Energias renováveis contra o aquecimento global
O aquecimento do planeta é uma realidade e, se nada for feito, ele trará
consequências catastróficas para a biodiversidade e para o ser humano. É por
isso que o Greenpeace trabalha para pressionar governos e empresas a diminuir as
emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível. Por isso pedimos que
eles deixem de lado o carvão e o petróleo e invistam em fontes renováveis de
energia, conservem suas florestas, repensem práticas agropecuárias, invistam em
mobilidade e protejam seus oceanos. Essa é uma estratégia não só para reduzir as
emissões de gases de efeito estufa, mas para consolidar um crescimento econômico
baseado em tecnologias que não prejudicam o
planeta.
Às vésperas da Conferência do Clima em Copenhague, 34 ativistas estenderam um
banner gigante de nove mil metros quadrados e quase 1,5 tonelada com um recado
direto para o presidente Lula: “Você pode fazer mais pelo clima: desmatamento
zero; energias renováveis e proteção dos oceanos”. Este é o maior banner aberto
pelo Greenpeace nos 38 anos de história da organização no mundo. © Greenpeace /
Felipe Barra
A Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço, na sigla em
inglês) anunciou no início de 2010 que a década que terminou em 31 de dezembro de 2009 foi a mais
quente já registrada desde 1880, ano em que a moderna medição de
temperaturas ao redor do planeta começou. A mesma década também teve os dois
anos de maior intensidade de calor em mais de um século – 2005, o mais quente do
período, e 2009, o segundo mais quente.
Já foi constatado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC) da ONU que o aumento da temperatura do planeta é consequência de ações
humanas, especialmente tomadas a partir da Revolução Industrial, no século 18.
Ela promoveu um salto tecnológico e o crescimento das civilizações como nunca
vistos antes. Por outro lado, impulsionou também uma taxa inédita e perigosa de
poluição e degradação da natureza.
A indústria floresceu baseada na queima de carvão e petróleo, duas fontes de
energia encontradas na natureza cujo calor movimenta usinas, indústrias e
economias. Acontece que, com a queima, o carvão e o petróleo liberam no ar
volumes gigantescos do gás dióxido de carbono (CO2). A exploração sem controle
das florestas também jogou outros milhões de toneladas desse gás no ar.
O CO2, também chamado de gás carbônico, é parte da atmosfera terrestre e
forma uma capa ao redor da Terra, que ajuda a manter a temperatura do planeta
adequada para a manutenção da vida – inclusive a humana. Esse processo se chama
efeito estufa. O problema, portanto, não é o mecanismo natural em si, mas a
interferência do homem. O volume extra de CO2 e de outros gases, como o metano,
que foram para a atmosfera a partir da Revolução Industrial, engrossou a capa,
de forma que a temperatura passou a subir perigosamente.
Um planeta mais quente desequilibra o ultrassensível sistema climático da
Terra. Como consequência, o gelo dos polos derrete e eleva o nível médio dos
oceanos, ameaçando populações costeiras; tempestades se tornam mais frequentes,
intensas e perigosas, assim como ondas de frio ou calor extremos; biomas como a
Amazônia são ameaçados pela alteração no sistema de chuvas. Populações já
vulneráveis ficam com a corda no pescoço, sofrendo impactos na produção de
alimentos, fornecimento de água e moradia.
Aquecimento global: o desafio da geração
Podemos voltar atrás? Em determinado grau, não, pelo menos em curto prazo.
Mas o custo do desenvolvimento feito de qualquer jeito é alto demais para as
próximas gerações, e uma resposta deve ser dada imediatamente. Precisamos deixar
essa capa que cobre a Terra mais fina – ou pelo menos mantê-la do jeito que ela
está hoje.
Quanto mais tempo o homem demorar para implantar as soluções, pior será o
futuro – lidar com as mudanças climáticas será mais caro e muito mais difícil. É
por isso que o Greenpeace trabalha para pressionar governos e empresas a
diminuir as emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível. Por isso
pedimos que eles deixem de lado o carvão e o petróleo e invistam em fontes
renováveis de energia, conservem suas florestas, repensem práticas
agropecuárias, invistam em mobilidade e protejam seus oceanos.
