segunda-feira, 4 de agosto de 2014



O MAR E A CIDADE

Fonte: Assessoria de Imprensa de Porto do Recife

 O Porto do Recife nasceu junto com a cidade. Em meados do século XVI, quando os colonizadores portugueses ainda descobriam o Brasil, o navegador Pero Lopes de Souza já registrava, em seu Diário de Viagem, um ancoradouro denominado de ‘Arrecife dos Navios’. O lugar se desenvolveu e tornou-se ponto principal de importação, produção e exportação de açúcar, como também de abastecimento das principais mercadorias. Nos arredores de toda essa movimentação, foram registrados os primeiros engenhos de açúcar, povoados de imigrantes europeus e as primeiras vilas dando origem ao Bairro do Recife.

 
Datam de 1815 as primeiras iniciativas para a realização de melhoramentos no antigo ancoradouro do Recife. No decorrer do século XIX foram elaborados diversos projetos, sem que a execução, contudo prosperasse. Somente em 1º de julho de 1909, com a publicação do Decreto nº. 7.447, a empresa Societé de Construction du Port de Pernambuco foi autorizada a construir as novas instalações, compreendendo, 2.125m de cais e três armazéns.

O Porto do Recife começa a operar comercialmente em 12 de setembro de 1918. Pelos Decretos nºs 14.531 e 14.532, ambos de 10 de dezembro de 1920, ficou definida a transferência da concessão do Porto para o Governo Estadual, que deu prosseguimento às obras da sua implantação. Essa concessão foi revista e aprovada pelo Decreto nº. 1.995, de 1º de outubro de 1937, e encampada, posteriormente, pelo Decreto nº 82.278, de 18 de setembro de 1978, pela Empresa de Portos do Brasil S.A (Portobrás), extinta em 1990, passando o Porto do Recife à administração da União até maio de 2001.

A partir de 1º de junho de 2001, através do Convênio de Delegação nº. 02/2001, firmado entre o Governo do Estado de Pernambuco e a União Federal passa a administração e exploração do Porto Organizado do Recife a ser realizada pelo Estado de Pernambuco por intermédio da empresa Porto do Recife S.A.

 
O QUE OFERECEMOS

 
O Porto do Recife atua na prestação de serviços para atendimento de navios de longo curso e cabotagem para importação e exportação de cargas nacionais e estrangeiras. O Porto também tem estrutura para receber navios de cruzeiro e possui um Terminal Marítimo de Passageiros. Está dentro das atividades do Porto do Recife o fornecimento de águas tranquilas para atracação, a disponibilização de berços e local para armazenagem (armazéns e pátios), além da segurança necessária para a realização das operações portuárias.

 O Porto do Recife está preparado para receber até oito navios, simultaneamente, em seus berços de atracação. Possui uma área de 115 mil m² disponíveis para armazenagem de cargas diversas, dividida em armazéns cobertos (com capacidade de abrigar aproximadamente 60 mil toneladas), pátios de contêineres (que podem receber 6 mil TEUS) e pátios para cargas diversas (com capacidade para 50 mil toneladas). O Porto recifense também tem silos portuários que podem armazenar 25 mil toneladas de grãos, cada um deles. 

 
A localização é um grande diferencial do Porto do Recife. Por estar situado em um centro urbano, dentro da cidade do Recife, capital de Pernambuco, possui acessos estratégicos aos principais pontos da Região Metropolitana, com as menores distâncias aos principais centros de distribuição de mercadorias que se destinam ao interior e ao litoral do Estado. Distante, apenas, 60 quilômetros de Goiana, distrito industrial que recebe investimentos da Fiat, Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP), Hemobrás e demais indústrias do polo farmacoquímico. O Porto atende, praticamente, todo o Nordeste brasileiro, no alcance de um raio de mil quilômetros, incluindo os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Piauí, Ceará e Bahia. Está dentro da rota de navegação do Mercosul e das principais rotas internacionais.

Nossa Infraestrutura:

O Porto do Recife possui 2.950 metros de cais, divididos em quatro trechos, com as características a seguir:

 
TRECHO 1

Com 568,51m de comprimento, contém três berços (00, 01 e 02) contíguos, com profundidade média de 10 metros. O Berço nº 00 é voltado prioritariamente para exportação de açúcar a granel, fica em frente terminal açucareiro com capacidade estática de armazenamento de 200 mil toneladas e de embarque de 1 mil tonelada por hora, com profundidade de 9,6 metros.

O Berço nº 01 é utilizado prioritariamente para desembarque de granéis, principalmente trigo, milho e cevada. Conta com a estrutura de um silo vertical com capacidade de armazenamento estático de 25 mil toneladas com uma profundidade de 9,6 metros.

