quinta-feira, 21 de maio de 2020

HIGIENE DO SONO



Tudo sobre higiene do sono! Dicas para dormir bem! - Dicas de Colchões

O termo  Higiene do Sono foi popularizado por um psicólogo chamado Peter Wauri (1977).

O que é?
Conjunto de práticas, rotinas que implementamos no dia a dia que ajudam a ter um sono mais saudável. 
funcionam principalmente para aquelas pessoas que não tem insônia crônica ( 3 vezes por semana mais de 3 meses). Pode funcionar para aquelas que Insônia Crônica, devem ser associadas a TCCI.

Dicas:

- Melhorar o ambiente de sono  - regular a temperatura (levemente menor que a temperatura do ambiente/ 4 a 5 graus) , a luz (produção de melatonina/hormônio do sono, para ela ser liberada a retina tem que perceber a escuridão) e o som (usar fones ou protetores de ouvido) ;
- Tomar um banho morno 60 a 90 minutos antes de dormir;
tomar sol durante o dia e a escuridão à noite regula a melatonina
- Deixar para ir para o quarto só quando tiver muito sono. Se durante 30 dias não vier o sono levante e faça outras atividades.

Mais de 60% da população tem queixa de insônia. 1 entre cada 5 pessoas (20%) tem diagnóstico de Insônia.o SONO É EXTREMAMENTE IMPORTANTE para a nossa saúde, imunidade, humor, memória. Dormir bem podemos prolongar 3 a 8 anos. Condições do dia a dia podem levar a alterações do sono (estresse, preocupações, nutrição, tiroide, ansiedade, quadros de humor, hiperatividade, desatenção).

Estado de alerta

Temos que estar com o estado de alerta mental e físico diminuído, se estivermos com estado de alerta aumentado o sono não virá. 

Substâncias estimulantes deve ser evitadas próximas ao sono:

- Cafeína (evitar após as 15 hs, a meia vida da cafeína é de 6h);
- Nicotina (evitar nicotina até 2 hs antes) - aumenta a frequência cardíaca e pressão arterial
HTP ser convertida em Serotonina é necessário a luz do sol. A ausência de luz na rotina facilita a conversão da Serotonina em Melatonina.


MELATONINA

A Melatonina tem um efeito importante como antioxidante, diminuindo radicais livres no nosso cérebro, efeito antioxidante. Regularidade do sol e a escuridão é fundamental para o sono. A Melatonina é recomendada para pessoas que estão com alterações de fuso horário, ajudando na regularização do sono e para pessoas que tem menor produção de melatonina. Os idosos tendem a acordar mais cedo e menor quantidade de sono (a Melatonina é muito indicado). 
A Melatonina tem contra-indicações, podendo dar em algumas pessoas sonolência, tontura ou náusea. Ela interage com outros remédios.As pessoas que usam medicações antidepressivos e medicamentos para pressão anti-convulsivos, tem que consultar o seu médico. A dose é muito importante. A ANVISA libera Melatonina com doses 0,5%. Ela tem vários benefícios (há indícios de diminuição de Alzeimer, alguns tipos de Câncer). 

Quanto mais atividades físicas e mentais, melhor o sono noturno.No dia anterior, planejar o dia seguinte, com a lista de atividades do dia seguinte.


Por que os aparelhos eletrônicos atrapalham o sono?

Antigamente, a maioria das luzes eram incandescentes, hoje, fluorescente e compactas, luzes de LED. Possui mais luz azul , quando entra em contato com a nossa retina, bloqueia a liberação de Melatonina.

Como podemos fazer para superar esse obstáculo? 
- Colocar um horário limite para usar celular, notebook.
- Caso seja inevitável, devemos usar um bloqueador filtro de luz azul e  a tela fica mais alaranjada.

Efeitos do álcool no organismo e sono
- O álcool é um depressor do sistema nervoso. Potencializa o GABA que é um neurotransmissor inibitório.
- O álcool altera a arquitetura do sono - quanto mais profundo o sono melhor a qualidade e reparador é. O álcool não deixa que o sono seja reparador, a qualidade é ruim do sono. 4 mil pessoas foram pesquisadas e quanto mais ingerem álcool pior o sono em 40%. ele inibe o hormônio antidiurético e pode prejudicar a qualidade do sono pois fará você acordar mais vezes para ir ao banheiro.
- Caso for ingerir álcool, ele é metabolizado 8 a 9 gramas por hora num adulto. uma dose de uma lata de cerveja, vinho numa dose de 100 ml tem um percentual de 12 gramas. o ideal é beber até no máximo 4 horas antes de dormir.

De acordo com a Associação Brasileira do Sono, de cada três brasileiros, pelo menos um tem Insônia — distúrbio que se caracteriza pela dificuldade de começar a dormir, manter-se dormindo ou acordar antes do horário desejado. Insônia atinge 73 milhões de Brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira do Sono (ABS).

O QUE FAZER DEPOIS DE UMA NOITE MAL DORMIDA

Muitas pessoas com insônia reduzem suas atividades no dia seguinte. Quanto mais atividades físicas e mentais, melhor o sono noturno.

