável de 2030, a perspectiva de um mundo sem pessoas subnutridas neste período é um “imenso desafio”, diz o relatório.
Intitulado “O estado da segurança alimentar e nutricional no mundo”, o relatório pede ação: “Para garantir a segurança alimentar e nutricional, é fundamental ter políticas econômicas e sociais para neutralizar os efeitos de ciclos econômicos adversos quando eles chegam, evitando a redução de serviços essenciais como assistência médica, saúde e educação”, diz o texto.

821,6 milhões com fome no mundo (2018);
  . 513,9 milhões na Ásia;
  . 256,1 milhões na África;
   .  42,5 milhões na América Latina e Caribe;
8.500 crianças morrem diariamente no mundo por desnutrição;
1 pessoas morrem por desnutrição no Brasil;
- a cada 40 s morre no mundo 1 pessoa;
- População Mundial atual - 7.774.404
5 crianças morrem no mundo a cada minuto.

Estimativas da ONU indicam que das cento e oito milhões de pessoas que convivem diariamente com ela no mundo, pelo menos nove milhões estão no Brasil. Dentre elas, cerca de sete milhões não têm sequer perspectiva de quando será sua próxima refeição, ao passo as demais estão em lares em que para que alguns comam, outros deixarão de comer.
Aquilo que é desperdiçado diariamente seria suficiente para alimentar não apenas essas pessoas, mas também aqueles que têm pouco acesso à comida e estão em estado de subnutrição. A FAO, órgão das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, estima que um terço de todos os alimentos produzidos no mundo sejam jogados fora, ainda em boas condições para consumo, montante suficiente para alimentar pelo menos 800 milhões de pessoas. 

Em seu estudo mais recente sobre a fome no mundo, publicado em 2018, as Nações Unidas indicaram que cerca de 5,2 milhões de brasileiros estavam em estado de subnutrição, no período de 2015 a 2017, por volta de 2,5% da população.


Desde 2014 o Brasil não está mais no Mapa da Fome feito pela FAO, a agência das Nações Unidas da área. Isso não significa que não haja pessoas passando fome, e sim que menos de 5% da população do país ingere uma quantidade diária de calorias inferior ao recomendado

Existem diferentes estados de insuficiência alimentar categorizados cientificamente. Todos eles afetam tanto o desenvolvimento das pessoas atingidas como a sociedade e a economia do país. Abaixo está a classificação feita pela FAO, órgão das Nações Unidas que trata da alimentação.

As classificações da FOME:

INSEGURANÇA ALIMENTAR

Situação de quem não tem garantia de acesso a quantidades suficientes de comida saudável e nutritiva para seu desenvolvimento normal. É causada pela inexistência de comida à disposição, falta de poder aquisitivo para a compra de alimentos ou uso inadequado da comida em casa. Pode ser crônica, temporária ou transitória.


DESNUTRIÇÃO

Condição de absorção deficiente de nutrientes causada por repetidas doenças infecciosas.


SUBNUTRIÇÃO

Estado de incapacidade de obter comida suficiente para atingir os níveis mínimos de energia necessários para uma vida saudável e ativa.


FOME

Sensação física desconfortável ou dolorosa, causada por consumo insuficiente de calorias. O termo é sinônimo de subnutrição crônica, ou seja, quando o estado de subnutrição é contínuo e dura mais de um ano.


PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO MUNDO SEGUNDO OMS:

1º Cardiopatia Isquêmica
2º Acidente vascular cerebral
3º Doença pulmonar - 3 milhões
4º Infecções das vias respiratórias - 3 milhões
5º Alzeimer e outras demências
6º Câncer de pulmão - 1,7 milhão
7º Diabetes - 1,6 milhão
8º Acidentes de trânsito
9º Doenças diarreicas
10º Tuberculose


ÁGUA POTÁVEL



Água potável é a água de qualidade suficiente para consumo humano, tanto para se beber como para preparar alimentos. Globalmente, em 2012, 89% das pessoas tinham acesso a água adequada para beber.[1] Quase 4 bilhões de pessoas não têm acesso a água encanada, enquanto outras 2,3 bilhões têm acesso a poços d'água ou torneiras públicas. 

