Veículo: JORNAL DO
COMMERCIO
Editoria: Política
Data: 29/09/2016
Cinco obras serão investigadas em
PE
Cinco obras da Odebrecht em Pernambuco são alvos de
investigação da Polícia Federal, dentro da 35ª fase da Lava Jato, a Operação Omertà, a
mesma que prendeu, na última segunda-feira, o ex-ministro Antonio Palocci,
dos governos petistas
de Lula e Dilma Rousseff.
As obras investigadas
são o Pier Petroleiro, obras no Complexo de Suape, Refinaria Abreu e Lima,
Complexo de PET-POY da PetroquimicaSuape e Arena Pernambuco.
A portaria assinada pelo delegado da Polícia
Federal Filipe Hille Pace, do Paraná, pede a investigação de 38 obras no Brasil
e no exterior. Segundo o delegado,foram cometidos crimes de corrupção ativa e
passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações. Os
recursos partiam, segundo a PF, do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht,
que ficou conhecido como departamento da propina. O delegado não indica, no
entanto, quem seriam os beneficiários dos desvios de recursos das
obras.
A nova investigação chega em um momento crucial da
campanha eleitoral, quando todo o País vai às urnas domingo para eleger prefeitos e
vereadores. A Arena de Pernambuco já é alvo da Operação Fair Play, que investiga
desvios e superfaturamento de R$ 48,7 milhões no estádio construído para a Copa
de 2014. Um dos alvos
da investigação é o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas (CGPE), que na
época da licitação da Arena, em 2009, era presidido pelo
atual prefeito e candidato à reeleição no Recife, Geraldo Julio (PSB), que
atuava na gestão do então governador Eduardo Campos (PSB).
O atual governador,
Paulo Câmara (PSB), era o vice-presidente do Comitê. Nem Paulo nem Geraldo foram
alvos diretos da Fair Play.
Em junho, o juiz Sérgio Moro autorizou o
compartilhamento de provas sobre a Odebrecht na Lava Jato para a Fair Play. Na
época em que a Fair Play foi deflagrada, a Polícia Federal apontou fraude na
licitação internacional da obra e um contrato suspeito de superfaturamento.
Também em junho, o governo do Estado anunciou a quebra do contrato com a Odebrecht, que
administrava a Arena. A rescisão gerou um débito de R$ 246,8 milhões do Estado
com a empreiteira, para ser pago num prazo de 15 anos.
Na época, a Procuradoria do Estado afirmou que o
governo estava livre de multa com a empresa e que, caso o contrato permanecesse,
o custo para os cofres locais seria o dobro do valor da rescisão. A assessoria
da Odebrecht informou que a empresa não irá se
pronunciar sobre o assunto. Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia
Federal em Pernambuco
não atendeu ligações, nem retornou as mensagens enviadas pela reportagem do
JC.
Em nota, o governo do Estado afirmou que a
construção da Arena foi feita de maneira transparente. O governo de Pernambuco
apoia qualquer iniciativa de aferir o zelo com o patrimônio público, marca da
nossa gestão. Diante disso, desde já se coloca à disposição para repasse das
informações necessárias e quaisquer esclarecimentos acerca desta e de outras
obras realizadas no nosso Estado, como tem feito sempre que requerido, diz o
texto.
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