quinta-feira, 15 de janeiro de 2015


Sócrates

É o fundador da ciência em geral e em particular da ciência moral, sendo a virtude a inteligência, a razão, a ciência. Ele forçava os atenienses a indagar qual a origem e a essência das virtudes (valores e obrigações) que julgavam praticar ao seguir os costumes de Atenas. Como ou por que sabiam que uma conduta era boa ou má, virtuosa ou viciosa? Ele indagava o que eram os costumes, de onde vinham qual o sentido dos costumes estabelecidos (os valores éticos ou morais da coletividade, transmitidos de geração a geração) e as disposições de caráter (características pessoais, sentimentos, atitudes, condutas individuais) que levavam alguém a respeitar ou a transgredir os valores da cidade e por quê.

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.



Segundo Aristóteles, é uma disposição adquirida de fazer o bem, elas se aperfeiçoam com os hábitos; as virtudes são adquiridas pela repetição dos atos, gerando costumes. As virtudes intelectuais são aquelas relacionadas à inteligência e consiste na capacidade de aprender com o diálogo e a reflexão em busca do verdadeiro conhecimento. A virtude moral, por sua vez, é a ação ou comportamento moral, é o hábito que é considerado bom de acordo com a ética. Disposição firme e constante para a prática do bem. É a força moral. Ser causa interna de nossos sentimentos, atos e pensamentos, ou seja, passar da passividade, submissão às causas externas, à atividade. Segundo os autores Castagnola e Padovani (1993, p.133),

A virtude concebida como hábito racional. Se a virtude é, fundamentalmente, uma atividade segundo a razão, mais precisamente é ela um hábito segundo a razão, um costume moral, uma disposição constante, reta, da vontade, isto é, a virtude não é inata, como não é inata a ciência; mas adquire-se mediante a ação, a prática, o exercício e, uma vez adquirida, estabiliza-se, mecaniza-se; torna-se quase uma segunda natureza e, logo, torna-se de fácil execução – como o vício.

Na perspectiva Aristotélica, "os verdadeiros prazeres do homem são as ações conforme a virtude. A felicidade verdadeira é conquistada pela virtude".
Na perspectiva de Platão (Padovani, Umberto; Castagnola, Luis,1993, p.11)

"a natureza do homem é racional e na ação racional realiza o bem, que é, ao mesmo tempo felicidade e virtude. "Agir racionalmente é filosofar, e filosofar é suprimir o sensível, morrer aos sentidos, ao corpo, ao mundo, para o espírito, o intelegível, a ideia... a alma humana racional se acha, de fato, neste mundo, unida ao corpo e aos sentidos, deve principiar a sua vida moral sujeitando o corpo ao espírito, para impedir que o primeiro seja obstáculo ao segundo, à espera de que a morte solte definitivamente a alma dos laços corpóreos.
Noutras palavras, para que se realize a sabedoria, a contemplação, a filosofia, a virtude suma a única virtude verdadeiramente humana e racional, é necessário que a alma racional domine, antes de tudo, a alma concupiscível, derivando daí a virtude da temperança, e domine também a alma irascível, donde a virtude da fortaleza".
As quatro virtudes chamadas cardeais são a prudência, fortaleza, temperança e justiça, constituindo-se na base da metafísica platônica da alma.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec (capítulo VI. Item 8, o Cristo Consolador) fala do "devotamento" e da "abnegação", afirmando que a sabedoria humana reside nessas duas palavras. Devotamento é dedicação, afeição com religiosidade, com sentimento de amor profundo a uma causa ou a criaturas. Abnegação é desinteresse, desprendimento, renúncia, sacrifício voluntário do que há de egoístico nos desejos e tendências naturais do homem em proveito de uma pessoa, causa ou idéia (Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa 1ª edição).
Ney Prieto Peres (1996, p. 126) enumera as características fundamentais das virtudes:
a) Disposição firme e constante para a prática do bem;
b) Prática da resistência voluntária ao arrastamento das más tendências;
c) Sacrifício voluntário do interesse pessoal, renunciando pelo bem do próximo – abnegação;
d) Prática da caridade desinteressada, empregada com discernimento para o proveito real dos que dela necessitam;
e) Dedicação com sentimento de amor profundo e desprendimento – devotamento;
f) Fazer o bem por impulso espontâneo, natural, por hábito, sem esforço ou dificuldade.
O interesse pessoal é contrário à prática da virtude, considerando que ele está centrado no egocentrismo. Egocetrismo "é a qualidade da personalidade humana que remete ao indivíduo que prioriza a si (seus desejos, pensamentos e necessidades) diante da realidade, tornando-se imersos em uma fantasia apropriada a esse padrão de aceitação e não enxergando a realidade da vida social e das necessidades de outros indivíduos em relação às suas" (wikipedia).

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