A importância da água para a vida, em especial para a dinâmica da vida humana em assentamentos e comunidades, é tão grande que no mês de julho do ano de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas, por meio da Resolução 64/292, reconheceu que “o direito à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial para o pleno desfrute da vida e de todos os direitos humanos”[7]. Posteriormente, em ampliação dos debates no mês de dezembro do ano de 2015, a mesma Assembleia Geral das Nações Unidas edita a Resolução 70/169, a qual distingui os direitos humanos à água potável e ao saneamento, tornando-os independentes, mas não descorrelacionados, ao contrário, complementares. A mesma Resolução afirma-os, ainda, como “componentes do direito a um nível de vida adequado”[8] , em uma consagração de seu reconhecimento como direitos humanos.
Não obstante, a água potável não é um direito fundamental, isto é, não está elencada na Constituição Federal de 1988 como tal. Apesar disso, é dever do Município e, em alguns casos, também do Estado, garantir o acesso à água potável por meio da prestação de serviço público de seu abastecimento regular. O que não dispensa o Estado brasileiro de garanti-lo por meio da prestação do serviço público de abastecimento de água potável. Por este motivo é que a deficiência na prestação do serviço de abastecimento de água potável pode configurar uma violação dos direitos humanos pelo Estado.
Nesse sentido, no mês de março do ano de 2018 é que foi que um grupo de entidades formado por um think tank, uma Oscip e duas ONGs submeteram ao Setor de Petições do Escritório do Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU, uma Comunicação no âmbito das Resoluções mencionadas acima pela histórica e sistemática  violação ao direito  humano de acesso à água potável e aos serviços de esgotamento sanitário por parte do Estado brasileiro.
O Brasil, a Rússia, a China e o Canadá, são os países que basicamente têm as maiores reservas de água do mundo.
A África e o Oriente, especialmente não dispõem de recursos hídricos para abastecer sua população com o mínimo necessário, que varia de 20 a 50 litros diários por pessoa.
No Brasil, que abriga 12% de toda a água superficial do planeta, há um desequilíbrio em sua distribuição, onde 70% da disponibilidade hídrica está na Bacia Amazônica. O Sudeste densamente povoado, guarda apenas 6% das reservas.
A água de poços e fontes vem sendo utilizada intensamente como abastecimento humano, segundo o IBGE/2008, 10% dos domicílios brasileiros usam água subterrânea para abastecimento. O Brasil possui importantes reservatórios subterrâneos de água potável, entre eles, o Aquífero Guarani, o Alter do Chão, Cabeças, Furnas, Itapecuru e Serra Geral.
- 2,2 bilhões de pessoas não tem acesso a água potável
- 1 em cada 3 pessoas no mundo
- 4,2 bilhões de pessoas não tem acesso a esgotamento sanitário


ANALFABETISMO

793 milhões são analfabetos ( UNESCO)
No Brasil mais de 11,3 milhões são analfabetos


DESEMPREGO

- 190,5 milhões de pessoas no mundo estão desempregados (OIT)
- 12,3 milhões de desempregados no Brasil.


Os primeiros e mais afetados pela falta de emprego devem ser os trabalhadores informais — aqueles sem carteira assinada ou empreendedores sem registro.
Esses profissionais representam 40,7% da força de trabalho ocupada no país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, quase metade dos trabalhadores do país se veem hoje na berlinda com a quarentena que vem sendo implementada em diversas cidades do país. E o pior: sem data para acabar.

Ao incluir as pessoas subempregadas ou que não estão procurando mais trabalho, o número chega a 470 milhões, adicionando 165 milhões de pessoas que têm emprego, mas gostariam de trabalhar mais e 120 milhões que abandonaram a busca ativa ou não têm aceso ao mercado de trabalho.


IDH DOS PAÍSES


O Índice de Desenvolvimento Humano é uma medida comparativa de riquezaalfabetizaçãoeducaçãoexpectativa de vidanatalidade e outros fatores para os diversos países do mundo. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente bem-estar infantil. É usado para distinguir se o país é desenvolvidoem desenvolvimento ou subdesenvolvido, e para medir igualmente o impacto de políticas econômicas na qualidade de vida. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq] e pelo economista indiano Amartya Sen.

Qualidade de vida e muito mais do que dinheiro. Por isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) criaram o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia várias áreas importantes da vida, como a saúde, a educação e a economia. O sistema não é perfeito, mas nos dá uma boa ideia de quais são os países com melhor nível de vida.

