sexta-feira, 27 de março de 2015

Com um pé atrás
 
Único governador do Nordeste que votou contra a presidente Dilma Rousseff (PT), Paulo Câmara (PSB) vai refletir bastante antes de confirmar sua presença na reunião, no dia 15 de abril, entre os governadores da região com os parlamentares da bancada do Nordeste. Há um receio de que esse encontro se transforme numa sessão de apoio incondicional à presidente, algo que Paulo não tem intenção de participar. E esse temor não é infundado. Dos nove governadores nordestinos, oito votaram em Dilma e sete integram a base aliada do governo. Só dois estão fora do bloco governista: Paulo e Ricardo Coutinho (PSB) da Paraíba, sendo que o paraibano fez campanha para Dilma. O peso dessa desvantagem ficou evidente na reunião preparatória para o encontro com Dilma na quarta-feira passada. A maioria governista defendia um manifesto contundente de apoio explícito a Dilma, condenando com veemência as tentativas de impeachment. Foi preciso muita conversa para que se chegasse à carta em defesa da democracia. Defensor do diálogo e do fortalecimento das instituições políticas para que se preserve a governabilidade, Paulo pretende manter-se nos limites do que o PSB denomina de oposição independente. Até porque, em nenhum momento da reunião com os governadores, a presidente fez uma autocrítica. Para ela, o desmantelamento da economia é consequência apenas da crise internacional, um discurso que carece de fundamento – são evidentes os erros cometidos pelo seu governo, alguns dos quais reconhecidos por alguns petistas. Enfim, a reunião com a presidente Dilma, se não teve os resultados esperados, serviu pelo menos para uma coisa: o governador Paulo Câmara saiu do encontro com uma noção clara onde está pisando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário