terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

BUENOS AIRES EM 5 MINUTOS

Aos brasileiros que pretendem viajar ao exterior pela primeira vez, Buenos Aires atrai pela facilidade da língua. Os argentinos, apesar das restrições financeiras, têm hábitos e costumes europeus, são em geral instruídos e bem informados. Para ter autonomia e evitar incomodar as pessoas nas ruas, tenha sempre um mapa da cidade e do metrô que ,apesar de antigo, é eficiente e o bilhete subsidiado pelo estado. Andar de ônibus também é bem econômico quando seu destino não é contemplado pelas linhas do metrô. O serviço de taxi é muito bom e útil para pequenos trechos.

Buenos Aires é a segunda Paris. Tem na av. 9 de julho (a mais larga do mundo com 144 metros), um local que registra sua imponência como cidade cosmopolita com o Obelisco ao centro e ao lado a av. Corrientes, movimentada 24 horas. Shows de tango são muitos, é como Samba no Rio. Por mim passo sem eles, mas vale pela dramaticidade dos dançarinos, marca registrada da cidade.

Na Recoleta está o cemitério com o túmulo de Eva Perón. Perto, a pequena igreja do Pilar, a clausura dos frades e o Centro Cultural de Buenos Aires. Bem próximo, o Buenos Aires design e o Recoleta Mall, o mais novo shopping da cidade, onde até os banheiros têm descarga automática. Na Av. Libertador o Museu Nacional de Belas Artes, mostra esculturas de Rodin, telas de Monet, Toulouse Lautrec, Renoir, Gauguin e Van Gogh. Em frente, no Parque das Nações Unidas, vá ver de perto “A Flor”, impressionante obra de arte futurista em aço.

O Parque Palermo nos finais de semana é uma festa, visite o seu rosedal com dezenas de espécies de rosas (eu cheirei a rosa premiada em 2000-melhor aroma). A melhor maneira de conhecê-lo é alugar uma bicicleta e ver as pessoas caminhando, andando de patins, passeando em pedalinhos ou descansando à sombra das árvores. Ao lado fica o Jardim Japonês com carpas, bonsais e recantos que valem um cartão postal.

Os argentinos são ótimos em tudo o que diz respeito a pecuária, desde o curtimento do couro à carne, macia e saborosa como o lomo ou o bife de chorizo – não encarei a parillada, uma mistura de carnes indefinidas e lingüiças escuras. Não deixe de provar as “empanadas”. O doce de leite é inigualável e recheia os deliciosos Alfajores (os mais caros como o Tranvia, são os melhores). Não se desespere com a demora em ser atendido nos restaurantes, afinal, “Para comer bien, hay que saber esperar”. Abasteça seu apto com comidas que não encontra em sua cidade. Em Puerto Madero, no Dique 3 está o Museu Fragata Sarmiento a Ponte da Mulher e um agradável restaurante, o Friday, um dos inúmeros da região.

Faça se possível, uma visita guiada ao Teatro Colón e à livraria Ateneu, instalada em um magnífico teatro construído em 1919 na Av. Santa Fé. A Calle Florida, tão conhecida, hoje vive momentos de decadência, tomada pelos “Manteros” – camelôs – e sufocada pela disseminação de tantos shoppings como a Galeria Pacífico e o sofisticado e caro shopping Bulrich. Na Florida existe uma Filial da Livraria Ateneu em um prédio restaurado. Para as compras, perfumaria e couro são os mais recomendáveis, um casaco de couro de cabrito, com dupla face, sai por uns R$ 500,00. Ao longo da Av. Alvear, estão grandes grifes, uma festa para os olhos.

No final da Av. Córdoba, perto da estação de barcos Buque Bus fica a Empresa de Navegação Sturla onde por cerca de R$ 70,00 poderá participar de um passeio pelo Delta do rio Paraná, saindo às 9 da manhã e retornando às 18 horas, em confortável embarcação para 40 pessoas. O barco passa pelas belas casas de veraneio sobre palafitas. É um mundo diferente, com igreja, escola, parques ecológicos, uma mistura do Gran Canale de Veneza com os igarapés da Amazônia. O local não tem carros nem ruas, só o rio e barcos: barco ônibus, barco supermercado, barco lixeira. Após duas horas se chega em Tigre, onde até as 16 horas, se tem tempo para almoçar e conhecer esta pequena e bela cidade.

Vale conhecer Caminito (perto do Estádio do Boca Juniors), com suas casas multicoloridas e restaurantes com mesas espalhadas pelas ruas de pedestres. Preferencialmente nos domingos, vá conhecer a feira de antiguidades de Santelmo, almoçando em um dos restaurantes da praça Dorrego. Para quem curte zoológico, dá para ir de metrô (linha verde estação Itália) tem girafas, hipopótamos zebras, rinocerontes, bisões, leões brancos e pingüins. Os leões marinhos fazem um espetáculo a parte com os visitantes jogando sardinhas vendidas no local. Mas, em termos de aventura, vale ir ao zoológico de Luján (dá para ir de ônibus a partir da Praça Itália), lá os tigres e leões são tão mansos que você tira fotos com eles e lhes alisa o pêlo – o tigre é bem macio mas os leões não. Depois ou antes do zoo, visite a cidade de Luján e conheça sua magnífica catedral gótica, muito semelhante a Notre Dame em Paris.

Na Plaza de Mayo está a Catedral onde fica o mausoléu ao General San Martin e a Casa Rosada onde, fora do prédio principal, fica museu que mistura uma construção moderna com as ruínas de uma antiga fortificação com os tijolos aparentes. Lá está a história dos Presidentes, contada em áudio visual, mostrando vestimentas e pertences pessoais e algumas tela de pintores argentinos. Bem perto da Casa Rosada, fica o museu da cidade, pequeno mas tem como destaque belíssimas portas retiradas quando da ampliação da Av. 9 de julho. Ao caminhar pelas ruas do centro, atente para as portas, são bem representativas da riqueza arquitetônica do país. Enfim, reserve uns sete dias e, mesmo que pense que viu tudo, sempre haverá um lugar para se conhecer em uma próxima viagem.

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