RANKING DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

Há, ainda, o ranking do desenvolvimento, que avalia 189 lugares, entre países e territórios, e mostra quais são os mais e menos desenvolvidos do mundo de acordo com a média dos avanços feitos em três dimensões: expectativa de vida, educação e renda per capita. Com os resultados, é calculado o IDH. Quanto mais próxima de 1 a pontuação, mais desenvolvido é o local.
Na edição 2019 do ranking do desenvolvimento, poucas novidades. Entre os mais desenvolvidos, o território de Hong Kong subiu uma posição na comparação com a análise anterior, da 6ª colocação para a 5ª, posição antes ocupada pela Austrália.
Estados Unidos e Reino Unido estão na mesma posição, que é, ainda, a mesma registrada no ano passado, a 15ª, o que o índice coloca como estagnação. Já entre os menos desenvolvidos, a lista é composta por países africanos.
Os países menos desenvolvidos do mundo em 2019
188 – Níger (IDH 0,377)
188 – República Centro-Africana (IDH 0,381)
187 – Chade (IDH 0,401)
186 – Sudão do Sul (IDH 0,413)
185 – Burundi (IDH 0,423)
184 – Mali (IDH 0,427)
182 – Eritréia (IDH 0,434)
182 – Burkina Faso (IDH 0,434)
181 – Serra Leoa (IDH 0,438)

180 – Moçambique (IDH 0,0446)

Os países mais desenvolvidos do mundo em 2019
1 – Noruega (IDH 0,954)
2 – Suíça (IDH 0,946)
3 – Irlanda (IDH 0,942)
4 – Alemanha (IDH 0,939)
4 – Hong Kong (IDH 0,939)
6 – Austrália (IDH 0,938)
6 – Islândia (IDH 0,938)
8 – Suécia (IDH 0,937)
9 – Singapura (IDH 0,935)
10 – Holanda (IDH 0,933)
11 – Dinamarca (IDH 0,930)
12 – Finlândia (IDH 0,925)
13 – Canadá (IDH 0,922)
14 – Nova Zelândia (IDH 0,921)
15 – Reino Unido (IDH 0,920)
15 – Estados Unidos (IDH 0,920)

REFUGIADOS:

O mundo tinha, no fim de 2018, cerca de 70,8 milhões de pessoas forçadas a deixar suas regiões de origem por motivos de guerra, perseguição, violência e violação aos direitos humanos. 

De acordo com a publicação do ACNUR, mais de dois terços de todos os refugiados vêm de apenas cinco países:
  • Síria — 6,7 milhões;
  • Afeganistão — 2,7 milhões;
  • Sudão do Sul — 2,3 milhões;
  • Mianmar — 1,1 milhão;
  • Somália — 900 mil.
Os países que acolhem os maiores contingentes de refugiados são:
  • Turquia — 3,7 milhões;
  • Paquistão — 1,4 milhão;
  • Uganda — 1,2 milhão;
  • Sudão — 1,1 milhão;
  • Alemanha — 1,1 milhão.




IMUNIDADE SUA MELHOR DEFESA CONTRA A GRIPE E OUTROS VÍRUS

Flávio Passos

"Em termos gerais, a imunidade consiste em todos os elementos e mecanismos que nos protegem de invasores, toxinas e combatem infecções, pode ser dividido em duas partes principais: 1. IMUNIDADE INATA É aquela com a qual a pessoa nasce. É a primeira linha de defesa do organismo. Funciona de maneira rápida e eficiente. Ela possui mecanismos de ação e destruição de invasores que são sempre os mesmos, independentemente do tipo de contaminação. Muitas bactérias e vírus são neutralizados sem que a gente sinta qualquer sintoma. Os componentes da imunidade inata são os macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer (NK). É chamada também de não específica, pois atua das mesmas maneiras para qualquer tipo de invasor. Quando essa resposta inata não é suficiente, entra em ação a imunidade adaptativa, ou específica. 1. IMUNIDADE ADQUIRIDA OU ADAPTATIVA É aquela aprendida ao se expor a vários patógenos. Sua resposta demora alguns dias, à medida que o organismo planeja a ação. Pode ser dividida em imunidade mediada por células células T (exterminadoras e auxiliares) e células B (que produzem anticorpos) e imunidade humoral (com base em fluidos). Possui mecanismos especializados para cada tipo de invasor.
Você pode ter notado que, às vezes, sua reação a um patógeno pode ser categorizada das seguintes formas: a) Assintomática: seu corpo não apresenta sintomas. b) Leve: os sintomas são leves e se vão com poucos dias. c) Patogênica Completa: com sintomas fortes e demora cerca de 1 a 2 semanas para a resolução completa, no mínimo. Essas diferenças são causadas por diferenças individuais na resposta do sistema imunológico e pelo fato que você pode ou não ter tido contato com o patógeno anteriormente. É importante lembrar que, independente da força com os quais os sintomas se apresentam, nosso corpo ainda é capaz de transmitir o patógeno - inclusive na categoria assintomática. Se um patógeno é desconhecido, leva algumas semanas para o sistema imunológico adaptativo reconhecer, marcar e eliminar o intruso.