De acordo com a Associação Brasileira do Sono, de cada três brasileiros, pelo menos um tem insônia — distúrbio que se caracteriza pela dificuldade de começar a dormir, manter-se dormindo ou acordar antes do horário desejado.
A principal causa da insônia são os fatores psicofisiológicos, como expectativas, preocupações e estresse. “Todo mundo já teve ou terá insônia alguma vez na vida”, observa Dr. Maurício da Cunha Bagnato, pneumologista no Hospital Sírio-Libanês e especialista em Medicina do Sono.
Outras causas frequentes da insônia são dores (em qualquer parte do corpo), uso de alguns medicamentos, doenças respiratórias e reumáticas. A boa notícia, no entanto, é que existem diversos meios de prevenção e tratamento da insônia. “A primeira coisa a ser feita é cuidar da higiene do sono, ou seja, limpar tudo aquilo que nos atrapalha para pegar no sono”, comenta Dr. Bagnato.
Veja a seguir dez dicas que podem te ajudar a higienizar o sono e evitar a insônia:
1) Adotar horários regulares de sono.
Procure deitar e levantar habitualmente nos mesmos horários, mesmo nos fins de semana.
2) Evitar dormir muito durante o dia.
Cochilos, quando possíveis, podem ajudar na disposição, mas acima de 30 minutos (em qualquer momento do dia) tendem a prejudicar o sono noturno.
3) Fazer atividade física pela manhã ou à tarde.
A prática de atividade física é essencial para a boa saúde e ajuda a dormir melhor, mas pode causar agitação. Por isso é melhor exercitar-se até seis horas antes de dormir.
4) Evitar bebidas com cafeína à noite.
Café, chá-preto, chá-mate, refrigerante e energético contêm substâncias estimulantes, como a cafeína. Por isso devem ser evitados até cinco horas antes de dormir.
5) Comer alimentos leves no jantar.
Alimentos pesados e ricos em proteína, quando consumidos em excesso à noite, podem atrapalhar o sono. Pratos leves com carboidrato, como um lanche natural, são mais indicados para induzir o sono.
6) Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Apesar de o primeiro efeito do álcool ser sedativo, depois de um tempo ele pode provocar agitação. Recomenda-se então evitar o consumo de álcool até seis horas antes de dormir e como indutor do sono.
7) Diminuir a exposição à luz durante à noite.
Ao escurecer, começamos a produzir melatonina — hormônio que ajuda nosso organismo a se preparar para dormir. Lâmpadas fortes, telas de computador, tablets e celulares podem atrapalhar a produção de melatonina, e devem ser reguladas ou evitadas durante à noite.
8) Criar um local aconchegante para dormir.
Iluminações do despertador, da rede sem fio (wireless) e do aparelho de TV a cabo podem prejudicar o sono, assim como barulhos da rua, ronco do parceiro ou da parceira e movimentações de animais domésticos. Devemos regular as luzes emitidas pelas telas de celular e tablets, durante à noite, para emitirem menos luz, e criar um ambiente totalmente escuro e silencioso para dormir.
9) Fazer atividades relaxantes à noite.
Um banho morno cerca de duas horas antes de dormir abaixa a temperatura corporal e relaxa, ajudando na indução do sono. Atividades como ler, pintar, bordar, escutar música calma e meditar também podem contribuir para isso.
10) Tentar não “brigar” com a insônia.
Ir para a cama sem sono não ajuda. O ideal é fazer alguma atividade com pouca luz e que não provoque agitação, como ler ou assistir a um programa de TV enfadonho. Se despertar, o ideal é retomar essas atividades até sentir sono novamente.
As insônias que persistem por mais de duas semanas são consideradas subagudas e exigem ajuda médica, pois podem se tornar um problema crônico. O Hospital Sírio-Libanês conta em seu corpo clínico com diversos profissionais especializados em medicina do sono. Eles estão habilitados para fazer o diagnóstico e o tratamento da insônia a partir das necessidades de cada paciente.
A Unidade de Medicina do Sono do Hospital Sírio-Libanês está equipada com modernos recursos tecnológicos voltados ao diagnóstico de problemas do sono, como o exame de polissonografia. Esse teste é capaz de registrar e comparar diferentes variáveis biológicas durante o sono e auxiliar no diagnóstico e no acompanhamento de várias condições clínicas. Entre elas, o ronco, a apneia, os distúrbios ventilatórios e respiratórios, as doenças cardiovasculares, as alterações nos movimentos durante o sono, a epilepsia noturna e o sonambulismo.


TRATAMENTO:

- TCCI - Terapia Cognitivo Comportamental para Insônia - conjunto de treinos e técnicas para que o cérebro reaprenda a desligar à noite - aumenta a eficiência do sono em 16% - não tem efeitos colaterais (indicada para insônia crônica, para pessoas que usam medicamentos);
- Medicamentosos - indutores de sono (causam dependência), antidepressivos sedativos, hipnóticos -(aumenta a eficiência do sono em 16%) - pode causar dependência, problemas de memória;
- É importante verificar a causa da insônia (ansiedade, medo, estresse, o ambiente que dorme);
- Criar hábitos saudáveis

Fonte: MARCO ABUD - Psiquiatra da USP


FASES DO SONO:


Fase N1 e N2 - superficial do sono
Fase N3 - é a mais profunda do sono, onde descansamos o corpo
Fase Renk - sonhos, onde gravamos o que aprendemos durante o dia.

Temos 4 ciclos de sono - dura de 9- a 11- minutos
O ideal as pessoas precisam de 7 a 8 hs de sono. A criança precisa em torno de 9 a 10 hs


Tem diferença entre dormir de dia e à noite?

O melhor é dormir uma quantidade de uma vez só, se dormimos em prestações pode gerar problemas de cansaço e memorização no dia seguinte. Tem pessoas que tem dificuldade de voltar a ter sono, depois que levanta e faz xixi Se dorme muito pouco ou dorme demais, isso está relacionado com hipertensão arterial, problema cardiovascular, derrame cerebral. O importante é que se sinta bem no dia seguinte, esteja descansado. Se está cansado e sonolento, é sinal que não teve uma boa noite de sono.

