quarta-feira, 28 de outubro de 2015


Ética nas Relações Interpessoais e Profissionais
 
 
Vasquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a moral é eminentemente prática, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana o conhecer e o agir são indissociáveis.
 
“O bem se deve fazer e perseguir, o mal se deve evitar.”
Este primeiro princípio nos impele a agir com caráter imperativo. Faça o bem, desde os primeiros instante, é uma ordem que resume a nós mesmos, que alcançamos como nossas superiores faculdades. Quando agimos conforme o primeiro princípio, em cada situação concreta, sentimos força e satisfação, vemos o acerto e o alcance da nossa conduta, tornamo-nos mais dignos, mais admiráveis, respeitáveis e felizes no convívio com os outros. Fazer o bem pode ter um campo vasto como fazer o bem a si mesmo, fazer o bem aos outros, fazer o bem à natureza, fazer o bem a Deus.
 
Veja o que diz Agostinho de Hipona no século IV sobre os princípios:
“Os princípios sempre são permanente e imutáveis, mantendo a sua retidão(...).
Nada estável, com efeito, nada certo haveria do que procede dos princípios se eles próprios não pudessem ser firmemente estabelecidos. (...) Portanto, se queremos que haja alguma retidão no domínio do agir humano, deve haver necessariamente algum princípio permanente que seja de uma
retidão inabalável, em relação ao qual todos as ações humanas possam ser examinadas”.

ÉTICA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS


O que podemos compreender dos conceitos e informações apresentadas á que o ser humano é dotado de razão, e por isso, pode sim, tomar para si a iniciativa de seus atos com vistas a buscar o bom e o justo ou, por outro lado, a maldade e a injustiça.
Claro, esses conceitos – bom, mau, justo, injusto - não são universais, diferindo de acordo com a cultura, a época, o grupo social e muitas outras variáveis.
Porém, há dois valores dos quais se pode afirmar que são universais: a vida humana e, decorrente desta, a importância do outro.
Esse princípio, o da alteridade ( alter, em latim, significa “outro”), implica dizer que o ser humano, necessita viver em grupo, tem no seu semelhante um igual, com os mesmos direitos básicos que ele próprio.
 
 
A vida nos ensina que ninguém, ou quase ninguém, pode viver totalmente isolado não somente por causa das necessidades afetivas, mas também por causa das necessidades materiais. É muito difícil para uma só pessoa produzir todas as coisas de que necessita para sobreviver dignamente. A necessidade de conviver com os outros nos leva à necessidade de estabelecermos relações que permitam a sobrevivência de todos os que compõem a coletividade.
 
Isso significa que na prática os meus direitos e interesses não podem ser absolutizados na medida em que entram em conflito com os interesses e direitos de outros com os quais necessito conviver.
Existem algumas máximas populares e religiosas que ecoam essa verdade:
“ Não faça ao outro o que não queres que façam a ti” ( Regra de Ouro)
“ Amai ao próximo como a ti mesmo”
A ética profissional coadunada à ética pessoal consiste, portanto, em uma forma de ser no mundo, que é aprendida e incorporada pelo homem e só assim poderá ser posta em prática em casa, no meio social, nas organizações de trabalho e em todos os momentos de sua vida e não apenas quando for conveniente para resultar em benefícios particulares.
O espírito de cooperação, cordialidade, honestidade e respeito devem permear o comportamento de todos aqueles que trabalham com e para o público, independente de ocuparem cargo de provimento efetivo ou em comissão. Assim, é interessante observar o sentido da expressão “servidor público” que, em sua versão mais singela, significa estar a serviço da coletividade.
 
*Raquelina Arruda Pinho

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