quinta-feira, 8 de outubro de 2015


 
Saber lidar com as pessoas é arte. E justamente porque cada ser humano é único, é fácil perceber as diferenças entre cada um com grande facilidade. Se já compreender a nós mesmos nem sempre é fácil, imagina pensar sobre o próximo. A mente alheia é um grande mistério. A forma de agir e raciocinar é única e por isso a cada momento aprendemos a aprender a conviver.
No dia a dia da empresa, muitas vezes, o contato com outros funcionários é mais do que importante, simplesmente é fundamental em muitos cargos. E às vezes as relações se tornam tão estressantes e cansativas que o sentimento de desgaste é inevitável. E, portanto, conviver com o outro passa a ser uma tarefa elaborada. Sobreviver aos relacionamentos problemáticos na empresa faz com que os trabalhadores sejam considerados guerreiros. O que na verdade era para ser algo simples e de pouca preocupação se torna uma verdadeira batalha de sobrevivência.
Criar uma estratégia de bem viver com o grupo é também saber eliminar e/ou dosar alguns itens como:
  • vaidade
  • querer ter sempre a razão
  • brigar pelo melhor
  • ignorar outra forma de pensar diferente da sua
  • etc.
O outro é um grande desafio, que pode ser produtivo ou negativo.

“O inferno são os outros”
Jean-Paul Charles Aymard Sartre
 
 
As outras pessoas são fontes permanentes de diferenças, mudanças e inconstâncias. Por isso, o convívio com os demais dentro do meio profissional pode ser desgastante quando não se respeita o fato de cada um ser único e, portanto, pouco previsível aos olhos externos. Cada pessoa faz suas escolhas com base nos seus aprendizados e a consequência disso é que os demais podem concordar com essas escolhas ou necessitar de adaptação. Como cada pessoa costuma ter em mente um projeto diferente, as pessoas entram em conflito. E Sartre sustentava a ideia de que: “O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade, só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo. Sem a convivência, uma pessoa não pode se perceber por inteiro. Só a convivência é capaz de nos dar a certeza de que estamos fazendo as escolhas que desejamos”.
Seguir o princípio de que não existe verdade absoluta e cada um está certo no seu ponto de vista pode facilitar o convívio com os demais.


Índice deste artigo:

Carlos Castañeda, no seu livro Fogo Inteiro, define os cinco atributos do guerreiro: controle, disciplina, paciência, oportunidade e vontade. Usou esses 5 pontos como forma de convívio com as pessoas.
  1. Controle: controle emocional, saber se conhecer, respeitar os próprios limites, saber viver a vida como ela é e não como se imagina, fantasia ou gostaria.
  2. Disciplina: para poder organizar e seguir um método de convívio, de mudança ou quebra de padrão na relação. Saber viver no agora e se organizar para que sua atenção esteja com o foco no agora e na solução, ao invés de estar perdido nos pensamentos passados ou que ainda estão por vir, ou mesmo nos problemas e aborrecimentos.
  3. Paciência: começando com você mesmo e expandindo-se aos demais. As coisas têm um tempo para acontecerem, tanto mudanças internas quanto externas. Aceite e respeite.
  4. Oportunidade: saber aproveitar as oportunidades de contato com as pessoas e usá-las da melhor maneira possível. Estar focado nos ajuda a “enxergar” o óbvio.
  5. Vontade: de querer aprender, se misturar e se achar no contato com o outro. Usar essa energia que temos para poder seguir em frente.
Adriana de Araújo é psicóloga, counselor e executive coach da consultoria Desenvolvimento de Excelência. www.desenvolvimentoexcelencia.com.br.

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