Com o aumento das viagens internacionais, infecções virais e bacterianas podem se espalhar por toda parte do planeta em um curto período de tempo. A produção de alimentos em larga escala também coloca agentes infecciosos, animais e humanos em proximidade, criando condições para uma contaminação que atravessa a barreira das espécies (chamada de doença zoonótica). Desse modo as epidemias se tornam cada vez mais comuns, e a probabilidade de encontrar uma doença infecciosa potencialmente fatal durante a vida desperta preocupação, mesmo que você não viaje para lugares exóticos e sempre se lembre de lavar as mãos. Estes são efeitos da globalização. Felizmente, os tempos modernos também trazem respostas e soluções: surtos são identificados muito mais rapidamente, as epidemias são contidas e os tratamentos são desenvolvidos com mais rapidez. A tecnologia, a medicina e os cuidados com a saúde reduziram significativamente a probabilidade de morte, os centros de pesquisa aceleraram nossa compreensão coletiva, e a melhora da higiene diminuiu a transmissão de doenças.

Mas, apesar de tudo isso, ainda permanece o potencial para uma pandemia altamente contagiosa em um futuro próximo, que pode resistir aos tratamentos existentes, tais como antivirais e antibióticos. Novas ameaças incluem o risco de cepas bacterianas resistentes a antibióticos, doenças cruzando a barreira entre as espécies, surtos em fazendas e mercados e até mesmo patógenos de bioengenharia escapando de laboratórios. Doenças zoonóticas são aquelas transmitidas de animais para seres humanos. Anualmente, estima-se mais de um bilhão de casos de doenças zoonóticas. Uma vez que um vírus animal se hospede em humanos, a transmissão de humano para humano ocorre com uma rapidez e alcance muito maiores do que quando restrita apenas ao contato animal para a transmissão. Os vírus podem se tornar mais perigosos quando cruzam a barreira entre espécies: nossa biologia não teve tempo suficiente para se adaptar e criar imunidade contra tais ameaças. Manter-se saudável e estar preparado pode literalmente salvar a sua vida.

Peste bubônica - 1331-1353 - 75-200 milhões (30-60% população)
Epidemia Cocoliztli - 1545-1580 - 7-17 milhões
Grande peste - 1738-1740 - 50 milhões
Epidemia Varíola norte-americ. - 1775-1782 - 30% da população dos EUA
Pandemia cólera asiático - 1817-1837 - 100.000 
Epidemia tifo - 1847-1848 - 20.000
Pandemia gripe - 1889-1890 - 1 milhão
Gripe espanhola - 1918-1920 - 100 milhões
Gripe asiática - 1957-1958 - 2 milhões
Gripe de Hong Kong - 1968-1969 - 1 milhão
Pandemia HIV/AIDS - 1960 - presente - > 30 milhões
Surto SARS - 2002 - 2004 - <1.000
Pandemia gripe 2009 - 203.000
Surto cólera Haiti - 2010-presente - 10.000
Surto sarampo Congo  - 2011-presente - < 10.000
Ebola África Ocidental - 2013-2016 - > 11.000
Gripe suína indiana - 2015 - > 2.000
Coronavírus Wuhan - 2019 - presente - a calcular

