sexta-feira, 18 de dezembro de 2015


Campo Mental - Pensamento e Sintonia

Autor Guilhermina Batista Cruz - guilherminabcruz@bol.com.br


"O pensamento, dizíamos, é criador. Não atua somente ao redor de nós, influenciando os nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós, gera nossas palavras, nossas ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura".
Léon Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor


Quando pensamos, expressamos sempre as idéias que aceitamos como reais para nós e que habitam nosso campo íntimo. Assim sendo, criamos em torno de nós um campo próprio de vibrações mentais, que vão identificar o teor de nossos pensamentos. Campo mental é onde situamos nossa consciência, dentro da faixa evolutiva onde nos encontramos. É nas horas de aflição que demonstramos onde o situamos e quais as forças e sentimentos que cativam os refolhos mais íntimos de nossa alma.

Vivendo em faixas vibratórias diversas, de acordo com a evolução espiritual que já alcançamos, sintonizaremos nossos desejos e sentimentos de acordo com ela. Os pensamentos que emitimos e os que absorvemos fazem-nos respirar o clima psíquico com o qual nos rodeamos, criando o nosso próprio céu ou inferno particulares. Nossa mente é assim como se fosse a cabine de comando de nosso Espírito, e nela refletimos nossos desejos, sentimentos e vontades.

E, de acordo com a faixa vibratória onde nos situarmos, os pensamentos que emitirmos poderão nos dar força, nos alimentar de otimismo e alegria ou nos deprimir e anular nossa vontade de viver. É através da mente, seja em que plano estivermos, que nos renovamos e crescemos para a compreensão maior da vida. Em momentos de grande sofrimento, nossas reações dependerão de onde conseguirmos situar nosso campo mental.

Se nossa consciência está muito presa à matéria e às emoções desregradas, poderemos ficar bastante desesperados se perdermos um ente amado pela morte ou pelo fim de um relacionamento. Geralmente, sofremos mais por causa de nossa atitude mental do que pelo problema em si. Falta-nos a identificação com os propósitos superiores para que possamos sair de nosso campo mental restrito e termos o domínio necessário para enfrentar os sofrimentos e reveses da vida com mais discernimento, calma e resignação.

Nossa mente está constantemente recebendo e emitindo vibrações, sejam boas ou más. Por meio delas é que nos ligamos a mentes encarnadas e desencarnadas que se situam na mesma faixa onde vibramos e tanto pode nos ajudar como nos prejudicar. Sabedores de que somos propensos ao recebimento de energias , positivas ou negativas, que conosco interagem, precisamos de muito cuidado quando nos ligarmos a uma idéia obsessiva, principalmente, se ela for de teor negativo. Precisamos sair da faixa vibratória dos pensamentos negativos de rancor, egoísmo e desamor para com o próximo.

Quando expressamos um pensamento em que acreditamos, ele cria força e pode, inclusive, influenciar outras pessoas, se elas estiverem sintonizadas na faixa vibratória em que eles forem emitidos. Podemos também, do mesmo modo, sermos influenciados pelas "idéias" dos outros, e refleti-las através de correntes mentais para todos que estejam na mesma sintonia e vibrem com os mesmos propósitos. Daí a necessidade do "orai e vigiai".

Por projetarmos nossos desejos mais íntimos através do pensamento e nos rodearmos de mentes que conosco interagem, assimilando nossas idéias ou repelindo nosso modo de pensar, precisamos, em nossa atividade mental, de todo o cuidado e discernimento para escolhermos a quais objetivos nos ligaremos e que poderão fazer parte de nosso campo mental. Nossas mais simples atividades diárias poderão ensejar a ligação mental com mentes que transitem e estejam situadas na mesma faixa de vibração.

O teor de nossas conversas, o que lemos, assistimos na televisão, são atividades que podem induzir a ligação com mentes situadas numa determinada faixa de vibração e que poderão nos influenciar positiva ou negativamente. Pensar fixamente ou falar constantemente em algo desagradável pode projetar para outros e atrair para nós as mesmas coisas que criamos e podemos, então, ficar sujeitos a todas as conseqüências que essa influência recíproca pode provocar.

Então, como responsáveis pelos pensamentos que abrigamos em nosso íntimo e por nos ligarmos às mentes que vibram uníssonas com a nossa, precisamos vigiar nosso íntimo para adquirirmos um ambiente psíquico melhor e conseguir romper as barreiras que nos prendem a determinadas faixas vibratórias que impedem o nosso desenvolvimento espiritual. Nosso esforço é importante para construir, com o conteúdo de nossos pensamentos, um campo mental mais propício para o nosso ser.

Quando aceitamos uma idéia má como verdadeira em nosso íntimo, estaremos nos ligando, pelo processo de assimilação de idéias, às mentes que transitam na mesma faixa vibratória e que podem reforçar com tão grande teor de negatividade essa idéia, que as conseqüências podem ser imprevisíveis para todos os envolvidos. Uma má idéia só persiste em nós pela aceitação que fazemos dela em nosso íntimo e pelas ligações que estabelecemos com mentes sintonizadas na mesma faixa vibratória.

Precisamos exercitar a vontade para ultrapassarmos as circunstâncias negativas, já que a assimilação das idéias más é que nos fazem ficar presos a ela. Para situar nosso campo mental em níveis mais elevados, é fundamental procurarmos o conhecimento, pois só através da percepção real do que nos rodeia e que interfere em nossas ações, é que desenvolveremos o raciocínio e o discernimento, condições indispensáveis para situarmos nossa mente em outras faixas.

Vamos tentar modificar nosso campo mental, elevando o teor de nossos desejos, pensamentos e ações, para que possamos sair das pesadas faixas de vibração onde transitam mentes encarnadas e desencarnadas presas a pensamentos e ações infelizes que nos atrelam, obrigando-nos a caminhar por um bom tempo presos a idéias e atitudes que impedem nosso crescimento espiritual.

Emmanuel, no Livro Caminho, Verdade e Vida, de Francisco Cândido Xavier, nos fala que Jesus apresentava o mais avançado recurso de domínio próprio. Segundo suas palavras: "Sua lição de domínio espiritual é profunda e imperecível. Revela a necessidade de sermos "nós mesmos", nos transes mais escrabosos da vida, de consciência tranqüila elevada à Divina Justiça e de coração fiel dirigido pela Divina Vontade.

Paz e Luz a todos.

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