Por que algumas pessoas não conseguem dormir?

A Insônia não é uma doença, geralmente está relacionado a uma doença, é preciso descobrir o que está levando à Insônia. O Transtorno de Ansiedade é uma doença mental. Até 60% de pessoas com problema de sono. O sono  hoje é considerado um luxo.Que tem problema de sono vai morrer mais cedo Dormir mais que 10 horas também compromete a saúde. O sono é essencial para a sua sobrevivência. Dormir demais significa que também está com algum problema: depressão, apinéia do sono, alta taxa de mortalidade.

Durante o sono temos espasmos. A medicina ainda não tem uma explicação. Quando dormimos o corpo tem que desligar para não participar dos sonhos. Existem doenças que participam dos sonhos. O cérebro ainda dá uma descarga no corpo, não é considerado doença.

O sonambulismo é um mistério da Medicina do Sono. O cérebro tem o comportamento de pessoa que está acordado, no eletrograma a pessoa está dormindo. O outro lado do cérebro está desligado. Algumas pessoas podem tem comportamentos perigosos à noite. Ter relação sexual e não lembrar.


Saiba como as emoções (boas ou ruins) afetam nosso organismo


Quem nunca dormiu mal ou teve dor de barriga antes de algum evento importante? O neurocientista franco-português Henrique Sequeira, especialista dos efeitos biológicos das emoções em nossa saúde, explica o porquê.
  
A brasileira Carolina Copetti, 30 anos, que faz mestrado em Sociologia na França, lembra como se fosse hoje. Em 2010, ela estava se formando em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tinha uma reunião com sua orientadora para discutir o tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso. “Aquilo ficou me remoendo durante muitos dias, era uma conversa importante. Tive insônia porque era muito difícil conseguir desligar o cérebro”, conta.

Carolina diz que essa insônia, paradoxalmente, foi a solução para seu problema. Entre noites mal dormidas, a estudante acabou achando seu tema de pesquisa, que foi aprovado pela orientadora. “É engraçado sonhar com uma discussão teórica, mas foi o que aconteceu. Acabou sendo um evento positivo porque definiu minha vida profissional pelos próximos anos”, diz.

A atriz francesa Mélanie Martinez-Llense, em cartaz com o espetáculo "Berk Plage", em Montreuil, perto de Paris, conta que subir no palco sempre causa sofrimento. Entre os sintomas, ela descreve suor e taquicardia. "É uma aceleração de todo meu metabolismo. Suor, salivação...aliás, nos primeiros momentos no palco, eu sou muito rápida nos gestos e na maneira de falar. Tudo se acelera", descreve. "É o nosso ego que está sendo ameaçado. Temos medo do julgamento dos outros", conclui Mélanie. Apesar dos sintomas desagradáveis, ela lembra que existe "uma recompensa com os aplausos e a reação da plateia".

O neurocientista franco-português Henrique Sequeira coordena um laboratório dedicado ao estudo das emoções na universidade de Lille, no norte da França. Suas pesquisas incluem a análise do impacto das emoções no corpo, sejam negativas ou positivas, como as vivenciadas por Carolina ou Mélanie. “O interesse desse tipo de emoção é preparar o indivíduo a enfrentar o que vem pela frente. É desconfortável, mas há efeitos posteriores potencialmente positivos”, explica. Como se o prazer “apagasse” os efeitos corporais negativos. Tudo faz parte, ressalta, de um processo individual de regulação emocional.

A equipe do neurocientista estuda, entre outros temas, os efeitos no sono das emoções boas ou ruins vivenciadas durante o dia. Um dos estudos, publicados em 2015, foi feito em parcerias com instituições japonesas. Para isso, os pesquisadores exibiram filmes com cenas agradáveis, desagradáveis e “neutras” a um grupo de 12 pessoas, antes de dormir.

Em seguida, eles gravaram as ondas cerebrais dos pacientes durante oito horas. No total, a equipe registrou 120 noites. A conclusão diz Sequeira, é que o a estrutura do sono foi modificada. “O que mudou, principalmente, foi a fase do sono conhecida como paradoxal, quando ocorrem os sonhos. Ela foi modificada pela estimulação emocional” explica.

Os pacientes que assistiram a um filme violento, por exemplo, só mergulharam no sono profundo na segunda parte da noite, como se o cérebro tivesse “esperado” para relaxar completamente e se desconectar do mundo exterior. Já cenas relaxantes contribuíram para um sono de melhor qualidade.

Interface entre cérebro-corpo

Como as emoções influenciam fisiologicamente o organismo? “Não há emoções sem impacto no corpo. O que é preciso compreender é que elas funcionam como uma interface entre o cérebro e o corpo. Quando sentimos uma emoção, positiva ou negativa, isso nunca será insignificante para o organismo”, resume o neurocientista.

As reações podem ser hormonais, viscerais ou cardiovasculares, respiratórias, de temperatura e gástricas. Há também modificações no sistema imunológico, que pode melhorar ou sofrer uma baixa em função das emoções ressentidas. “Hoje podemos separar a influência das emoções positivas e das negativas”, diz o pesquisador. “Em relação à saúde física, temos muitos dados, e em relação às modificações que hoje já estão bem demonstradas, há as cardiovasculares – as emoções negativas vão gerar hipertensão  e arritmias cardíacas, por exemplo.” O pesquisador também cita a asma, as dores nas articulações ou as doenças gastrointestinais.