O PAPEL DE UMA MUCOSA INTESTINAL ÍNTEGRA 
A permeabilidade intestinal (leaky gut) acontece quando a barreira entre os intestinos e a corrente sanguínea fica menos eficiente devido à microfissuras na parede intestinal. Isto faz com que partículas entrem na corrente sanguínea e causem desequilíbrios, como doenças autoimunes e o desenvolvimento de diversas doenças inflamatórias e imunidade baixa. A inflamação sistêmica subclínica torna o organismo mais propenso a infecções. Vale a pena se estudar e observar que tipos de alimentos podem irritar os intestinos e contribuir para a permeabilidade excessiva. Elementos que causam problemas em muita gente, principalmente quando consumidos em excesso e frequência são o glúten, presente no trigo e outros cereais, a caseína do leite, antinutrientes como lectinas presentes em leguminosas (feijões, soja), cereais e vegetais da família das solanáceas como tomate e batata.

L-GLUTAMINA 
A L-glutamina é o aminoácido mais abundante no corpo. Ainda que o organismo seja capaz de sintetizá-la, é importante ingerir alimentos ricos em glutamina (como o whey protein) ou suplementar glutamina pura, especialmente se você possui problemas intestinais, se exercita com frequência, sofre de estresse crônico ou está debilitado. A glutamina é utilizada por várias células do sistema imunológico e é necessária para auxiliar a proliferação ideal de linfócitos. A glutamina ajuda a proteger e reparar as células epiteliais intestinais, prevenindo a permeabilidade intestinal e ajudando a corrigir o intestino permeável e, assim, também melhora a função do sistema imunológico. SUGESTÃO: Tomar 5g de Glutamina (aproximadamente 1 colher de sobremesa ) por dia, misturada em qualquer líquido.

BUTIRATO 
O butirato é um ácido graxo essencial para nutrir o cólon e a fonte de energia principal para as células no intestino grosso. As bactérias intestinais benéficas produzem butirato a partir da fermentação de fibras da alimentação, mas também podemos obter o butirato diretamente de alimentos, sendo a manteiga a principal fonte (de longe), sem substitutos vegetais à altura. Os ácidos graxos do butirato possuem propriedades anti-inflamatórias, além da capacidade de reparar o revestimento intestinal no cólon. SUGESTÃO: consumir manteiga ou manteiga ghee (caso você tenha intolerância à lactose ou caseína) diariamente no preparo de alimentos ou mesmo junto ao café (bullet coffee)

NUTRIENTES RELEVANTES AO SISTEMA IMUNOLÓGICO 
Pessoas mal nutridas são mais vulneráveis a infecções e doenças porque seu sistema imunológico não tem os recursos necessários (energia, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e minerais) para funcionar adequadamente. Corrigir as deficiências de nutrientes é um passo fundamental. A intervenção nutricional em casos de deficiência de vitamina D, zinco, ferro e vitamina A, por exemplo, mostrou melhorar a eficácia de prevenção e tratamento da pneumonia. O uso de um multivitamínico de qualidade, com as formas corretas de cada nutriente e dosagens efetivas é uma ótima estratégia para facilitar a ingestão adequada de micronutrientes ao corpo.

VITAMINA D3 
A vitamina D desempenha um papel-chave na regulação do equilíbrio do sistema imunológico. Ela age, por exemplo, como uma fonte de energia para as células T. Sem ela, as células T nunca despertam de seu estado de dormência, o que leva a um funcionamento deficiente do sistema imunológico. Pessoas com deficiência de vitamina D são mais propensas a ter gripes e resfriados. Baixos níveis de vitamina D estão associados a um risco aumentado e prevalência de infecções em múltiplos estudos. Pessoas com níveis inferiores de vitamina D são mais propensas a sofrer de infecções do trato respiratório superior. Um estudo de 2012 verificou que a administração de 1200 UI de vitamina D por dia a crianças reduziu o risco de contrair influenza. Diversas análises sistemáticas de suplementação diária de vitamina D mostraram proteger contra infecções do trato respiratório. Otimize seus níveis de vitamina D3 obtendo luz solar suficiente ou através de suplementação. Também é importante saber seus níveis de vitamina D3 no sangue, medindo-os regularmente. SUGESTÃO: Tenha uma exposição saudável ao sol e reforce com bons suplementos, dosagens podem variar entre 2.000 e 10.000 UI por dia.

