segunda-feira, 29 de agosto de 2016

11 erros fatais que fariam Dilma ser demitida de qualquer empresa séria no mundo

 
Dilma Rousseff sobreviveria ao mercado corporativo apenas sendo... Dilma Rousseff? A resposta é: jamais
 
Demitir um CEO parece improvável, mas acontece com mais frequência do que supõe nossa vã filosofia de rede social. CEOs ou presidentes, o topo da cadeia – ou da cadeira – sofrem, sim, sanções pesadas por terem a língua solta demais, serem arrogantes demais, tranquilos demais ou até ousados demais.
Neste milênio mesmo, vieram à tona casos bizarros de demissão, como a do CEO histórico do Yahoo!, Scott Thompson, acusado de maquiar o próprio currículo com uma faculdade de Ciências da Computação quando, na verdade, só tinha um curso de contabilidade.
O desligamento de Andrew Mason, fundador e CEO do Groupon, foi ainda mais estranho: saiu por excesso de otimismo – ele acreditava tanto na plataforma do Groupon, que ignorava a queda do número de cupons vendidos.
Já a demissão do CEO da HP, Mark Hurd, teve ares cinematográficos: Jodie Fisher, ex-atriz de filmes eróticos nos anos 1990, foi o pivô de um escândalo de assédio sexual e falsificação de relatórios de despesas por parte dele.
Estar no topo da cadeia não é fácil e isso só explica os altos salários e benefícios compatíveis com tantas responsabilidades. Cabe ao presidente, líder ou CEO colocar todos acomodados confortavelmente em seus assentos e pilotar esse Boeing sem solavancos e acima de nuvens e tempestades. E se?
Governo não é empresa e o Brasil não é a Coca-Cola, Ambev ou Johnson & Johnson. Mesmo assim, muitos governantes valem-se de sua “experiência de mercado” na hora de se candidatar a esse ou aquele cargo.
E se o exercício fosse o contrário? Se o governante se candidatasse ao cargo de CEO de uma grande empresa, seus skills e estilo de liderança fariam a diferença? E se esse governante em questão fosse Dilma Rousseff, presidente cujo destino político será traçado nessa semana pelo Senado federal?
Sobreviveria ela ao mercado corporativo apenas sendo... ela mesma?
A resposta é não. A presidente da República, eleita em 2010 e reeleita em 2014, peca em 11 posturas essenciais que, juntas ou em separado, jamais seriam toleradas em nenhuma organização séria do Brasil ou do mundo. A elas:
 
1. Não delegar
Marca dos dois governos Dilma Rousseff, a centralização de poder não apenas afastou a presidente de ministros e aliados, como a isolou em momentos-chave de sua caminhada no Palácio do Planalto, fosse em votações importantes no Congresso, nas disputas com a oposição e, na reta final de seu segundo mandato, durante os pedidos de apoio dentro e fora do PT.
 
2. Não dialogar
Dilma sempre deixou claro sua abordagem top-down, isto é, de cima para baixo, no pior estilo “eu mando, vocês obedecem”. Um estilo de liderança ultrapassado, isolacionista e comprovadamente ineficaz. Além disso, vai de encontro ao ideal de diálogo democrático pregado por ela. A presidente ignorou parlamentares pró e contra o governo e todos aqueles se se mostravam contra sua gestão. Chegou ao cúmulo de isolar (com grades) os opositores em comícios e contar com barulhentas claques para seus discursos e inaugurações.
 
3. Não admitir erros
Demorou alguns anos para ver a presidente reconhecer alguma falha em seus fraquíssimos governos. Quando o fez, e dá para contar esses episódios nos dedos de uma mão, as lambanças creditadas à “contabilidade criativa” e dezenas de benesses a correligionários nunca vieram acompanhadas de um pedido sincero de desculpas. Nenhum ao menos que convencesse a população. Será lembrada por não saber ganhar sem tripudiar nem saber perder.
 
4. Descumprir promessas públicas
Apenas para citar duas delas: a volta da CPMF e o aumento descontrolado da tarifa de energia elétrica. Menos de um ano depois de ser reeleita, Dilma acenou com a volta de um imposto detestado pelos brasileiros. E até com possíveis outros impostos – algo amplamente combatido por ela em seus discursos pró-reeleição de 2013 e 2014. A decepção generalizada também ficou evidente durante o aumento vertiginoso da conta de luz – que baixou meses antes, pré-eleição – para depois ressurgir cara como nunca.
 
5. Expor-se voluntariamente ao ridículo
Por que seguir roteiros? Para quê ouvir assessores? São tantos os exemplos de discursos disconexos, respostas atravessadas a jornalistas, fotos sem contexto e outros comportamentos bizarros, que não caberiam nesse texto. Mas fiquemos com uma frase, apenas: “Temos a mandioca e aqui nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.
 