Ele também lembra a importância da ação dos corticosteroides, produzidos pelas glândulas suprarrenais, secretado quando o indivíduo se sente acuado, ou bloqueado em uma situação. Esse grupo de substâncias afeta a produção de outros hormônios capazes de aumentar a tensão arterial e alterar o metabolismo do açúcar, criando uma predisposição ao diabetes.

Entre eles está o cortisol, conhecido como o hormônio do stress. “O cortisol vai modificar, por exemplo, a produção de citocinas, substâncias que pertencem ao sistema imunológico, enfraquecendo as defesas. Isso faz com que o indivíduo fique doente com mais frequência”, explica.

Visualizando soluções para proteger o corpo

O que é interessante, afirma o neurocientista, é perceber que o corpo atua em função do que se passa na cabeça da pessoa. Seja qual for a dificuldade da situação, se o indivíduo é capaz de elaborar uma alternativa ou de visualizar uma solução para o problema, os hormônios não serão mobilizados e não atuarão da mesma forma no organismo. Quando existe submissão a um contexto desfavorável, por exemplo, os corticosteroides vão destruir a saúde.

"A maioria das pessoas não fica doente por acaso", diz Henrique Sequeira. Um estudo sueco, diz, avaliou durante cinco anos os eventos estressantes em um grupo de pacientes e a incidência que isso teria na saúde deles 12 anos depois. O resultado é que o stress vivenciado é proporcional à incidência de doenças cardiovasculares. Por outro lado, as emoções positivas, como o otimismo, a auto-estima e a resiliência, têm efeitos benéficos. Como diz o pesquisador, não ignore as emoções: aprenda a enfrentá-las.

Fonte: G1

O que são distúrbios do sono?


São conhecidos por distúrbios do sono todas as irregularidades de comportamento que causam dificuldades na hora de dormir. Existe mais de uma centena de distúrbios do sono diferentes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 40% da população apresenta algum tipo de distúrbio do sono. Insônia, apneia, terror noturno, sonambulismo, paralisia do sono, ronco, síndrome das pernas inquietas, transtorno alimentar noturno e bruxismo estão entre os distúrbios mais comuns.
Apresentar dificuldades para dormir em qualquer fase do sono pode trazer prejuízos à curto e longo prazo. Durante as três primeiras fases do sono, o corpo economiza energias, promove a restauração de tecidos, o aumento da massa muscular e libera o hormônio de crescimento. Já na fase REM, há a consolidação da memória e do aprendizado. Quando a pessoa está dormindo e é acordada por alguma irregularidade, ela volta imediatamente à fase 1 do sono, comprometendo esse processo.
Os distúrbios do sono podem ser agrupados em quatro categorias principais:
  • Dificuldades para adormecer ou permanecer dormindo;
  • Problemas para permanecer acordado;
  • Problemas para conseguir manter uma rotina regular de sono;
  • Comportamentos incomuns durante o sono.
Essas dificuldades podem ser um alerta para problemas crônicos, nem sempre associados a doenças. As primeiras manifestações dos distúrbios do sono se dão através de alterações de humor, de memória e de capacidades mentais (cognitivas), como aprendizado, raciocínio e pensamento, variando de um distúrbio para o outro.
O que é a insônia?
A insônia é caracterizada pela incapacidade de iniciar ou manter o sono. Geralmente causada por hábitos inadequados, ela pode estar relacionada a distúrbios do humor, como ansiedade e depressão, sendo difícil saber qual vem primeiro. Se os sintomas ocorrerem pelo menos três vezes por semana e por mais de três meses, a pessoa tem um quadro crônico.
A insônia pode ser classificada em três tipos de acordo com sua duração ou frequência, sendo eles:
  • Transiente: dura apenas alguns dias e pode chegar até 3 semanas;
  • Crônica: também chamada de longa duração, a insônia crônica é aquela que dura mais de 3 semanas;
  • Intermitente: insônia de curta duração que ocorre de tempos em tempos. Entre esses tempos, há períodos de sono regular.
Além disso, a insônia pode ser primária (quando não há nenhuma doença causando a insônia), ou secundária (quando a insônia é sintoma de alguma condição médica). Em todos os casos, pessoas com insônia possuem sua qualidade de vida e bem-estar prejudicados pela falta de sono.
Existem fatores de risco?
Qualquer pessoa pode apresentar quadros de insônia irregulares ou frequentes, mas os principais fatores de risco são:
  • Pessoas do sexo feminino, pois sofrem mudanças hormonais durante o ciclo menstrual e na menopausa. A insônia também é comum com a gravidez.
  • Pessoas acima dos 60 anos de idade, devido às alterações nos padrões de sono e a problemas de saúde.
  • Pessoas com algum distúrbio de saúde mental, como depressão, ansiedade, transtorno bipolartranstorno de estresse pós-traumático, entre outros.
  • Pessoas sob estresse constante.
  • Pessoas que realizam trocas frequentes de horário para dormir.

Quais os sintomas da insônia?
Geralmente, quem tem insônia sente sua mente e corpo inquietos durante horas antes de conseguir pegar no sono. Despertam frequentemente enquanto estão dormindo ou, mesmo dormindo por várias horas, não sentem que o sono é reparador.
O resultado disso é já começar o dia sentindo-se cansada, com problemas de humor e falta de energia, pior desempenho no trabalho, nos estudos ou qualquer outro círculo que exige esforços cognitivos, sentir fadiga e sonolência durante todo o dia, ansiedade, dores de cabeça ou prejuízos na coordenação motora. Além desses sintomas, diversos outros podem se apresentar de acordo com cada pessoa.