SELÊNIO 
O selênio é um mineral essencial para o equilíbrio hormonal, sinalização redox de defesa antioxidante. Infecções virais quase sempre produzem um número maior de espécies reativas de oxigênio. Ao sobrecarregar o sistema de defesa antioxidante, a produção excessiva de ROS induz ao estresse oxidativo, que por sua vez, pode intensificar a replicação viral. Então, a infecção viral aumenta a necessidade de certos micronutrientes, tais como o selênio, na defesa antioxidante. A deficiência de selênio foi relacionada à maior patogenicidade de vários vírus e menor taxa de sobrevivência na pneumonia devido ao vírus influenza. SUGESTÃO: Castanha-do-Pará e peixes são ótimas fontes de selênio, suplementos com até 170 mcg também são boas opções.


VITAMINA C 
A vitamina C é um antioxidante que a maior parte dos animais produz em resposta ao estresse. Os seres humanos perderam essa habilidade durante a evolução, e precisam obtê-la a partir da dieta ou suplementação. O corpo pode armazenar 300 a 2.000 mg de vitamina C, mas especialmente em épocas de doenças e infecções, as reservas são gastas rapidamente para necessidades prementes. Portanto, se você notar que está pegando um resfriado ou mesmo gripe, seria bom começar a tomar altas doses de vitamina C nas primeiras 24 horas dos primeiros sintomas. Os estudos mais atuais demonstram que o consumo regular de vitamina C pode diminuir a duração de resfriados e fazer com que os sintomas sejam menos severos. Pessoas que tomam vitamina C regularmente são 50% menos propensos a pegar um resfriado do que aquelas que não a tomam. Um estudo de 1999 feito com 463 estudantes mostrou que a mega dosagem de vitamina C pode ser útil no tratamento da gripe logo após o surgimento dos primeiros sintomas, com doses de hora em hora de 1000 mg de vitamina C nas 6 primeiras horas e, a seguir, 3 vezes ao dia (mantendo a dose de 1000mg). Em geral, os sintomas de gripes e resfriados relatados no grupo de teste diminuíram 85% em comparação ao grupo de controle após a administração dessa estratégia.

ZINCO 
O zinco é importante para a produção hormonal e a imunidade. Também é conhecido por combater infecções. Baixos níveis de zinco podem causar problemas gastrointestinais e aumentar o risco de pneumonia. Foi demonstrado que suplementos de zinco podem impedir que o vírus do resfriado se agregue às células, encurtando a duração da gripe. A dose ideal, de acordo com estudos, é de 75 a 90 mg por dia, dividida em múltiplas doses, a cada 2-3 horas. Melhores resultados são obtidos ao iniciar o tratamento dentro de 24 horas dos primeiros sintomas. O uso regular de zinco também pode reduzir a incidência de gripe, de acordo com estudos. Pesquisas mostram que apenas certas formas de zinco são eficazes contra a gripe e o resfriado comum: • Acetato de zinco (25 mg 3 vezes ao dia ou 15 mg 5 vezes ao dia) • Picolinato de zinco (18 a 20 mg a cada 2 horas durante o dia, desde o início dos sintomas). Dosagens de até 100mg ao dia podem ser tomadas por, no máximo, duas semanas.

SUGESTÃO: Tome por volta de 25 mg de zinco (idealmente dentro da fórmula de um bom multivitamínico) diariamente para a saúde do sistema imune.

LACTOFERRINA 
Muitos estudos demonstraram a atividade antiviral da lactoferrina contra patógenos virais que causam infecções comuns. O consumo de lactoferrina pode proteger o hospedeiro contra infecções virais através da inibição da anexação de um vírus às células, a replicação do vírus nas células e o reforço das funções do sistema imunológico. Os peptídeos derivados da lactoferrina estão sendo estudados como potentes inibidores terapêuticos das infecções pelo vírus influenza. A melhor fonte de lactoferrina é o whey protein concentrado (não isolado ou hidrolisado). Faça uso de uma dose de Whey por dia não apenas para ampliar sua imunidade, mas para ter acesso a um bom aporte de proteínas, o que te permite manter a massa muscular na idade madura, além de pele mais firme e outros aspectos saudáveis. E NÃO: whey não engorda, mesmo se você não fizer atividade física.