O Berço nº 02 é preferencial para movimentação de contêiner, com 11,3 metros de profundidade, tendo na sua retroárea um pátio com concreto protendido de 20 mil m², próprio para este tipo de carga.

 
TRECHO 2

Com 574,62m de comprimento, é dotado  de  três berços (03, 04 e 05) destinados à movimentação de granéis, com profundidade média de 11,3 m.

O Berço nº 04 tem 11,3 m de profundidade e conta com silos verticais com capacidade de armazenagem estática de 25 mil toneladas, especializados para armazenar cevada - investimento do setor privado.

O Berço nº 05, com 11,5 m de profundidade, tem na sua retroárea um armazém alfandegado com 7,5000 m².

 

TRECHO 3

Abrange o Berço nº 06, com profundidade de 9,3 m. Contém armazém de 7000 mil m² para carga geral ou granéis.

 
TRECHOS 4

Com comprimento total de 1.262m, é distribuído nos seguintes berços: 07, 08, 09. Destinados a vários tipos de operações, os berços têm profundidades que variam de  5,4 a 7,5 metros.

Os berços nº 07 e nº 08 serão destinados prioritariamente ao Terminal Marítimo de Passageiro, voltados para movimentação turística.

O berço nº 09 está destinado para pequenas embarcações, principalmente as embarcações que abastecem Fernando de Noronha, com a profundidade de 5,4 metros.

 

PÁTIOS

·         Quatro (04) pátios de concreto protendido, com 57,8 mil m² e capacidade para armazenamento de 6 mil TEUS simultaneamente;

·         Dois (02) pátios para carga geral, com 58 mil m² e capacidade de armazenar 50 mil toneladas;

ARMAZÉNS

·         Dois (02) armazéns para carga geral com 7,5 mil m² e capacidade para 30 mil toneladas, cada um deles;

·         Um (01) armazém para açúcar granel, com capacidade de 200 mil toneladas estáticas;

·         Dois (02) Silos Portuários, com capacidade de armazenar 25 mil toneladas de grão, cada um deles;

 

OPERACIONAIS
NÃO OPERACIONAIS
Armazéns internos
Armazéns externos
Retroárea
Armazém
Área (m²)
Armazém
Área (m²)
Armazém
Área (m²)
1
1.789,00
9
2.069,75
15
1.643,71
3B
2.861,00
11
1.966,90
16
3.656,02
5
7.507,00
12
1.666,48
17
7.175,37
6
7.507,00
13
1.666,48
18
6.000,00
7
2.055,86
14
2.375,55
 
 
8
1.847,92
 
 
 
 

 

 
Áreas alfandegadas:

 
Em primeiro de agosto de 2013 a Receita Federal do Brasil concluiu o processo de alfandegamento de novas áreas do Porto do Recife. O ato declaratório oficializou uma nova área alfandegada de 94.272,76 m². O que resulta em um salto de 20mil m² para 114.292,76m² e configura o Porto do Recife como o único porto público do Nordeste com essa quantidade de área alfandegada.

 

Essa grande conquista significa a possibilidade de novos negócios, da continuidade do crescimento constante que estamos vivenciando. Agora, na condição de porto público podemos oferecer para Pernambuco um diferencial em áreas alfandegadas e um parceiro estratégico de Suape.

 

A conquista de novas áreas alfandegadas é estratégica na consolidação do Porto do Recife como entreposto público e urbano. Essa qualidade une-se a outras etapas vencidas, como a busca por um calado adequado a um cais que espera atracar navios de contêineres e grandes cargueiros. O porto que gerou o nascimento da capital reforça sua posição no mercado de logística, além de passar a participar do setor de óleo e gás. As cargas em contêineres são apropriadas para trânsito em meio urbano, pela proximidade com os destinos em centros de distribuição na região metropolitana e por se darem sem impacto ao entorno.

  

Terminal Marítimo de Passageiros:

O mais tradicional porto de Pernambuco inaugurou em agosto de 2013 um Terminal Marítimo de Passageiros. O Terminal foi um investimento de R$ 28 milhões com recursos do Governo de Pernambuco e do PAC da Copa. A proposta da construção vai além do receptivo turístico. O projeto reformulou o antigo Armazém 7, que passou por grandes obras internas e teve sua estrutura mantida. Voltado para o cais, o armazém tem, no térreo, salas de embarque e desembarque. Uma passarela liga o Armazém 7 à Sala Pernambuco. Ela é voltada para a cidade, com uma fachada em estrutura metálica e sua forma é semelhante a um barco de papel. O espaço abriga os balcões de check-in, salas de agências de viagens e dos órgãos de controle, como a alfândega da Receita Federal e a imigração e segurança da Polícia Federal, além das agências reguladoras.

