quarta-feira, 4 de janeiro de 2017



FEDERAÇÃO ESPÍRITA PERNAMBUCANA

1904 - INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA – 2004


ENTIDADE FEDERATIVA, COORDENADORA E REPRESENTATIVA DO MOVIMENTO ESPÍRITA DO ESTADO DE PERNAMBUCO NO CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA.


Xerxes Luna


Em nossa caminhada evolutiva, a cada reencarnação, trazemos conosco compromissos para serem cumpridos junto aos nossos semelhantes, sendo que, dentre eles, alguns se destacam pela urgência dos ajustes ou do estreitamento dos laços afetivos que por ventura se encontrem fragilizados ou reclamando maior unidade.
Para que tenhamos sucesso no nosso intento evolutivo, a Providência Divina nos une através dos laços da consanguinidade, a aqueles que, de alguma forma, temos compromissos mais imediatos a realizar e a outros que conosco se reúnem para nos ajudar nessa missão.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS.

Nesse processo, a consanguinidade assume um papel preponderante para o êxito da nossa intencionalidade evolutiva, uma vez que cria um elo forte de ligação entre as partes envolvidas com reflexos positivos, acentuados, nas suas relações interpessoais.
Portanto, é bom que tenhamos sempre em mente que a

família constitui um agrupamento de espíritos com compromissos mútuos. Compromissos que devem merecer de cada um de nós um trato todo especial pela sua importância no nosso processo evolutivo. Com isso não queremos insinuar que devemos dar menos importância aos demais compromissos também assumidos e que estão situados fora do âmbito familiar. Faz parte da nossa tarefa, enfrentar as possíveis dificuldades que venham a surgir no percurso, e quando elas chegarem devemos nos manter equilibrados; confiantes na ajuda divina que, decerto, nos inspirará a encontrar a melhor forma de resolvermos o impasse.
II – O TRABALHADOR ESPÍRITA E A ATENÇÃO PARA COM A EDUCAÇÃO DOS FILHOS.


A época atual, onde o desejo de liberdade e o espírito de participação nas resoluções dos grandes e graves problemas sociais têm preponderado, principalmente junto à camada mais jovem da sociedade, se torna cada vez mais pertinente a preocupação dos pais com a educação dos seus filhos.
Diante dessa tendência social urge que a família seja um espaço de educação por excelência, onde o exemplo dos adultos que a constitui, principalmente dos pais, seja o maior instrumento educacional disponível para o adequado trabalho de formação do caráter dos mais jovens dos seus integrantes. Não basta só primar pela excelência da educação acadêmica, se torna indispensável, também, o esmero na educação doméstica, no seu aspecto ético e moral. O espaço familiar deve reservar ensejo permanente para o diálogo, para os gestos espontâneos e recorrentes de afetividade e de respeito humano e, principalmente, para os exemplos mais concretos de fraternidade e solidariedade para com o semelhante. O descuido nesse sentido pode gerar, no futuro, sofrimentos e desconforto para toda a família.
Dentre os recursos disponíveis à tarefa de educar os seus filhos pelo menos, de um, o espírita não pode abrir mão; o da evangelização voltada para a criança e para a juventude oportunizada pelas instituições espíritas, em especial por aquela a qual frequenta. É primordial que os pais cumpram bem o seu papel de ajudar seus filhos a darem, com segurança, os primeiros passos em direção a Deus, para que na fase juvenil suas bases éticas e morais se apresentem mais fortalecidas e resistentes aos desafios e provações que fatalmente apresentar-se-ão em sua vida. Essa atitude educativa lhes garantirá uma existência saudável e harmoniosa no convívio e na interação social.
São inquestionáveis os desafios e os riscos a que se veem submetidos os jovens em nossos dias e não é justo que eles não contem com a contribuição e experiência dos adultos, quando dos seus esforços em superá-los. As teias da licenciosidade concentradas no desregramento sexual ou moral, nas viciações, na libertinagem, na indisciplina, no desrespeito as leis e aos padrões éticos e morais vigentes, dentre tantos outros desafios a serem vencidos, caso não disponham de uma base educacional ética e moral sólida, fatalmente os conduzirão as regiões sombrias da dor e do sofrimento.
III – O TRABALHADOR ESPÍRITA E SUA RELAÇÃO CONJUGAL.

É fundamental para a tarefa que desenvolvemos como trabalhador(a) da casa espírita que testemunhemos, com nosso comportamento diário, as recomendações e a conduta ético–moral trazidas pelo Espiritismo, principal-mente no âmbito familiar. Desta forma, indubitavelmente, poderemos sempre contar com o respeito e o apoio dos nossos familiares, em especial do(a) nosso(a) cônjuge.
O testemunho da honradez, do companheirismo, da fidelidade conjugal, do respeito humano, da honestidade, da afetividade, da ternura e do amor na convivência matrimonial se faz indispensável para que o(a) trabalhador(a) espírita possa desenvolver seu trabalho de forma equilibrada e coerente com os princípios doutrinários preservando, desta forma, a plena sintonia entre os propósitos do seu trabalho e a harmonia da sua família.
Nos dias atuais, são tantas as provas a que se vê submetida à família que algumas delas, ao contrário de outras que concorrem para o crescimento espiritual dos seus membros, vêm afetando a sua estabilidade e respondendo pelo esfacelamento de muitos lares e pelos desajustes de conduta de alguns dos seus membros.
Diante deste contexto, não pode o(a) trabalhador espírita, mas do que qualquer outro adepto do Espiritismo, concorrer para o crescimento desta estatística nefasta e prejudicial a instituição familiar. Ele jamais deve esquecer que antes de reencarnar assumiu um compromisso com Deus e com sua consciência de bem concorrer para a ascensão espiritual do(a) seu/sua cônjuge e dos seus filhos.

