segunda-feira, 27 de junho de 2016

"Sentir com inteligência, pensar com emoção". Lá vamos nós para algumas das mais cotidianas indagações mundiais, para o que já reparamos que não divide meio a meio razões e afetos, para o que ainda tentamos desvendar dentre teses e estudos, para o que sempre mescla exatas e humanas em quaisquer decisões, para o baú que lança os atos que vão nos escrevendo para o mundo: a mente humana. É sempre maravilhoso refletir sobre os mecanismos das nossas capacidades emocionais e técnicas, e isso não significa ter certas teorias como totalmente corretas, mas como aberturas para novos pensamentos próprios, até porque, cada ser tem sua particularidade que independe da espécie (mas não é maravilhoso poder acrescer tais singularidades com mais ideologias?). Todos os nossos fatores comportamentais estão ligados aos tópicos da mente, então questões sociais que possam nos confundir com capa de verdade, enquanto são apenas mais pontos para questionar, entram nas sentenças desta temática. Portanto, separei 7 livros que nos trazem diferentes abordagens sobre os funcionamentos do que nos impulsiona a pensar, sentir e fazer (por vezes até, sem tanta determinação prévia). Alguns são repletos de dicas para métodos de maiores controles da mente, outros são para melhores reflexões sociais e individuais, como alguns que chegam para abrir nossos horizontes sobre a importância de listar valores sempre com um tipo de escolha prioritária para divergentes situações, para assim captar o autoconhecimento, que depende de sentimentos para pensar, e por aí vai. Não aprofundei tanto as minhas impressões sobre as obras, sobre a intensidade das ideologias de ensinamentos que trazem (ou seja, não fiz exatamente resenhas ou "resumões"), porque a ideia é que possam construir bases próprias com as leituras, porém destrinchei o básico do que cada uma pretende agregar e emitir.



Muito elaboro sobre liberdade, sobre os reais conceitos do que é visto de forma tão negligenciada e errônea, como citei um pouco, por exemplo, ao falar de "127 Horas" na minha lista de filmes favoritos. Nessa edição revisada e ampliada do best-seller, Augusto Cury disponibiliza mais ferramentas para que o leitor ganhe bagagens sobre como gerenciar sua mente, desmistificar o heroísmo e seu autoconhecer. Somos a única espécie na natureza com, até então, a comprovação de que pensa, tem consciência de si mesma e escreve sua história. Um privilégio indescritível. Mas temos escrito uma história que nos liberta ou nos aprisiona? Muitos vivem em sociedades livres, mas são escravos das suas emoções ou de um passado que, por viver "livremente", acabou em gaiola. Não treinam sua psique para construir um amor inteligente e uma mente brilhante, porque não buscam os valores próprios e a preocupação com um legado (que é o que mais liberta) e, por isso, desenvolvem transtornos psíquicos que os controla e que asfixia os outros. A liberdade requer responsabilidade, e tendem a imaginar o oposto. Todos queremos uma mente saudável, regada ao prazer, livre, segura, resiliente, criativa, mas frequentemente deixamos nossas ideias não serem ideologias, crescendo irresponsavelmente solta, sem gerenciamento e proteção. Mentes tímidas, agitadas, ansiosas, imaturas, pessimistas, amedrontadas, flutuantes e depressivas são consequências dessa falta de gestão e proteção. A obra aborda esses assuntos a partir da teoria da Inteligência Multifocal, que o autor desenvolve há mais de 25 anos. Um dos pontos mais bacanas da obra, é que no final de cada capítulo existe uma seção chamada "Pensamentos para refletir", que são páginas com frases sobre temas já debatidos que o autor expõe para impulsionar de forma mais intensa as reflexões dos leitores, que vão, provavelmente, reparando que de algo tão contraído, surgem poemas e textos elaborados em segundos de raciocínios (sempre mais de um lado a explorar).


Profundo e emocionante, Armadilhas da Mente é uma aula de filosofia e psicologia, que mostra os complexos (e simples, porém banalizados, de tal forma, virando mais caóticos) labirintos da mente humana, exibindo a mesclagem fundamental entre razão e emoção. Apesar do cunho científico, não é um livro daqueles com linguagem didática direta e endurecida, tudo é lecionado através de um romance bem construído. "Não há mentes impenetráveis, apenas chaves erradas" (Augusto Cury — médico, psiquiatra, psicoterapeuta, doutor em psicanálise , professor e escritor). Com foco no autoconhecimento, quesitos de liberdade, filosofia e sociologia, Cury investe na leitura em relação a apegos, como poder e dinheiro, preconceitos e até consequências da internet, de forma indireta, no cérebro humano, o que remete a reflexos nas emoções, desencadeando em atos. Camille, a protagonista, fascina o leitor com críticas sobre todos os seus transtornos psíquicos, enraizados em uma teia de lembranças e fatores de aprendizados coletivos, não reparados com personalidade quando ocorridos. A observação de que realidade é algo relativo e que mais nos pertence o que criamos do que o que vemos, percorre a estória.