O cais em frente ao Armazém 7 possui profundidade de sete a oito metros. Os navios de maior porte atracam em uma área mais afastada e, por isso, já estão em curso licitações para a reforça e nova dragagem dos cais 7, 8 e 9.  O prédio faz parte de um projeto liderado pelo Porto do Recife que altera a paisagem do Bairro do Recife. Ele ocupa uma área total de 23,4 mil metros quadrados, com 7,9 mil metros quadrados de área construída.

O Terminal Marítimo de Passageiros fez parte das obras que forem entregues e prepararam as cidades-sede dos grandes eventos esportivos internacionais, como Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Além do Porto do Recife.

 

O PORTO NÃO OPERACIONAL

 
O projeto Porto Novo é parte de uma grande obra na qual o Porto do Recife devolve à cidade espaços antes dedicados à operação portuária. Trata-se de um grande projeto de requalificação e reurbanização de espaços nobres que vão dialogar e enriquecer as opções de lazer, cultura, arqueologia e turismo do Bairro do Recife, com o Centro de Artesanato de Pernambuco e o Cais do Sertão Luiz Gonzaga.

O Centro de Artesanato de Pernambuco configurou-se como um sucesso de público e crítica. O projeto transformou um armazém portuário em uma grande loja para a exposição e venda do mais qualificado artesanato produzido no Estado, seguindo os rigores para a preservação da história do imóvel. A construção eco-eficiente e a curadoria na seleção das peças expostas agradou especialistas do tema e visitantes interessados em artesanato. Além do mais, o Centro possui um restaurante-bar e a intervenção liberou o passeio com vista para o mar, oferecendo ainda espaço para exposições e um pequeno auditório.

A construção do Cais do Sertão Luiz Gonzaga ocupa o antigo armazém 10, ao lado do Centro de Artesanato de Pernambuco. O centro cultural é o primeiro equipamento no Estado, totalmente, construído dentro de uma concepção moderna de museu, repleto de recursos tecnológicos capazes de proporcionar uma experiência interativa aos visitantes. O plano é oferecer endereço obrigatório a todos os interessados na obra de Luiz Gonzaga e, em especial, seu principal tema, o Sertão nordestino, com seu homem e sua natureza.

O projeto Porto Novo analisou as reintegrações bem sucedidas de áreas portuárias, como a Estação das Docas, em Belém, no Pará, e o Puerto Madero, em Buenos Aires, Argentina e fez ajustes no que achou interessante para adaptar-se ao Porto do Recife e, para tanto, fez um estudo preparatório, o qual observou as falhas, adaptou a realidade de outras cidades à capital pernambucana e se pautou em captar o que é do interesse da nossa realidade e aperfeiçoar o que pode ser melhorado.

 O PORTO NÃO OPERACIONAL PRIVADO

O outro braço do projeto de reintegração e reurbanização das áreas não operacionais do Porto do Recife é o projeto Porto Novo Recife, o qual está sob responsabilidade do setor privado, através de contratos de arrendamento.

A transformação dos antigos armazéns de cargas é uma obra de impacto econômico e urbano. Os sete antigos armazéns (armazéns 9, 12, 13, 14, 15, 16 e 17) serão reformados para abrigar escritórios, restaurantes, bares, lojas de entretenimento e pontos comerciais. Nos novos espaços também serão construídos um hotel, uma marina internacional e um centro de convenções.

De acordo com a licitação, cada armazém deverá cumprir uma função. O armazém 9 deve ter a implantação, manutenção e exploração comercial de escritórios para desempenho de atividades comerciais compatíveis com o plano de desenvolvimentos da cidade. Serão escritórios modernos, com central de ar-condicionado eco-eficiente, gerador próprio de eletricidade, controle de acesso seguro e informatizado, circuito fechado de tevê e vagas com garagem privativas para todas as unidades.

Os armazéns 12, 13 e 14 vão ter restaurantes, bares, lojas de entretenimento e comerciais, espaços para exposições e eventos fechados. O armazém 15 terá hotel ou apartamentos de longa estada, com no mínimo 200 unidades. O estabelecimento deverá ter restaurantes, lojas, bares, salas de reunião, piscina, academia de ginástica e número de vagas de garagem compatível. Os armazéns 16 e 17 terão centro de convenções integrado ao hotel, com capacidade mínima para quatro mil pessoas, com espaços modulares, para possibilitar o maior número de eventos possíveis.

2 comentários:

  1. Excelente artigo Karla Julia sobre o Porto, quando pequena tive oportunidade de visitar o local em viagens dos meus familiares......

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