IMUNIDADE
SUA MELHOR DEFESA CONTRA
A GRIPE E OUTROS VÍRUS
Flávio Passos
"Em termos gerais, a imunidade consiste em todos os elementos
e mecanismos que nos protegem de invasores, toxinas e
combatem infecções, pode ser dividido em duas partes principais:
1. IMUNIDADE INATA
É aquela com a qual a pessoa nasce. É a primeira linha de defesa
do organismo. Funciona de maneira rápida e eficiente. Ela possui
mecanismos de ação e destruição de invasores que são sempre
os mesmos, independentemente do tipo de contaminação.
Muitas bactérias e vírus são neutralizados sem que a gente sinta
qualquer sintoma. Os componentes da imunidade inata são os
macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural Killer
(NK). É chamada também de não específica, pois atua das mesmas
maneiras para qualquer tipo de invasor.
Quando essa resposta inata não é suficiente, entra em ação a
imunidade adaptativa, ou específica.
1. IMUNIDADE ADQUIRIDA OU ADAPTATIVA
É aquela aprendida ao se expor a vários patógenos. Sua resposta
demora alguns dias, à medida que o organismo planeja a ação.
Pode ser dividida em imunidade mediada por células células
T (exterminadoras e auxiliares) e células B (que produzem
anticorpos) e imunidade humoral (com base em fluidos).
Possui mecanismos especializados para cada tipo de invasor.
Você pode ter notado que, às vezes, sua reação a um patógeno
pode ser categorizada das seguintes formas:
a) Assintomática: seu corpo não apresenta sintomas.
b) Leve: os sintomas são leves e se vão com poucos dias.
c) Patogênica Completa: com sintomas fortes e demora cerca
de 1 a 2 semanas para a resolução completa, no mínimo.
Essas diferenças são causadas por diferenças individuais na
resposta do sistema imunológico e pelo fato que você pode ou
não ter tido contato com o patógeno anteriormente.
É importante lembrar que, independente da força com os quais
os sintomas se apresentam, nosso corpo ainda é capaz de
transmitir o patógeno - inclusive na categoria assintomática.
Se um patógeno é desconhecido, leva algumas semanas para
o sistema imunológico adaptativo reconhecer, marcar e
eliminar o intruso.
Com o aumento das viagens internacionais, infecções
virais e bacterianas podem se espalhar por toda parte
do planeta em um curto período de tempo.
A produção de alimentos em larga escala também coloca
agentes infecciosos, animais e humanos em proximidade,
criando condições para uma contaminação que atravessa
a barreira das espécies (chamada de doença zoonótica).
Desse modo as epidemias se tornam cada vez mais comuns,
e a probabilidade de encontrar uma doença infecciosa
potencialmente fatal durante a vida desperta preocupação,
mesmo que você não viaje para lugares exóticos e sempre
se lembre de lavar as mãos.
Estes são efeitos da globalização.
Felizmente, os tempos modernos também trazem respostas
e soluções: surtos são identificados muito mais rapidamente,
as epidemias são contidas e os tratamentos são desenvolvidos
com mais rapidez.
A tecnologia, a medicina e os cuidados com a saúde reduziram
significativamente a probabilidade de morte, os centros
de pesquisa aceleraram nossa compreensão coletiva, e a
melhora da higiene diminuiu a transmissão de doenças.
Mas, apesar de tudo isso, ainda permanece o potencial para uma
pandemia altamente contagiosa em um futuro próximo, que pode
resistir aos tratamentos existentes, tais como antivirais e antibióticos.
Novas ameaças incluem o risco de cepas bacterianas resistentes a
antibióticos, doenças cruzando a barreira entre as espécies, surtos
em fazendas e mercados e até mesmo patógenos de bioengenharia
escapando de laboratórios.
Doenças zoonóticas são aquelas transmitidas de animais para seres
humanos. Anualmente, estima-se mais de um bilhão de casos de
doenças zoonóticas.