O sol, o vento, os oceanos e a biomassa são as fontes
mais promissoras de energia hoje. O mundo não precisa investir em mais usinas a
carvão e nucleares e deve investir em alternativas para diminuir o consumo de
petróleo por carros, aviões e navios. O mundo precisa de uma matriz elétrica
diversificada, planejada em observância aos direitos humanos e ambientais, e de
eficiência energética, para que deixemos de jogar energia e dinheiro fora e
aproveitemos o máximo da energia produzida.
As cidades também têm um papel importantíssimo nesse jogo. Elas precisam de
sistemas de transporte inteligentes e eficientes, com transporte coletivo de
qualidade e restrição ao uso de transporte individual motorizado. Hoje, o setor
de transportes representa um quarto do total de consumo de energia global. Por
isso é importante também que os carros que ainda rodam nas ruas emitam o mínimo
possível de CO2, contribuindo também para o microclima das cidades.
Toda a pressão do consumo crescente de combustíveis fósseis já chegou até ao ar condicionado do planeta, o Ártico. Com as mudanças climáticas, o aquecimento na região acontece duas vezes mais rápido que no resto do mundo. Nos últimos 30 anos, 75% do gelo ártico desapareceu. Como se não bastasse a ameaça a esse frágil ecossistema, as grandes empresas petrolíferas estão em uma irresponsável missão de prospecção de petróleo em suas águas, aproveitando-se do seu derretimento e acelerando a destruição do Ártico.
Os governos precisam mover todos os seus esforços para manter as florestas em pé e preservar os oceanos, dois importantes sumidouros de CO2 que estão sob forte ameaça.
O mundo precisa, acima de tudo, que as pessoas queiram fazer a mudança, do
cidadão comum aos engravatados que dirigem países e empresas. O momento da ação
é agora. Os próximos bilhões de habitantes da Terra agradecerão.
Soluções:
- Investir em uma política energética inteligente: segundo estudo encomendado pelo Greenpeace, as novas fontes
renováveis podem suprir metade da demanda mundial até 2050
- Incentivar o setor de novas energias: a indústria de geração e de
eficiência energética tem capacidade de abrir 8 milhões de empregos no mundo até
2030
- Zerar o desmatamento: no mundo, a derrubada e a queimada das florestas
tropicais jogam 5,1 bilhões de toneladas de carbono por ano na atmosfera; só no
Brasil, o volume é de 1,26 bilhão de toneladas por ano
- Conservar os oceanos: os mares absorvem CO2 da atmosfera, mas eles têm um
limite. Destinar 40% dos oceanos para unidades de conservação ajuda a mantê-los
saudáveis, de forma a cumprirem essa tarefa
- Adaptar a mobilidade das cidades para que elas proporcionem transporte
público eficiente e deslocamentos seguros e confortáveis às pessoas, de modo a
reduzir a dependência do uso de automóveis e da queima de combustíveis
fósseis
- A frota brasileira de automóveis cresce a cada ano, mas os veículos que são vendidos aqui consomem mais combustível e emitem mais gases de efeito estufa em relação aos europeus. Aumentar os padrões de eficiência dos veículos que circulam no Brasil, defasados em relação à Europa, origem de grande parte das montadoras que atuam no País
- A frota brasileira de automóveis cresce a cada ano, mas os veículos que são vendidos aqui consomem mais combustível e emitem mais gases de efeito estufa em relação aos europeus. Aumentar os padrões de eficiência dos veículos que circulam no Brasil, defasados em relação à Europa, origem de grande parte das montadoras que atuam no País
- O Ártico é responsável por manter a temperatura do mundo estável. Criar um
santuário na área não-habitada do Ártico e banir a exploração de petróleo e a
pesca industrial são as únicas ações capazes de impedir uma catástrofe na região
Fonte site do Greenpeace
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