segunda-feira, 28 de abril de 2014

Central para Cidadã Pernambucana continua em atendimento


Pernambuco registra 249 mulheres vítimas de crimes, das quais 34 foram só em Recife


21/04/2014 09:15 - Rodrigo Passos, da Folha de Pernambuco

André Nery/Folha de Pernambuco
Serviço atende demandas de violência contra mulher
A violência contra a mulher ainda é uma triste realidade no País e Pernambuco não foge à regra. Somente em 2013, 249 mulheres foram vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) em todo Estado, sendo registrado no Recife o maior número de casos, totalizando 34. Do quantitativo de mulheres assassinadas, o total de mortes provenientes de conflitos afetivos ou familiares é alarmante: sendo 97 no ano passado, até o mês de novembro. No Estado, um canal de acesso foi dado às mulheres para denúncias: a Central de Teleatendimento Cidadã Pernambucana, através do número 0800.281.8187.
A central foi criada em janeiro do ano passado e lançada, oficialmente, no Carnaval do mesmo período, com o objetivo de atender, principalmente, as demandas provenientes das festividades momescas. O que muita gente não sabe é que o atendimento ainda está a serviço da mulher pernambucana. De acordo com a ouvidora da Secretaria da Mulher de Pernambuco (SecMulher) Helena Medeiros, a iniciativa surgiu da necessidade de dar maior acessibilidade para as denúncias e demandas provenientes do gênero. “Antes do teleatendimento, o serviço era realizado através de um número convencional de telefone, por email ou presencial, e se limitava apenas à Região Metropolitana. Com a criação, conseguimos incluir as mulheres que estão em lugares mais longínquos, através de uma forma concreta, garantindo que qualquer mulher do Estado possa acessar a secretaria”, pontuou a ouvidora.
O 0800 atende demandas que estão em território pernambucano, no entanto, de acordo comHelena, mulheres de outras unidades federativas já realizaram ligações. O serviço da Central de Teleatendimento Cidadã Pernambucana é realizado 24h, todos os dias. Atualmente, oito teleatendentes se revezam. Para a sua implantação, uma pesquisa foi efetuada para levantar todos os serviços que prestam apoio à mulher pernambucana e o material resultou em um cadastramento geral, que tem por objetivo dar mais eficiência às demandas registradas na central. O número recebe ligações de telefones móveis e fixos, o que amplia ainda mais o universo de opções.
Para uma das coordenadoras do coletivo Mulher Vida, Adriana Duarte, questões culturais ainda desencorajam as mulheres vítimas de violência. “Quando falamos em violência dentro das relações afetivas, a maior dificuldade é que a mulher acredita que o parceiro a ama. Geralmente são os pais dos filhos, noivos, maridos, ou seja, existe a relação de paixão”, pontuou.

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