Uma vez que um vírus animal se hospede em humanos, a transmissão de
humano para humano ocorre com uma rapidez e alcance muito maiores
do que quando restrita apenas ao contato animal para a transmissão.
Os vírus podem se tornar mais
perigosos quando cruzam a barreira entre
espécies: nossa biologia não teve tempo
suficiente para se adaptar e criar imunidade
contra tais ameaças.
Manter-se saudável e estar preparado pode
literalmente salvar a sua vida.
Peste bubônica - 1331-1353 - 75-200 milhões (30-60% população)
Epidemia Cocoliztli - 1545-1580 - 7-17 milhões
Grande peste - 1738-1740 - 50 milhões
Epidemia Varíola norte-americ. - 1775-1782 - 30% da população dos EUA
Pandemia cólera asiático - 1817-1837 - 100.000
Epidemia tifo - 1847-1848 - 20.000
Pandemia gripe - 1889-1890 - 1 milhão
Gripe espanhola - 1918-1920 - 100 milhões
Gripe asiática - 1957-1958 - 2 milhões
Gripe de Hong Kong - 1968-1969 - 1 milhão
Pandemia HIV/AIDS - 1960 - presente - > 30 milhões
Surto SARS - 2002 - 2004 - <1.000
Pandemia gripe 2009 - 203.000
Surto cólera Haiti - 2010-presente - 10.000
Surto sarampo Congo - 2011-presente - < 10.000
Ebola África Ocidental - 2013-2016 - > 11.000
Gripe suína indiana - 2015 - > 2.000
Coronavírus Wuhan - 2019 - presente - a calcular
O PAPEL DE UMA MUCOSA INTESTINAL ÍNTEGRA
A permeabilidade intestinal (leaky gut) acontece
quando a barreira entre os intestinos e a
corrente sanguínea fica menos eficiente devido à
microfissuras na parede intestinal. Isto faz com que
partículas entrem na corrente sanguínea e causem
desequilíbrios, como doenças autoimunes e o
desenvolvimento de diversas doenças inflamatórias
e imunidade baixa. A inflamação sistêmica subclínica
torna o organismo mais propenso a infecções.
Vale a pena se estudar e observar que tipos de
alimentos podem irritar os intestinos e contribuir
para a permeabilidade excessiva. Elementos que
causam problemas em muita gente, principalmente
quando consumidos em excesso e frequência são o
glúten, presente no trigo e outros cereais, a caseína
do leite, antinutrientes como lectinas presentes em
leguminosas (feijões, soja), cereais e vegetais da
família das solanáceas como tomate e batata.
L-GLUTAMINA
A L-glutamina é o aminoácido mais abundante
no corpo. Ainda que o organismo seja capaz
de sintetizá-la, é importante ingerir alimentos
ricos em glutamina (como o whey protein) ou
suplementar glutamina pura, especialmente se
você possui problemas intestinais, se exercita
com frequência, sofre de estresse crônico ou está
debilitado. A glutamina é utilizada por várias células
do sistema imunológico e é necessária para auxiliar
a proliferação ideal de linfócitos.
A glutamina ajuda a proteger e reparar as células
epiteliais intestinais, prevenindo a permeabilidade
intestinal e ajudando a corrigir o intestino
permeável e, assim, também melhora a função do
sistema imunológico.
SUGESTÃO: Tomar 5g de Glutamina
(aproximadamente 1 colher de sobremesa )
por dia, misturada em qualquer líquido.
O butirato é um ácido graxo essencial para
nutrir o cólon e a fonte de energia principal
para as células no intestino grosso. As bactérias
intestinais benéficas produzem butirato a partir
da fermentação de fibras da alimentação, mas
também podemos obter o butirato diretamente de
alimentos, sendo a manteiga a principal fonte
(de longe), sem substitutos vegetais à altura.
Os ácidos graxos do butirato possuem propriedades
anti-inflamatórias, além da capacidade de reparar
o revestimento intestinal no cólon.