SPIRULINA 
A Spirulina é uma microalga especialmente nutritiva, dotada de propriedade especiais. É reconhecida por saciar o apetite quando tomada em jejum, o que facilita vencer compulsões alimentares. Ao mesmo tempo, é muito rica em vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e diversos nutrientes, além de ficocianina, um composto que os estudos demonstram ter propriedades anti tumorais e protetoras do fígado. Mas o benefício pelo qual a Spirulina está sendo listada aqui é a sua atuação no sistema imune. De acordo com evidências listadas no fim deste ebook, uma dose diária de 3g por dia (6 tabletes), tomados em qualquer horário, junto ou separado das refeições, oferece proteínas bioativas com a capacidade de estimular a resposta imune com grande eficiência. SUGESTÃO DE USO: Tomar 3 gramas diariamente. Procure por uma spirulina orgânica, de boa procedência.

PRÓPOLIS VERDE 
Dentre as variedades de própolis, a verde é a mais potente e recomendada, especialmente devido à presença da artepelina C e a bacarina, substâncias cujos estudos demonstraram benefícios ao organismo no combate e prevenção de doenças - especialmente as virais. Funciona melhor como prevenção do que como tratamento, e por isto a recomendação é de uso diário, mesmo que você esteja saudável. SUGESTÃO DE USO: A dosagem ideal seria em torno de 20-30 gotas em jejum ou 2-3 cápsulas ao acordar e logo antes de dormir (pelo menos 2,4 mg de compostos fenólicos).

CHÁS 
O chá verde, o chá preto e os chás herbais apresentam propriedades medicinais, tais como polifenóis, que estimulam os sistemas de defesa antioxidante e combatem infecções. Chás de gengibre e cravo também são excelentes e reconhecidos pela medicina popular há milênios. 

MEL E PÓLEN DE ABELHA 
O mel possui peptídeos antimicrobianos (incluindo defensina-1, defensina-2, hemenopectina e apidaecina de abelha) e propriedades medicinais (tais como flavonoides, polifenóis, vitaminas e minerais), que fortalecem o sistema imunológico. Também pode inibir o crescimento de patógenos como E. coli e Salmonella. O pólen de abelha também é um modulador potente da função do sistema imunológico. O mel é um tratamento eficaz para a tosse causada por infecção do trato respiratório superior.

GENGIBRE 
O gengibre ajuda a diminuir a inflamação, tratar agentes infecciosos e proteger contra agentes estressores ambientais, tais como fumaça e substâncias químicas. SUGESTÃO: Chá bem concentrado de três a cinco vezes por dia, quando estiver debilitado. Você também pode mastigar a raiz, ou preparar sucos com o gengibre. O importante é que esteja mais para o ardido.

ALIMENTOS E SUBSTÂNCIAS QUE ENFRAQUECEM O SISTEMA IMUNOLÓGICO

TABACO 
O tabagismo enfraquece o sistema imunológico e aumenta o risco de infecções respiratórias, pneumonia e o risco de morte a partir dessas doenças. Fumantes também têm um risco 2 a 4 vezes maior de doença pneumocócica invasiva. O risco de gripe é muitas vezes maior e o vírus é muito mais grave em fumantes do que não fumantes. Recentemente, estudos verificaram que COVID-19 e SARS compartilham do mesmo receptor, ACE2. Há uma expressão de gene ACE2 significativamente maior nas pessoas que fumam do que nas que não fumam. Isso indica que os fumantes podem ser mais suscetíveis a COVID-19.


ÓLEOS INFLAMATÓRIOS E GORDURAS RANÇOSAS 
Óleo de canola, margarina, óleo de girassol e óleos de sementes em geral são altamente inflamatórios e danificam as membranas celulares. A maioria dos óleos usados em restaurantes e fast food são óleos vegetais que oxidam com facilidade. 


GLÚTEN E GRÃOS 
Mesmo que você não seja intolerante ao glúten, o consumo excessivo de grãos pode prejudicar o revestimento intestinal e causar inflamação crônica. Evitar totalmente o glúten pode não ser uma boa ideia, porque seu corpo pode perder a capacidade de lidar com ele. A redução do consumo de grãos irá melhorar a saúde intestinal e diminuir a inflamação, especialmente se você tiver sensibilidade ao glúten e grãos em geral.