Como é feito o diagnóstico e tratamento nesses casos?
O primeiro diagnóstico é feito a partir de uma série de perguntas para analisar comportamentos e histórico. Depois disso, é feito um exame físico para procurar sintomas de outros problemas que podem desencadear a insônia. Exames podem ser exigidos para identificar essas doenças. Durante o período de diagnóstico, o médico analisará seu padrão de sono e sonolência diurna. Para isso, manter um diário de sono por um determinado período de tempo é essencial.
Se a causa da insônia não estiver clara ou seja apresentado sinais de outro distúrbio do sono, como a apneia do sono ou síndrome das pernas inquietas, é possível que seja solicitada a polissonografia. Esse exame consiste em permanecer uma noite em um centro especializado para o monitoramento dos parâmetros do sono, quantidade de horas dormidas, atividades corporais, ondas cerebrais, respiração, batimentos cardíacos, movimentos dos olhos e outros.
Uma vez estabelecido o diagnóstico, existem várias opções de tratamento, seja medicamentoso ou através de terapias cognitivo-comportamentais, sendo indispensável o acompanhamento do médico adequado.
Sintomas de Insônia
Os principais sintomas de insônia podem incluir:
·        Dificuldade para adormecer à noite
·        Despertar durante a noite
·        Despertar muito cedo
·        Não se sentir descansado após uma noite de sono
·        Cansaço ou sonolência diurna
·        Irritabilidade, depressão ou ansiedade
·        Dificuldade para prestar atenção, concentrar-se em tarefas ou se lembrar de alguma coisa importante
·        Aumento do risco de acidentes
·        Dores de cabeça localizadas
·        Problemas gastrointestinais
·        Preocupações contínuas com o sono
Uma pessoa com insônia, muitas vezes, pode levar 30 minutos ou mais para adormecer e pode dormir por apenas seis horas ou menos a partir de três noites por semana por mais de três meses.

Na consulta médica
Entre as especialidades que podem diagnosticar insônia estão:
·        Clínica médica
·        Neurologista
·        Medicina do sono
·        Psiquiatria
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
·        Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
·        Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
·        Você tem tido problemas para dormir?
·        Quantas horas você costuma dormir por noite?
·        Você desperta facilmente durante a noite?
·        Você costuma alimentar-se em grandes quantidades antes de deitar?
·        Você faz uso excessivo de cafeína, nicotina ou álcool?
·        Você passou ou passa por momentos de grande estresse recentemente?
·        Quais são seus hábitos noturnos?
·        Você se sente cansado ou improdutivo durante o dia?
·        A falta de sono tem prejudicado seu desempenho em atividades diárias, no trabalho ou nos estudos?
·        Quando os sintomas começaram?
·        Você faz uso de algum medicamento? Qual?
·        Você já foi diagnosticado com alguma outra condição médica?
·        Você tomou alguma medida para aliviar os sintomas? E funcionou?

Diagnóstico de Insônia
Além de fazer-lhe uma série de perguntas, o médico analisará seu padrão de sono e sonolência diurna.
Para isso, você talvez tenha de manter um diário de sono por um determinado período de tempo e depois apresentá-lo ao médico.
Ele provavelmente também fará um exame físico para procurar sinais de outros problemas que possam estar causando insônia.
Ocasionalmente, um exame de sangue pode ser feito para verificar a existência de problemas de tireoide ou outras condições que podem estar por trás da insônia.
Se a causa da insônia não estiver clara, ou caso você apresente sinais de outro distúrbio do sono, como a apneia do sono ou síndrome das pernas inquietas, você pode precisar permanecer durante uma noite em um centro especializado para analisar e diagnosticar distúrbios do sono.
Lá, os testes são feitos para monitorar e gravar uma variedade de atividades corporais enquanto o paciente dorme, incluindo as ondas cerebrais, respiração, batimentos cardíacos, os movimentos dos olhos e os movimentos do corpo também.
Medicamentos para Insônia
Os medicamentos mais usados para o tratamento de insônia são:
·        Cloxazolam
·        Diazepam
·        Dormonid
·        Frontal
·        Midazolam
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Complicações possíveis
O sono é tão importante para a saúde quanto uma dieta saudável e exercícios físicos regulares. Seja qual for o motivo para a perda do sono, insônia pode afetar e prejudicar a saúde física e mental.
Pessoas com insônia possuem baixa qualidade de vida em comparação às pessoas que dormem bem. Complicações da insônia podem incluir:
·        Menor desempenho no trabalho ou nos estudos
·        Tempo de reação e reflexo mais lento, acompanhado de maior risco de acidentes
·        Problemas psiquiátricos, como depressão ou transtorno de ansiedade
·        Excesso de peso ou obesidade
·        Irritabilidade
·        Aumento do risco de adquirir doenças de longo prazo, como hipertensãodoenças cardíacas e diabetes
·        Abuso de substâncias, como cigarro, álcool, cafeína e outras drogas
Fonte: Ministério da Saúde
Associação Brasileira do Sono

Insônia Primária
Transtornos Psiquiátricos Associados Primariamente à Insônia
Insônia Secundária a Abuso, Dependência ou Abstinência de Substâncias
Patologias Clínicas Associadas à Insônia
Transtorno de Movimento Periódico dos Membros e Síndrome das Pernas Inquietas
Insônia da Apnéia do Sono
Hipersonia Primária e Narcolepsia
Transtornos do Sono Relacionados ao Ritmo Circadiano
Síndrome de Atraso da Fase do Sono
Síndrome de Avanço da Fase do Sono
Ciclo de Sono-vigília não de 24 Horas
Transtorno do Sono por Trabalho em Turnos
“Jet Lag”
Parassonias
EXAMES COMPLEMENTARES
Exames Laboratoriais e Exames de Imagem
Polissonografia

