Central para Cidadã Pernambucana continua em atendimento
Pernambuco registra 249 mulheres vítimas de crimes, das quais 34 foram só em Recife
21/04/2014 09:15 - Rodrigo Passos, da Folha de
Pernambuco
André Nery/Folha de Pernambuco
A violência
contra a mulher ainda é uma triste realidade no País e Pernambuco não foge à
regra. Somente em 2013, 249 mulheres foram vítimas de Crimes Violentos Letais
Intencionais (CVLI) em todo Estado, sendo registrado no Recife o maior número de
casos, totalizando 34. Do quantitativo de mulheres assassinadas, o total de
mortes provenientes de conflitos afetivos ou familiares é alarmante: sendo 97 no
ano passado, até o mês de novembro. No Estado, um canal de acesso foi dado às
mulheres para denúncias: a Central de Teleatendimento Cidadã Pernambucana,
através do número 0800.281.8187.
A central foi criada em janeiro do ano passado e lançada,
oficialmente, no Carnaval do mesmo período, com o objetivo de atender,
principalmente, as demandas provenientes das festividades momescas. O que muita
gente não sabe é que o atendimento ainda está a serviço da mulher pernambucana.
De acordo com a ouvidora da Secretaria da Mulher de Pernambuco (SecMulher)
Helena Medeiros, a iniciativa surgiu da necessidade de dar maior acessibilidade
para as denúncias e demandas provenientes do gênero. Antes do teleatendimento,
o serviço era realizado através de um número convencional de telefone, por email
ou presencial, e se limitava apenas à Região Metropolitana. Com a criação,
conseguimos incluir as mulheres que estão em lugares mais longínquos, através de
uma forma concreta, garantindo que qualquer mulher do Estado possa acessar a
secretaria, pontuou a ouvidora.
O 0800 atende demandas que estão em território
pernambucano, no entanto, de acordo comHelena, mulheres de outras unidades
federativas já realizaram ligações. O serviço da Central de Teleatendimento
Cidadã Pernambucana é realizado 24h, todos os dias. Atualmente, oito
teleatendentes se revezam. Para a sua implantação, uma pesquisa foi efetuada
para levantar todos os serviços que prestam apoio à mulher pernambucana e o
material resultou em um cadastramento geral, que tem por objetivo dar mais
eficiência às demandas registradas na central. O número recebe ligações de
telefones móveis e fixos, o que amplia ainda mais o universo de opções.
Para uma das coordenadoras do coletivo Mulher Vida,
Adriana Duarte, questões culturais ainda desencorajam as mulheres vítimas de
violência. Quando falamos em violência dentro das relações afetivas, a maior
dificuldade é que a mulher acredita que o parceiro a ama. Geralmente são os pais
dos filhos, noivos, maridos, ou seja, existe a relação de paixão,
pontuou.
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