A obra trata de conceitos fundamentais da psicanálise de forma clara, concisa. Trata-se de uma obra básica para a fundamentação dos entendimentos na área. Michael Kahn explora, portanto, os principais eixos da teoria psicanalítica de Sigmund Freud. Usando conceitos-chave, como o complexo de Édipo, a compulsão à repetição, culpa, ansiedade e mecanismos de defesa, Kahn demonstra a importância de pensamentos Freud em nossa vida cotidiana, ainda que como um ponta-pé para reflexões atuais. Uma obra indispensável. Michael é professor emérito da Universidade da Califórnia, psicólogo clínico e também diretor de um centro de aconselhamento no California Institute of Integral Studies, em São Francisco, onde treina psicoterapeutas. É autor de The Tao of Conversation e Between Therapist and Client. Michael Kahn consegue capturar a essência da relação terapeuta-paciente em todos os níveis, com seus desafios e recompensas. Concordando ou não com todas as teorias, até no momento de algum embate, reflexões aprofundadas sobre os desenlaces da mente humana serão feitas a partir do livro com maiores possibilidades, levando para afirmações mais práticas e/ou densas, permitindo que o leitor inicie maiores solos para as plantações de ideologias próprias.

 
"Jogos da mente lança luz sobre as preocupações tradicionais da filosofia, com pitadas de psicologia, sociologia e teoria política. Escrito de modo divertido, propicia uma maneira intrigante de pensar sobre o próprio pensamento. O leitor terá, assim, à sua disposição um variado panorama sobre as idiossincrasias do mundo da mente humana — surpreendentemente pouco explorado. Não se trata de jogos do tipo Sudoku, nem se pretende explorar, cientificamente, as funções do comportamento e do cérebro. Na verdade, você vai encontrar um curso de exercícios inventivos e estimulantes que proporcionam uma forma eficaz de investigar sua mente — e a de todos que estão à sua volta".

 
 
"Um dos cientistas mais respeitados da atualidade, o norte-americano David Eagleman, é também um autor em ascensão em um segmento que não para de ganhar leitores, o da neurociência. "Incógnito – as vidas secretas do cérebro", seu título mais recente, foi bestseller do The New York Times, eleito melhor livro do ano de seu segmento pela Amazon, recomendação de leitura do Wall Street Journal, entre outros destaques. Com exemplos retirados do cotidiano, das artes, da história e da literatura, o autor apresenta os subterrâneos da mente e suas intrigantes contradições". Incógnito não se prende com termos técnicos, sendo destinado a, basicamente, qualquer público. O autor apresenta fontes de pesquisa, dando ainda mais credibilidade. Pontos que podem ser vistos como positivos ou negativos aparecem em união em diversos momentos. A ideologia não é emitir uma opinião formada para o leitor, mas diversos ângulos a serem refletidos sobre a sociedade e a individualidade humana em relação a partes controláveis ou não do cérebro, abrindo alas para afirmativas e interrogativas próprias, que vão acabar em novas interrogações.


Acreditamos que o homem, por ser dotado de razão, é capaz de conter os instintos e as emoções, avaliando objetivamente as situações e escolhendo, dentre várias alternativas, a que lhe é mais vantajosa. Estudos conduzidos durante anos por Daniel Kahneman, um dos mais importantes pensadores do século XXI, colocam em interrogação a ideia de que a nossa tomada de decisões é essencialmente racional. Na obra, o autor nos leva a uma viagem pela mente humana e explica as duas formas de pensar: uma é rápida, intuitiva e emocional; a outra, mais lenta, deliberativa e lógica. Kahneman expõe as capacidades extraordinárias — e também os defeitos e vícios — do pensamento rápido e revela o peso das impressões intuitivas nas nossas decisões. Comportamentos tais como a aversão à perda, o excesso de confiança no momento de escolhas estratégicas, a dificuldade de prever o que vai nos fazer felizes no futuro e os desafios de identificar corretamente os riscos no trabalho e em casa, só podem ser compreendidos se soubermos como as duas formas de pensar moldam nossos julgamentos. As questões colocadas por Kahneman se revelam muitas vezes inquietantes: é verdade que o sucesso de um investidor é completamente aleatório e que sua habilidade no mercado financeiro é apenas uma ilusão? Por que o medo de perder é mais forte do que o prazer de ganhar? Por que assumimos que uma pessoa "mais bonita" será mais competente (dentro disso, o quesito da beleza ser relativa)? Suas ideias tiveram um impacto profundo em muitas áreas, incluindo economia, psicologia, medicina e política, mas é a primeira vez que reúne seus muitos anos de pesquisa e pensamento em um livro. De forma envolvente, o autor revela pontos sobre quando podemos ou não confiar em nossa intuição. Oferece insights práticos e esclarecedores sobre como tomamos decisões nos negócios e na vida pessoal, e como podemos usar diferentes técnicas para nos proteger contra falhas mentais que muitas vezes nos colocam em apuros. Apesar de nada ter o poder de ser tão determinante, por tudo ser um pouco, o livro ajuda a testar, imaginar e descobrir bons macetes e clarezas sobre a própria condução mental.


"O propósito da obra é expor a relevância que a pesquisa em psicologia social poderá ter em ideias para a resolução de alguns problemas que afetam a sociedade contemporânea. A maior parte dos dados analisados são baseados em experiências; as ilustrações e os exemplos, contudo, resultam de problemas sociais correntes, incluindo preconceitos, propaganda, guerra, alienação, agressão, perturbações e sublevação política. Talalidade reflete duas das preferências do autor. A primeira refere-se ao fato de que o método experimental é o melhor caminho para se compreender um fenômeno complexo. Uma das verdades indiscutíveis da ciência é que o mundo só se conhece através da sua reconstrução, ou seja, para compreendermos o que provoca o quê, devemos fazer mais do que nos limitarmos a observar; devemos ser responsáveis por formular o primeiro 'o quê' para termos a certeza de que foi realmente essa a causa do segundo 'o quê'. A segunda preferência reside no fato de que, para nos certificarmos da validade das relações causais postas a nu pelas experiências, teremos de tirá-las dos laboratórios e aplicá-las ao mundo real".

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