A Insônia primária é diagnosticada quando há dificuldade para iniciar ou manter o sono por período mínimo de 1 mês, independentemente de qualquer condição médica ou psiquiátrica ou devido ao efeito fisiológico de substâncias. Há um prejuízo clinicamente significativo ou comprometimento funcional do indivíduo decorrente do sintoma. As queixas do sono são persistentes ao longo do tempo, mas pode haver variação da intensidade, de acordo com a presença de eventos estressantes. Geralmente há sobreposição com a chamada insônia psicofisiológica.
A insônia psicofisiológica ou condicionada refere-se à presença de excitação fisiológica ou psicológica noturna e condicionamento negativo para o sono. Usualmente acontece em indivíduos suscetíveis que apresentaram insônia transitória associada à ocorrência de um evento estressante, mas que, mesmo após a cessação deste evento, desenvolvem um quadro crônico de insônia. Ou seja, esses indivíduos geralmente se preocupam com o sono, começam a ter medo de ir para a cama e desenvolvem uma excitação condicionada ao ambiente normal de sono, suficiente para interferir no sono.
Postula-se que a Insônia primária seja parte de uma síndrome de hiperexcitabilidade do SNC, já que esses pacientes podem ter comprometimento do sono associados a outros sintomas, como o aumento da temperatura corpórea, da frequência cardíaca e possivelmente do consumo metabólico. O diagnóstico é clínico e de exclusão. A polissonografia de pacientes com Insônia primária geralmente evidencia um aumento da latência do sono, despertar frequente, diminuição do tempo total de sono e baixa eficiência do sono, bem como desvios para estágios mais leves no PSG. Pacientes com insônia psicofisiológica podem ter alterações semelhantes na polissonografia, mas os achados podem ser relativamente normais, sugerindo a importância do componente condicionado.

Alterações de sono são bastante prevalentes em pacientes deprimidos (cerca de 80% dos pacientes), sendo a insônia a alteração mais comum. Os pacientes se queixam de dificuldade para iniciar o sono, sono entrecortado, qualidade insatisfatória de sono e acordar precoce com dificuldade para voltar a dormir (insônia terminal que geralmente acompanha a piora dos sintomas depressivos pela manhã). Na polissonografia, pode-se constatar uma diminuição da latência e aumento da densidade de sono REM, alteração da fase de ondas lentas e prejuízo da continuidade do sono, entretanto nenhuma dessas alterações é patognomônica de um quadro depressivo e podem ser vistas, por exemplo, em transtornos distímicos.

A insônia costuma ser sintoma cardinal dos quadros de hipomania e mania, precoce às manifestações maniformes mais francas. Especula-se que a própria privação de sono pode deter a estabilização do humor, desencadeando (ou intensificando) episódios maníacos. Caracteristicamente, os pacientes em mania apresentam o tempo de sono agudamente reduzido, mas podem ter uma grande quantidade de energia a despeito da mínima quantidade de sono. Os registros de EEG podem ser normais, mesmo em fase aguda, mas alguns estudos demonstram diminuição da latência ao sono REM. O abuso de álcool e outras substâncias é comum em pacientes bipolares e pode contribuir para a ocorrência ou agravamento de insônia.

O transtorno de pânico pode cursar com ataques noturnos, possivelmente implicados no surgimento de ansiedade antecipatória e esquiva ao sono. Pode haver exacerbação da insônia pelo abuso de álcool e sedativos. O transtorno de ansiedade generalizada pode comumente estar associado à insônia e a alterações polissonográficas, como aumento na latência do sono e diminuição da porcentagem de sono, assim como o transtorno obsessivo-compulsivo.
Um estado de hipervigilância também pode acompanhar o transtorno de estresse pós-traumático. A polissonografia pode apontar diminuição do tempo total de sono, aumento na latência do sono e na frequência de despertares e excitação do tipo terror noturno.
Nos pacientes com esquizofrenia, a insônia pode sinalizar a instalação de quadro depressivo, novo surto psicótico ou ainda ser decorrente do uso de medicações. Estudos com polissonografia apontam uma tendência de fragmentação do sono, uma diminuição na quantidade do sono de ondas lentas em esquizofrênicos e uma redução na latência do sono REM.

O álcool é largamente utilizado para induzir o sono (automedicacão) em quadros de insônia transitória ou crônica de etiologias variadas. O álcool facilita o adormecer e reduz a latência do sono REM durante as primeiras horas de sono. Entretanto, predispõe à interrupção e à fragmentação do sono e ao aumento do potencial para pesadelos, mais tardiamente.
A síndrome de abstinência de álcool cursa com insônia e a alteração de sono costuma ser mais severa nos primeiros dias (sono curto, leve, fragmentado e alterações consistentes no sono REM) e, caso a abstinência seja severa (delirium tremens), pode persistir por tempo mais prolongado. Após meses de abstinência, pode perdurar a queixa de insônia, acompanhada de alterações na polissonografia, mas é necessário excluir que tal sintoma seja decorrente da presença de transtornos afetivos e ansiosos.
A insônia também pode acompanhar a abstinência de drogas sedativo-hipnóticas, como os benzodiazepínicos. Ocorre na descontinuação abrupta, especialmente de benzodiazepínicos de meia-vida curta. A interrupção de tais medicações também pode precipitar a recorrência dos sintomas (p. ex., a própria insônia) que geraram a sua própria demanda.
Os estimulantes incluem drogas como cocaína, anfetaminas, derivados anfetaminérgicos, efedrina e cafeína. A insônia é componente do efeito destas substâncias e tipicamente ocorre a diminuição do tempo total de sono e do sono REM, além do prolongamento da latência dos mesmos. É importante a investigação e a estimativa do consumo de cafeína e nicotina dos pacientes com queixa de insônia.