SUGESTÃO: consumir manteiga ou manteiga
ghee (caso você tenha intolerância à lactose ou
caseína) diariamente no preparo de alimentos
ou mesmo junto ao café (bullet coffee)
NUTRIENTES RELEVANTES AO SISTEMA IMUNOLÓGICO
Pessoas mal nutridas são mais vulneráveis
a infecções e doenças porque seu sistema
imunológico não tem os recursos necessários
(energia, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas
e minerais) para funcionar adequadamente.
Corrigir as deficiências de nutrientes é um passo
fundamental. A intervenção nutricional em casos
de deficiência de vitamina D, zinco, ferro e vitamina A,
por exemplo, mostrou melhorar a eficácia de prevenção
e tratamento da pneumonia.
O uso de um multivitamínico de qualidade,
com as formas corretas de cada nutriente
e dosagens efetivas é uma ótima estratégia para facilitar
a ingestão adequada de micronutrientes ao corpo.
VITAMINA D3
A vitamina D desempenha um papel-chave na regulação
do equilíbrio do sistema imunológico. Ela age, por exemplo,
como uma fonte de energia para as células T. Sem ela, as
células T nunca despertam de seu estado de dormência,
o que leva a um funcionamento deficiente do sistema
imunológico. Pessoas com deficiência de vitamina D
são mais propensas a ter gripes e resfriados.
Baixos níveis de vitamina D estão associados a um risco
aumentado e prevalência de infecções em múltiplos estudos.
Pessoas com níveis inferiores de vitamina D são mais
propensas a sofrer de infecções do trato respiratório superior.
Um estudo de 2012 verificou que a administração de 1200 UI
de vitamina D por dia a crianças reduziu o risco de contrair
influenza. Diversas análises sistemáticas de suplementação
diária de vitamina D mostraram proteger contra infecções
do trato respiratório.
Otimize seus níveis de vitamina D3 obtendo luz solar suficiente
ou através de suplementação. Também é importante saber seus
níveis de vitamina D3 no sangue, medindo-os regularmente.
SUGESTÃO: Tenha uma exposição saudável ao sol
e reforce com bons suplementos, dosagens
podem variar entre 2.000 e 10.000 UI por dia.
SELÊNIO
O selênio é um mineral essencial para o equilíbrio hormonal,
sinalização redox de defesa antioxidante. Infecções virais
quase sempre produzem um número maior de espécies
reativas de oxigênio. Ao sobrecarregar o sistema de defesa
antioxidante, a produção excessiva de ROS induz ao estresse
oxidativo, que por sua vez, pode intensificar a replicação viral.
Então, a infecção viral aumenta a necessidade de certos
micronutrientes, tais como o selênio, na defesa antioxidante.
A deficiência de selênio foi relacionada à maior patogenicidade
de vários vírus e menor taxa de sobrevivência na pneumonia
devido ao vírus influenza.
SUGESTÃO: Castanha-do-Pará e peixes são ótimas
fontes de selênio, suplementos com até 170 mcg
também são boas opções.
VITAMINA C
A vitamina C é um antioxidante que a maior parte dos animais produz em
resposta ao estresse. Os seres humanos perderam essa habilidade durante
a evolução, e precisam obtê-la a partir da dieta ou suplementação.
O corpo pode armazenar 300 a 2.000 mg de vitamina C, mas especialmente
em épocas de doenças e infecções, as reservas são gastas rapidamente
para necessidades prementes.
Portanto, se você notar que está pegando um resfriado ou mesmo gripe,
seria bom começar a tomar altas doses de vitamina C nas primeiras 24
horas dos primeiros sintomas.
Os estudos mais atuais demonstram que o consumo regular de vitamina C
pode diminuir a duração de resfriados e fazer com que os sintomas sejam
menos severos. Pessoas que tomam vitamina C regularmente são 50%
menos propensos a pegar um resfriado do que aquelas que não a tomam.
