Uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, revela que no mundo quase 87 milhões de crianças de até sete anos não conhecem nada além de conflitos.
O levantamento avaliou menores que vivem em dezenas de países, incluindo Afeganistão, Colômbia, Iraque, Síria, Mali, Sudão do Sul e em regiões da Índia e da Tailândia.
Neurônios
Viver em uma zona de confronto desde o nascimento prejudica o desenvolvimento cerebral. O Unicef explica que nos sete primeiros anos de vida, o cérebro de uma criança tem o potencial de ativar 1 mil células por segundo.
Cada célula tem o poder de se conectar com outros 10 mil neurônios milhares de vezes por segundo. As conexões cerebrais definem a saúde, o bem-estar, a habilidade de aprender e influenciam o sistema emocional dos menores.
Emocional
Segundo o Unicef, as crianças que vivem em zonas de conflito estão expostas a traumas, vivendo num estado de “stress tóxico”, uma condição que inibe as conexões dos neurônios. Os impactos no desenvolvimento cognitivo, social e físico podem durar a vida toda, sem contar as “cicatrizes emocionais”.
Uma criança nasce com 253 milhões de neurônios, mas para atingir a capacidade de 1 bilhão de neurônios na vida adulta, o desenvolvimento na infância tem papel crucial. Aleitamento materno, nutrição, estímulos desde cedo e oportunidades de aprender e de brincar em ambientes saudáveis são medidas importantes.
Período Crítico
Pelo levantamento da agência da ONU, uma entre 11 crianças de seis anos ou menos passou o período mais crítico do seu desenvolvimento em um local onde há confrontos violentos.
O Unicef defende mais investimentos para garantir que as crianças nessas zonas recebam apoio psicossocial e assim, possam ter de volta a sensação de viver a infância, mesmo que estejam no meio de um conflito.
Somente no último ano, o Unicef forneceu kits para aprendizado e brincadeiras para mais de 800 mil crianças em zonas de confronto.
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