6. Faltar com transparência
Controladora, centralizadora e pouco afeita a ser contrariada, Dilma sempre alegou que a incompetência administrativa, corrupção e a formação e organização criminosa em tantos setores ocorreram sob seu nariz sem que ela jamais se desse conta. Quando identificou, bilhões e bilhões de reais desviados depois, perseguiu os envolvidos – ou quase isso. Pergunta: teria sido Dilma, a primeira presidente mulher do Brasil, mãe do PAC, brava lutadora contra a ditadura, enganada por tantos e por tanto tempo? Para refletir.
 
7. Faltar com ética
Dilma é produto de Lula e, apesar do discurso contrário, ela nunca negou nem escondeu isso. Reuniões secretas e, com o tempo, escancaradas, foram realizadas para salvaguardar o pouco crédito que ainda restava à presidente no primeiro e segundo mandatos. Quando, a pedido do juiz paranaense Sergio Moro, Lula foi levado para depor coercitivamente, em março, após suspeita de envolvimento em crimes da Operação Lava Jato, Dilma não só foi a São Bernardo prestar solidariedade (??), como ainda o reconduziu à Casa Civil. A manobra quase circense, negada pela Justiça, custou caro aos dois.
 
8. Tomar decisões equivocadas em série
A condução equivocada da política econômica brasileira já havia sido evidenciada no primeiro mandato pelo empresariado – uma classe que, incrivelmente, não era considerada por Dilma. E mesmo com as portas fechadas para o comércio exterior, a perda de graus de investimento sucessivas, a indústria nacional ruindo e todas as tendências econômicas em queda, Dilma preferiu seguir culpando, literalmente, o mundo. Quando acordou para a realidade, sem apoio algum, era tarde.
 
9. Comunicar-se mal e menosprezar as vozes contrárias
Dilma será lembrada como uma oradora ruim. Mais ainda: uma oradora ruim e prepotente. Desprezava opositores, em vez de combate-los com argumentos, e rebatia críticas com ironias e frases grosseiras. Também foram necessárias algumas manifestações, black blocs e panelaços para que ela se posicionasse ante a voz das ruas. No início, a presidente simplesmente ignorou os protestos. Em junho de 2013, ainda em seu primeiro mandato, limitou-se a enviar ministros como mensageiros para acalmar os ânimos e a imprensa, em vez de assumir aquilo para que foi eleita: as rédeas da nação. A Dilma forte, que pegou em armas para encarar os militares na ditadura, estava acuada, para decepção inclusive dos eleitores dela. Postura semelhante aos últimos meses, quando elegeu o advogado José Eduardo Martins Cardozo como sua segunda voz.
 
10. Escolher os inimigos errados
A última briga de Dilma foi também aquela que sepultou o seu mandato. A pá de cal foi justamente contra uma das biografias mais sujas da política nacional: Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao se posicionar contra a candidatura de Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados, em fevereiro do ano passado, Dilma assumiu um embate mortal, afinal, ele era estratégico no encaminhamento das pautas do governo federal no Congresso. O peemedebista anunciou o rompimento com o governo, contaminou a base, aliou-se ao vice Michel Temer – velha raposa do Congresso, um verdadeiro animal político – e, como estamos acompanhando, o resto é história viva – gostemos ou não.
 
11. Mentir
Não foi apenas a contabilidade destrutiva e as fraudes fiscais que pairam sobre a figura da presidente. Basta dar um rasante pela imprensa para verificar que as acusações contra ela, baseadas em fatos e datas, estão na boca de jornalistas, delatores e até, pasme, do mentor maior Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma mentiu no currículo
Dilma mentiu sobre encontros com Odebrecht
Dilma mentiu sobre compra da refinaria de Pasadena
Dilma mentiu na campanha de 2014
A herança dos anos Dilma, em números
Quando Dilma Rousseff tomou posse, em janeiro de 2011, o Brasil crescia 7,5%, a maior taxa desde 1986.
Passados cinco anos, o País amarga queda de 3,8% no PIB, contas públicas deterioradas, desemprego em 8,5% (já são 11,5 milhões de desocupados) e uma inflação de dois dígitos, que penaliza os mais pobres.
O governo caminha oficialmente para fechar 2016 com o terceiro rombo anual seguido em suas contas e um deficit primário recorde, de R$ 170,5 bilhões.
As expectativas indicam que, no final deste ano, a economia terá encolhido quase 8% desde 2014. A última vez que isso aconteceu foi em 1931, em meio à Grande Depressão. A dívida pública pode chegar a 80% do PIB em 2018.
E você, contrataria Dilma Rousseff para comandar a sua empresa?

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