Um estudo de 1999 feito com 463 estudantes mostrou que a mega
dosagem de vitamina C pode ser útil no tratamento da gripe logo após
o surgimento dos primeiros sintomas, com doses de hora em hora de
1000 mg de vitamina C nas 6 primeiras horas e, a seguir, 3 vezes ao dia
(mantendo a dose de 1000mg).
Em geral, os sintomas de gripes e resfriados relatados no grupo
de teste diminuíram 85% em comparação ao grupo de controle
após a administração dessa estratégia.
ZINCO
O zinco é importante para a produção hormonal
e a imunidade. Também é conhecido por combater
infecções. Baixos níveis de zinco podem causar
problemas gastrointestinais e aumentar o risco
de pneumonia.
Foi demonstrado que suplementos de zinco podem
impedir que o vírus do resfriado se agregue às células,
encurtando a duração da gripe. A dose ideal, de acordo
com estudos, é de 75 a 90 mg por dia, dividida em
múltiplas doses, a cada 2-3 horas. Melhores resultados
são obtidos ao iniciar o tratamento dentro de 24 horas
dos primeiros sintomas.
O uso regular de zinco também pode reduzir a
incidência de gripe, de acordo com estudos.
Pesquisas mostram que apenas certas formas de zinco
são eficazes contra a gripe e o resfriado comum:
• Acetato de zinco
(25 mg 3 vezes ao dia ou 15 mg 5 vezes ao dia)
• Picolinato de zinco (18 a 20 mg a cada 2 horas durante
o dia, desde o início dos sintomas).
Dosagens de até 100mg ao dia podem ser tomadas por,
no máximo, duas semanas.
SUGESTÃO: Tome por volta
de 25 mg de zinco (idealmente
dentro da fórmula de um bom
multivitamínico) diariamente
para a saúde do sistema imune.
LACTOFERRINA
Muitos estudos demonstraram a atividade antiviral
da lactoferrina contra patógenos virais que causam
infecções comuns. O consumo de lactoferrina
pode proteger o hospedeiro contra infecções
virais através da inibição da anexação de um vírus
às células, a replicação do vírus nas células e o
reforço das funções do sistema imunológico. Os
peptídeos derivados da lactoferrina estão sendo
estudados como potentes inibidores terapêuticos
das infecções pelo vírus influenza.
A melhor fonte de lactoferrina é o whey protein
concentrado (não isolado ou hidrolisado). Faça
uso de uma dose de Whey por dia não apenas para
ampliar sua imunidade, mas para ter acesso a um
bom aporte de proteínas, o que te permite manter
a massa muscular na idade madura, além de pele
mais firme e outros aspectos saudáveis.
E NÃO: whey não engorda, mesmo
se você não fizer atividade física.
SPIRULINA
A Spirulina é uma microalga especialmente
nutritiva, dotada de propriedade especiais.
É reconhecida por saciar o apetite quando tomada
em jejum, o que facilita vencer compulsões
alimentares. Ao mesmo tempo, é muito rica em
vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e diversos
nutrientes, além de ficocianina, um composto que
os estudos demonstram ter propriedades anti
tumorais e protetoras do fígado.
Mas o benefício pelo qual a Spirulina está sendo
listada aqui é a sua atuação no sistema imune.
De acordo com evidências listadas no fim deste
ebook, uma dose diária de 3g por dia (6 tabletes),
tomados em qualquer horário, junto ou separado
das refeições, oferece proteínas bioativas com a
capacidade de estimular a resposta imune com
grande eficiência.
SUGESTÃO DE USO: Tomar 3 gramas
diariamente. Procure por uma spirulina
orgânica, de boa procedência.
PRÓPOLIS VERDE
Dentre as variedades de própolis, a verde é a mais
potente e recomendada, especialmente devido à
presença da artepelina C e a bacarina, substâncias
cujos estudos demonstraram benefícios ao
organismo no combate e prevenção de doenças -
especialmente as virais.
