sexta-feira, 13 de março de 2015

Índice de Paz global mostra focos de guerra e de violência no mundo

Se o mundo fosse completamente pacífico, o benefício para a economia global seria de US$9 trilhões no ano passado (o mesmo que as economias da Alemanha e Japão.)
 
Londres - Melhoras na Escala de Terror Político e ganhos em vários indicadores de militarização causados pelos cortes de defesa originados da austeridade econômica foram os dois principais fatores que tornaram o mundo um lugar mais pacífico em 2012, de acordo com o mais recenteGPI - Índice de Paz Global, do Instituto Economia e Paz (Institute for Economics and Peace).
Isto significa uma reversão da tendência observada nos dois anos anteriores consecutivos, quando o GPI apresentou uma queda da paz mundial. Se o mundo fosse completamente pacífico, o benefício para a economia global seria de US$9 trilhões no ano passado (o mesmo que as economias da Alemanha e Japão).
 
O GPI é a principal avaliação mundial da paz global produzida pelo Institute for Economics and Peace (IEP - Instituto de Economia e Paz). Ele avalia os conflitos domésticos e internacion ais, a segurança na sociedade e a militarização em 158 países usando 23 indicadores diferentes.
Todas as regiões, exceto o Oriente Médio e América do Norte (MENA), apresentaram melhoras, com a África subsaariana deixando o último lugar pela primeira vez desde o lançamento do GPI em 2007.
Madagascar, Gabão e Botswana apresentaram melhoras notáveis no último ano e a região também demonstrou a maior melhora das ´Relações com os Estados Vizinhos´ entre 2009 e 2012.
Com a queda da paz na área, o Oriente Médio e África agora são as regiões menos pacíficas do mundo. A queda foi causada em grande parte pela agitação e instabilidade gerada pela Primavera Árabe.
 
Alguns dos maiores indicadores que apresentaram maior deterioração no GPI foram as medidas de segurança e proteção da sociedade, parecendo ser um reflexo da turbulência que sacode o mundo árabe desde dezembro de 2010. A Síria apresentou a maior queda causada pela guerra civil, sendo seguida pelo Egito e Tunísia após a revolução.
 
"O que ficou flagrante no resultado desse ano e da tendência de seis anos é a mudança nas prioridades globais. As nações tornaram-se mais pacíficas externamente com a concorrência econômica, e não da força militar. O resultado da região da África subsaariana foi particularmente notável - as guerras regionais diminuíram com a União Africana tentando alcançar o desenvolvimento econômico e a integração política", disse Steve Killelea, fundador e Presidente do Conselho Executivo do IEP.
"A paz voltou aproximadamente para os níveis de 2007, mas apesar de as avaliações externas da paz terem melhorado, o conflito interno aumentou. Isto é particularmente notável no aumento das fatalidades causadas por atos terroristas que aumentaram mais de três vezes desde 2003", complementa Killelea.
 
Os dados de tendência também demonstram uma diferença substancial entre o nível de paz das democracias e outros tipos de governos. As democracias falhas têm um desempenho substancialmente melhor do que os regimes híbridos e autoritários, indicando que as medidas de repressão por parte dos governos, como a ´Escala do Terror Político´ e o ´Nível de Conflito Organizado Interno´, são previsores confiáveis da paz.
 
Killelea continua a dizer que "A análise da tendência de seis anos mostra que os países nas posições mais altas e nas posições mais baixas do Índice raramente saem da sua posição - indicando que o tema paz ´aprisiona´ nas duas extremidades. Existe também um ´ponto de virada´ no qual os ganhos relativamente pequenos de paz parecem estar associados com grandes quedas na corrupção e grande aumento no PIB per capita. Com os países tentando se desenvolver, os legisladores devem observar o Dividendo da Paz e rever as estruturas de trabalho que resultam nas sociedad es mais pacíficas", afirma.
 
Regiões
A pontuação geral da região Ásia-Pacífico melhorou em grande parte em relação ao ano passado, e incluiu três dos cinco principais fatores de elevação. Sri Lanka apresentou a maior melhora na paz em geral, após o término da sua guerra civil.
 
O Butão apresentou fortes ganhos ao ficar entre os 20 melhores pela primeira vez, devido principalmente à redução da tensão com os refugiados étnicos do Nepal.
As Filipinas também apresentaram um forte aumento em diversos indicadores.
Pelo sexto ano consecutivo, a Europa Ocidental permanece a região acentuadamente mais pacífica com o maior número de países entre os 20 principais.
 
Embora a Noruega tenha caído da posição número 10 pela primeira vez para a posição número 18, três países nórdicos permaneceram entre os 10 mais bem colocados, com os altos níveis de segurança e proteção, indicando uma sociedade amplamente harmoniosa e sem conflitos.
 
A América do Norte apresentou uma ligeira melhora, dando continuidade a esta tendência desde 2007. O Canadá pulou três lugares este ano, com a redução das mortes dos soldados servindo no Afeganistão. A pontuação geral dos Estados Unidos também melhorou ligeiramente graças à redução do porcentual da população encarcerada, embora tenha caído algumas posições devido às grandes conquistas de outros países.
 
A América Latina apresentou um ganho geral da paz, com 16 das 23 nações tendo melhora nas pontuações do GPI. Apesar de o Brasil ter aumentado o nível de paz, caiu no ranking principalmente devido à inclusão de mais países no índice em 2012. As informações são do IEP.

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