Os pacientes com síndromes demenciais, como a doença de Alzheimer, podem apresentar insônia, fragmentação do sono e sono de má qualidade (redução da eficiência do sono). As doenças degenerativas do SNC podem cursar com despertares frequentes e alteração da arquitetura do sono, assim como as cefaléias crônicas.

Alterações de sono geralmente acompanham as endocrinopatias, especialmente as alterações de função tireoidiana (mais frequentemente o hipertireoidismo). Entretanto outras patologias, como a síndrome de Cushing (hipercortisolemia), a doença de Addison (insuficiência adrenocortical) e diabetes mellitus também foram associadas à insônia.

A fibromialgia e a síndrome da fadiga crônica são condições nas quais as queixas de insônia e sono não-restaurador são comuns, muitas vezes em associação com quadros depressivos e ansiosos.
Das alterações de sono podem decorrer patologias cardíacas, como angina pectoris, arritmias cardíacas ou insuficiência cardíaca congestiva (devido a sintomas respiratórios como dispnéia, ortopnéia e dispnéia paroxística noturna).
Diversas condições infecciosas podem levar a insônia, no geral secundária a outras manifestações, como dor ou dificuldades respiratórias. A infecção pelo vírus Epstein-Barr pode acarretar insônia e declínio na qualidade do sono e alterações polissonográficas, assim como a infecção pelo HIV.

O transtorno de movimento periódico dos membros (TMPM) consiste de contrações abruptas estereotipadas periódicas do músculo tibial anterior com dorsiflexão do tornozelo e dos artelhos, resultando em abalo da perna ou chute leve. Geralmente não há consciência dos abalos por parte do paciente, sendo seu relato feito pelo parceiro, que descreve sua movimentação excessiva (chutes, pontapés) durante a noite. As queixas usualmente são de insônia crônica e sensação de estar sempre acordado, em decorrência das contrações. Pode haver associação com a síndrome das pernas inquietas. O diagnóstico é confirmado pela polissonografia (a eletromiografia evidencia contrações musculares de padrão característico) e a suspeita deve ser levantada pela história clínica na falha de resposta a tratamentos usuais para insônia (o quadro pode piorar com uso de antidepressivos).

A síndrome das pernas inquietas (SPI) é uma disestesia, na qual o paciente tem sensações desagradáveis e inquietantes, geralmente na panturrilha, que são aliviadas pela movimentação das pernas. Caracteristicamente ocorre quando o paciente se deita para dormir, interferindo no adormecer (a queixa frequente é insônia inicial). Assim sendo, não pode ser encarada como um transtorno verdadeiro do sono, já que seus sintomas aparecem na vigília. O diagnóstico é clínico.

apnéia do sono é a interrupção do fluxo de ar pelo nariz ou pela boca por período maior que 10 segundos. Somente é considerada patológica quando a frequência é superior a 5 episódios apnéicos por hora ou 30 episódios por noite. Pode ser central (quando não há fluxo de ar nem esforço respiratório dos músculos do diafragma e intercostais), obstrutiva (cessa o fluxo de ar, mas os esforços respiratórios aumentam, indicando uma obstrução das vias aéreas ao fluxo de ar) ou mista (envolve elementos do tipo central e do tipo obstrutivo). As apnéias cessam geralmente com um breve despertar, produzindo assim a sensação de despertar frequente ou de não estar dormindo, além da queixa de insônia. Em geral, não há queixas respiratórias diretas, mas ocasionalmente os pacientes podem referir problemas respiratórios e roncos, além de alterações de humor, de libido e cefaléia. Pode haver o relato, feito pelos parceiros, de roncos altos e intermitentes e respiração irregular.
Apesar de não ser comum, a apnéia do sono do tipo central é causa de insônia crônica, especialmente em idosos. Sua incidência cresce com o avançar da idade e sua ocorrência pode ocasionar alterações cardiovasculares importantes. O diagnóstico é polissonográfico.

A característica fundamental da hipersonia primária é uma sonolência excessiva por um período mínimo de 1 mês. Pode ser diurna ou noturna (episódios prolongados de sono à noite) e o sono é qualitativamente normal.
Para o diagnóstico, é necessária evidência de comprometimento significativo no funcionamento social, ocupacional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. Também deve-se assegurar que a hipersonolência não é devida a outro transtorno do sono, transtorno mental, condições clínicas gerais, uso de substâncias ou quantidade inadequada de sono.
A Narcolepsia apresenta as seguintes características fundamentais: ataques repetidos e irresistíveis de sono reparador (2 a 6 por dia, que podem durar de 1 minuto a 1 hora) nos últimos 3 meses, cataplexia (perda do tônus muscular, que dura, em geral, alguns segundos) e intrusões recorrentes de elementos do sono REM no período de transição entre o sono e a completa vigília que, em 20 a 40% dos pacientes com Narcolepsia, trazem a vivência de imagens oníricas ao adormecerem (alucinações hipnagógicas) ou ao despertarem (alucinações hipnopômpicas). Após um ataque de sono irresistível, o nível de vigília do indivíduo se restabelece completamente, tendendo à diminuição algumas horas depois.