CONSUMO ELEVADO DE AÇÚCAR E CARBOIDRATOS REFINADOS 
A glicose em excesso reduz a habilidade dos neutrófilos (um tipo de leucócito) de ingerir e acabar com as bactérias. Em um estudo de 1973, indivíduos que consumiram 100 g de carboidratos de diferentes fontes, após um jejum durante a noite, reduziram a eficácia dos neutrófilos em cerca de 40% por 5 horas. Isso se aplica à sacarose, à frutose e ao mel, bem como à glicose. Quantidades excessivas de carboidratos refinados também podem promover uma inflamação de baixo nível, aumentar o risco de diabetes tipo 2 e tornar a pessoa mais propensa a infecções. Ou seja: quanto mais açúcar você come (ou bebe, na forma de refrigerantes, sucos, etc), mais fracas as suas defesas se tornam.

ESTRATÉGIAS PARA O FORTALECIMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO 
Além da nutrição e suplementação, é possível aumentar a resistência contra os patógenos com intervenções no estilo de vida: EXERCÍCIO REGULAR A atividade física estimula os mecanismos de defesa do organismo e fortalece a imunidade. O exercício regular reduz a prevalência de infecções do trato respiratório superior. Exercícios leves e moderados durante uma infecção podem até mesmo ser benéficos para combater a doença. O exercício também ativa o sistema linfático e aumenta a circulação sanguínea. No entanto, o treino excessivo é uma fonte de estresse e desgaste, podendo te deixar mais vulnerável a doenças. Caso se sinta realmente doente e apresente febre, não se exercite.


EXPOSIÇÃO LEVE AO FRIO 
A exposição moderada ao frio aumenta a resistência contra infecções. Apenas certifique-se de que o tempo de exposição ao frio não seja longo demais. Um banho frio pode ajudar e é recomendado quando você ainda não está doente. Caso se torne, evite o banho frio. CETOSE A dieta cetogênica ativa o trajeto Nrf2 que diminui a inflamação e o estresse oxidativo. As cetonas também têm propriedades de sinalização que inibem as HDACs (desacetilases de histona; uma classe de enzimas) associadas com o envelhecimento. A exposição a estresse, ao jet lag, a infecções e à poluição é mais segura em um estado de cetose, seja através de jejum ou do consumo de uma dieta cetogênica, porque o organismo fica em um estado elevado de autodefesa. Com base em um estudo de 2019, camundongos que receberam uma dieta cetogênica combateram melhor o vírus da gripe do que os alimentados com uma dieta com alto teor de carboidratos. Um dos mecanismos fisiológicos foi uma expansão aumentada das células T nos pulmões. 

LUZ SOLAR REGULAR 
A fonte mais biodisponível de vitamina D é através da exposição ao sol mais forte, no fim da manhã, meio dia e comecinho da tarde. Exponha-se à luz solar tanto quanto possível, mas evite se queimar. A exposição pela manhã é excelente para ajudar a equilibrar o ritmo circadiano, o que também tem um efeito sobre o funcionamento do sistema imunológico. O sistema imunológico possui, na verdade, seus próprios relógios circadianos que, quando perturbados, também prejudicam o seu funcionamento.

REDUÇÃO DO CORTISOL (ADMINISTRAÇÃO DO ESTRESSE) 
O estresse contínuo enfraquece e desgasta o organismo de inúmeras formas. Para um sistema imune forte e eficiente, você precisa administrar o estresse com atividades relaxantes, bom sono, momentos de lazer e prazer - como desligar-se do celular e ler um bom livro. Níveis de cortisol elevados cronicamente reduzem de forma drástica a eficiência da imunidade.

SONO ADEQUADO 
A melatonina, o hormônio do sono, também é um antioxidante potente que modula a autofagia e o reparo celular profundo durante o sono. A melatonina também age sobre as respostas inatas e específicas do sistema imunológico através dos mecanismos combinados que envolvem principalmente a modulação de citocinas e a produção do estresse oxidativo. Além disso, os anticorpos e as células que combatem infecções são reduzidas durante os períodos em que você não dorme o suficiente. Apenas uma noite mal dormida já diminui a eficiência do seu sistema imunológico e te deixa mais vulnerável. Quando isso ocorre com frequência você fica debilitado.