Com um pé
atrás
Único governador
do Nordeste que votou contra a presidente Dilma Rousseff (PT), Paulo Câmara
(PSB) vai refletir bastante antes de confirmar sua presença na reunião, no dia
15 de abril, entre os governadores da região com os parlamentares da bancada do
Nordeste. Há um receio de que esse encontro se transforme numa sessão de apoio
incondicional à presidente, algo que Paulo não tem intenção de participar. E
esse temor não é infundado. Dos nove governadores nordestinos, oito votaram em
Dilma e sete integram a base aliada do governo. Só dois estão fora do bloco
governista: Paulo e Ricardo Coutinho (PSB) da Paraíba, sendo que o paraibano fez
campanha para Dilma. O peso dessa desvantagem ficou evidente na reunião
preparatória para o encontro com Dilma na quarta-feira passada. A maioria
governista defendia um manifesto contundente de apoio explícito a Dilma,
condenando com veemência as tentativas de impeachment. Foi preciso muita
conversa para que se chegasse à carta em defesa da democracia. Defensor do
diálogo e do fortalecimento das instituições políticas para que se preserve a
governabilidade, Paulo pretende manter-se nos limites do que o PSB denomina de
oposição independente. Até porque, em nenhum momento da reunião com os
governadores, a presidente fez uma autocrítica. Para ela, o desmantelamento da
economia é consequência apenas da crise internacional, um discurso que carece de
fundamento são evidentes os erros cometidos pelo seu governo, alguns dos quais
reconhecidos por alguns petistas. Enfim, a reunião com a presidente Dilma, se
não teve os resultados esperados, serviu pelo menos para uma coisa: o governador
Paulo Câmara saiu do encontro com uma noção clara onde está
pisando.
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