Apresenta-se como horários de adormecer e de despertar mais tardios que o ideal para o paciente. Há uma queixa de insônia inicial (no momento desejado de início do sono), de dificuldade de despertar pela manhã e fadiga diurna nos dias em que o indivíduo precisa acordar cedo. Uma vez iniciado o sono, não há alterações em sua qualidade ou duração. Quando os pacientes dormem a quantidade adequada, sentem-se descansados e não apresentam sonolência diurna. É frequente que estes indivíduos relatem a sensação de ficarem mais alertas e dispostos no decorrer do dia, alguns podendo inclusive adequar suas atividades ao ritmo de sono.
Trata-se de uma síndrome comum, com início na adolescência e começo da vida adulta. Deve-se sempre investigar a presença de transtornos de humor e de ansiedade nestes pacientes.

Caracteriza-se por horários de dormir e despertar mais precoces que o desejado pelo paciente. Frequentemente estes pacientes adormecem perto das 20 horas e despertam tipicamente no meio da madrugada (entre 3 e 5 horas). Não há dificuldade na manutenção do sono e seu tempo de duração é normal. Trata-se uma síndrome menos comum que a de atraso da fase do sono e deve-se rastrear, nesses pacientes, a presença de transtornos afetivos, aos quais se relacionam aparentes avanços em aspectos do ritmo circadiano.

A síndrome de sono-vigília maior que 24 horas caracteriza-se por ritmos circadianos superiores a 25 horas, acompanhados de comprometimento na adaptação social. Geralmente ocorre em indivíduos cegos, nos quais a resposta à luz (como elemento determinador do ritmo circadiano) pode estar prejudicada. Deve-se investigar o consumo abusivo de substâncias psicoativas, principalmente estimulantes.

Os indivíduos que trabalham em turnos podem se queixar de insônia, despertar frequente e sono não-restaurador. Com frequência as alterações de sono são acompanhadas de fadiga e sonolência crônicas, prejuízo de atenção e de desempenho profissional. Estes indivíduos podem fazer abuso de álcool e sedativos para dormir e estimulantes, como cafeína e nicotina, para se manterem alertas. Estão mais suscetíveis ao surgimento de sintomas depressivos crônicos, queixas somáticas diversas, além de maior incidência de úlceras e infarto do miocárdio que a população geral.

Trata-se de uma assincronia súbita do ritmo circadiano fisiológico (ciclo noite-dia), induzida por alterações agudas de fuso horário, em viagens. Os indivíduos apresentam insônia inicial, sonolência e fadiga diurna, sintomas que geralmente desaparecem de forma espontânea com a adaptação ao novo fuso, em um prazo de 2 a 7 dias.

As parassonias representam à ativação de sistemas fisiológicos em momentos impróprios, durante o ciclo sono-vigília. Em geral, há o acionamento do sistema nervoso autônomo, sistema motor ou de processos cognitivos durante o sono ou na transição com a vigília.
Na polissonografia, pode-se observar, no caso dos pesadelos, despertares abruptos do sono REM que ocorrem, em geral, na segunda metade da noite. Uma leve excitação autonômica é observada, além de um aumento no número de movimentos oculares.
O terror noturno começa durante o sono NREM profundo (sono delta) e, portanto, está mais propenso a ocorrer na primeira terça parte da noite. O início dos episódios é prenunciado por um aumento de tônus muscular e de 2 a 4 vezes na frequência cardíaca. O EEG normalmente mostra uma atividade teta ou alfa durante o episódio, indicando um despertar parcial.
O sonambulismo é caracterizado por comportamento motor complexo iniciado durante o sono, principalmente na primeira terça parte da noite (sono de ondas lentas – estágios 3 e 4 NREM). O indivíduo apresenta uma redução do estado de alerta e da responsividade. No EEG, podem ser observados elementos de alerta, como atividade alfa, durante a fase de sono profundo. Os episódios de sonambulismo podem terminar em despertares espontâneos, seguidos de um breve período de confusão.

Não existem baterias de exames laboratoriais que possam ser solicitadas de forma universal para o diagnóstico diferencial das diversas causas de insônia ou de outros distúrbios do sono. Os exames devem ser pedidos de forma individualizada, guiados pelas hipóteses diagnósticas. Apesar disto, pode-se dizer que alguns exames, como as provas de função tireoidiana, são relevantes, devido à forte associação entre seu desequilíbrio e alterações de sono.
A solicitação dos exames de imagem segue a lógica dos exames laboratoriais. Os exames de neuroimagem podem ser úteis nas suspeitas de patologias do SNC ou na investigação de quadros psiquiátricos iniciais ou atípicos.

A polissonografia (PSG) é o registro de diversos parâmetros fisiológicos relativos ao sono (como tempo total de sono, duração e proporção dos estágios do sono, latência para início do sono, latência para início do sono REM e demais estágios, eficiência do sono etc.) e também o registro da respiração, frequência cardíaca, ritmo cardíaco e de movimentos periódicos durante o sono. Tal registro é realizado durante uma noite inteira de sono.
As indicações para a solicitação de uma PSG incluem a suspeita de condições intrínsecas ao sono (apnéia do sono e transtorno de movimentos periódicos do sono), insônia de etiologia indefinida, suspeita de parassonias e falha na resposta ao tratamento instituído. Também pode ser útil no planejamento do tratamento, a partir da obtenção de informações fisiológicas adicionais.


Fonte: Melissa Garcia Tamelini
Especialista em Psiquiatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)
Susan Meire Mondoni
Especialista em Psiquiatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)
Mestrado em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP











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