Funciona melhor como prevenção do que como
tratamento, e por isto a recomendação é de uso
diário, mesmo que você esteja saudável.
SUGESTÃO DE USO: A dosagem
ideal seria em torno de 20-30 gotas
em jejum ou 2-3 cápsulas ao acordar
e logo antes de dormir (pelo menos
2,4 mg de compostos fenólicos).
CHÁS
O chá verde, o chá preto e os chás herbais
apresentam propriedades medicinais, tais como
polifenóis, que estimulam os sistemas de defesa
antioxidante e combatem infecções. Chás de
gengibre e cravo também são excelentes e
reconhecidos pela medicina popular há milênios.
MEL E PÓLEN DE ABELHA
O mel possui peptídeos antimicrobianos (incluindo
defensina-1, defensina-2, hemenopectina e apidaecina
de abelha) e propriedades medicinais (tais como
flavonoides, polifenóis, vitaminas e minerais), que
fortalecem o sistema imunológico.
Também pode inibir o crescimento de patógenos como
E. coli e Salmonella. O pólen de abelha também é um
modulador potente da função do sistema imunológico.
O mel é um tratamento eficaz para a tosse causada por
infecção do trato respiratório superior.
GENGIBRE
O gengibre ajuda a diminuir a inflamação, tratar
agentes infecciosos e proteger contra agentes
estressores ambientais, tais como fumaça e
substâncias químicas.
SUGESTÃO: Chá bem concentrado de
três a cinco vezes por dia, quando estiver
debilitado. Você também pode mastigar
a raiz, ou preparar sucos com o gengibre.
O importante é que esteja mais para o ardido.
ALIMENTOS
E SUBSTÂNCIAS
QUE ENFRAQUECEM
O SISTEMA
IMUNOLÓGICO
TABACO
O tabagismo enfraquece o sistema imunológico
e aumenta o risco de infecções respiratórias,
pneumonia e o risco de morte a partir dessas doenças.
Fumantes também têm um risco 2 a 4 vezes maior
de doença pneumocócica invasiva. O risco de gripe
é muitas vezes maior e o vírus é muito mais grave
em fumantes do que não fumantes.
Recentemente, estudos verificaram que COVID-19
e SARS compartilham do mesmo receptor, ACE2.
Há uma expressão de gene ACE2 significativamente
maior nas pessoas que fumam do que nas que
não fumam. Isso indica que os fumantes podem
ser mais suscetíveis a COVID-19.
ÓLEOS INFLAMATÓRIOS E GORDURAS RANÇOSAS
Óleo de canola, margarina, óleo de girassol e óleos
de sementes em geral são altamente inflamatórios
e danificam as membranas celulares. A maioria dos
óleos usados em restaurantes e fast food são óleos
vegetais que oxidam com facilidade.
GLÚTEN E GRÃOS
Mesmo que você não seja intolerante ao glúten,
o consumo excessivo de grãos pode prejudicar o
revestimento intestinal e causar inflamação crônica.
Evitar totalmente o glúten pode não ser uma boa ideia,
porque seu corpo pode perder a capacidade de lidar
com ele. A redução do consumo de grãos irá melhorar a
saúde intestinal e diminuir a inflamação, especialmente
se você tiver sensibilidade ao glúten e grãos em geral.
CONSUMO ELEVADO DE AÇÚCAR
E CARBOIDRATOS REFINADOS
A glicose em excesso reduz a habilidade dos neutrófilos
(um tipo de leucócito) de ingerir e acabar com as
bactérias. Em um estudo de 1973, indivíduos que
consumiram 100 g de carboidratos de diferentes
fontes, após um jejum durante a noite, reduziram a
eficácia dos neutrófilos em cerca de 40% por 5 horas.
Isso se aplica à sacarose, à frutose e ao mel,
bem como à glicose.