 
IV – A CONCILIAÇÃO DO TEMPO DISPENSADO AS ATIVIDADES REALIZADAS NO CENTRO ESPÍRITA E A ATENÇÃO À FAMÍLIA.

Por mais significativo que seja o trabalho que realizemos na casa espírita ele jamais deve servir de motivo para faltarmos com o compromisso assumido junto a aqueles (esposo(a), filhos e demais dependente) a quem Deus nos confiou à responsabilidade de ajudá-los, mais intimamente, nos seus esforços de crescimento espiritual. Por isso se faz imprescindível que, ao nos disponibilizarmos para o trabalho espírita, em hipótese alguma, ocupemos o tempo naturalmente destinado à convivência e afazeres familiares com ocupações ou encargos na casa espírita, para não corrermos o risco de criar uma desarmonia no lar, e o que é pior, afastarmos nossos entes queridos do Espiritismo. Além disso, a nossa ausência do convívio familiar pode fragilizar nossos entes queridos tornando-os mais vulneráveis as tentações e perigos que rondam nossas vidas. O trabalho espírita, em qualquer ensejo e espaço de realização visa, unicamente, à harmonia e a felicidade das criaturas, e nunca a intranquilidade ou prejuízo a quem quer que seja. Como poderemos nos sentir felizes se nossos entes queridos estão sofrendo? Principalmente se suas dores são decorrentes da nossa negligência e desatenção no cumprimento dos nossos deveres familiares, mesmo que tenhamos ocupado a maior parte do nosso tempo socorrendo os que buscam nossos préstimos na casa espírita. Lembremos, sempre, que nosso Pai Celestial e nosso Mestre Jesus esperam que cada um de nós cumpra, primordialmente, com os compromissos assumidos em nosso planejamento reencarnatório e que Eles não querem de nós sacrifícios, mas que sejamos agentes do amor, da paz e da felicidade em nosso Mundo.


V – OS CONFLITOS RELIGIOSOS NA FAMÍLIA.

Amor a mola mestra que impulsiona os sentimentos de duas criaturas que se unem com o propósito de formarem uma família duradoura e feliz. Nenhum outro requisito se apresenta mais forte que o Amor, mesmo aquele referente à compatibilidade de ordem religiosa, pois, diante do Amor, tudo se apequena e se torna solucionável. Assim sendo, nos casos em que o trabalhador espírita ou simplesmente um adepto do Espiritismo se una, pelos laços do matrimônio, a outra pessoa que professe uma fé religiosa diferente da sua e daí resulte conflitos de ordem conjugal, o bom senso e principalmente os sentimentos do Amor que os uniu devem falar mais alto e aquele(a) que tiver seus sentidos espirituais mais sensíveis a esse sentimento divino deve optar por uma solução conciliatória, onde o respeito à profissão de fé de cada uma seja observada mesmo que concessões sejam acordadas, sem radicalismo, tudo objetivando a manutenção da estabilidade familiar e a preservação dos sublimes sentimentos que os uniu. Ninguém deve ser obrigado a seguir caminhos que contrariem suas convicções, principalmente religiosas, uma vez que cada seguimento religioso que objetiva a prática do Bem, a vivência do Amor e a compreensão das Leis de Deus, trás consigo a linguagem que melhor se apropria ao entendimento dos seus seguidores.
No que tange a educação religiosa dos filhos a forma mais adequada e respeitosa a ser utilizada seria a de conceder-lhes a oportunidade de conhecer e conviver, inicialmente, com as correntes religiosas professadas por seus pais, ficando a critério dos mesmos a escolha daquela com que mais se harmoniza.

VI – CONCLUSÃO.

Assim, trazemos compromissos mais imediatos a serem realizados junto aos membros de nossa família sem, no entanto, nos isentarmos do cumprimento de outros também programados. Para tal devemos dosar, com bom senso e responsabilidade, nossa participação em cada um deles de forma que um não interfira, negativamente, no êxito do outro. Escolhemos esse evento para nossa vivência porque ele é importante para o nosso progresso espiritual e porque temos condições de enfrentá-lo e superá-lo sem que nos afastemos da vontade de Deus que é a de que nos amemos uns aos outros, porque Ele também tem ovelhas em outros apriscos ( João 10;16).


FEDERAÇÃO ESPÍRITA PERNAMBUCANA/DEPARTAMENTO DE INTEGRAÇÃO FEDERATIVA
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Av. João de Barros, 1629 – Espinheiro – Recife – PE CEP 52021-180

Fone/Fax (81) 3241-2157 – (81) 3426-3615 – 3427-6904

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