Quantidades excessivas de carboidratos refinados
também podem promover uma inflamação de baixo
nível, aumentar o risco de diabetes tipo 2 e tornar a
pessoa mais propensa a infecções.
Ou seja: quanto mais açúcar
você come (ou bebe, na forma de
refrigerantes, sucos, etc), mais
fracas as suas defesas se tornam.
ESTRATÉGIAS PARA O
FORTALECIMENTO DO
SISTEMA IMUNOLÓGICO
Além da nutrição e suplementação, é possível
aumentar a resistência contra os patógenos
com intervenções no estilo de vida:
EXERCÍCIO REGULAR
A atividade física estimula os mecanismos de defesa do
organismo e fortalece a imunidade. O exercício regular
reduz a prevalência de infecções do trato respiratório
superior. Exercícios leves e moderados durante uma
infecção podem até mesmo ser benéficos para combater
a doença. O exercício também ativa o sistema linfático
e aumenta a circulação sanguínea. No entanto, o treino
excessivo é uma fonte de estresse e desgaste, podendo
te deixar mais vulnerável a doenças. Caso se sinta
realmente doente e apresente febre, não se exercite.
EXPOSIÇÃO LEVE AO FRIO
A exposição moderada ao frio aumenta a resistência
contra infecções. Apenas certifique-se de que o tempo
de exposição ao frio não seja longo demais. Um banho
frio pode ajudar e é recomendado quando você ainda
não está doente. Caso se torne, evite o banho frio.
CETOSE
A dieta cetogênica ativa o trajeto Nrf2 que diminui a
inflamação e o estresse oxidativo. As cetonas também
têm propriedades de sinalização que inibem as HDACs
(desacetilases de histona; uma classe de enzimas)
associadas com o envelhecimento.
A exposição a estresse, ao jet lag, a infecções e à
poluição é mais segura em um estado de cetose,
seja através de jejum ou do consumo de uma dieta
cetogênica, porque o organismo fica em um estado
elevado de autodefesa. Com base em um estudo
de 2019, camundongos que receberam uma dieta
cetogênica combateram melhor o vírus da gripe do
que os alimentados com uma dieta com alto teor de
carboidratos. Um dos mecanismos fisiológicos foi uma
expansão aumentada das células T nos pulmões.
LUZ SOLAR REGULAR
A fonte mais biodisponível de vitamina D é através da
exposição ao sol mais forte, no fim da manhã, meio dia e
comecinho da tarde.
Exponha-se à luz solar tanto quanto possível, mas
evite se queimar. A exposição pela manhã é excelente
para ajudar a equilibrar o ritmo circadiano, o que
também tem um efeito sobre o funcionamento do
sistema imunológico. O sistema imunológico possui, na
verdade, seus próprios relógios circadianos que, quando
perturbados, também prejudicam o seu funcionamento.
REDUÇÃO DO CORTISOL
(ADMINISTRAÇÃO DO ESTRESSE)
O estresse contínuo enfraquece e desgasta o organismo
de inúmeras formas. Para um sistema imune forte e
eficiente, você precisa administrar o estresse com
atividades relaxantes, bom sono, momentos de lazer e
prazer - como desligar-se do celular e ler um bom livro.
Níveis de cortisol elevados cronicamente reduzem de
forma drástica a eficiência da imunidade.
SONO ADEQUADO
A melatonina, o hormônio do sono, também é um
antioxidante potente que modula a autofagia e o reparo
celular profundo durante o sono.
A melatonina também age sobre as respostas inatas
e específicas do sistema imunológico através dos
mecanismos combinados que envolvem principalmente
a modulação de citocinas e a produção do estresse
oxidativo. Além disso, os anticorpos e as células que
combatem infecções são reduzidas durante os períodos
em que você não dorme o suficiente.
Apenas uma noite mal dormida já
diminui a eficiência do seu sistema
imunológico e te deixa mais
vulnerável. Quando isso ocorre
com frequência você fica debilitado.
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