quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Estado de amor: como despertá-lo?


 
 
Passei dezenas de anos sem saber o que é o verdadeiro amor. Certo dia, durante um retiro de três anos com um mestre do Tibet, perguntei a um deles: “O que é amor?” Ele me respondeu: “Amar consiste em querer a felicidade de todos os seres”. Fiquei surpreso e deslumbrado com esta resposta.
 
Muitas pessoas tem momentos privilegiados em que se sentem invadidos por uma felicidade tal, que transborde os seus limites pessoais, e faz com que desejam que esta felicidade seja de todo mundo. Isto acontece nos primórdios de um namoro por exemplo, em que estamos como transportados pela felicidade e comunicamos isto para os outros, os amigos, os conhecidos. Neste período, podemos dizer que estamos em estado de amor.
 
Este, desperta quando jogamos pontes sobre as fronteiras e os limites ilusórios do nosso próprio ego, e passamos a “querer bem” ao outro. Isto pode começar com o namorado e se estender a todos seres vivos.
 
A questão é que este deslumbramento desaparece depois de um certo tempo criando saudades “daquele tempo” e ressentimentos pelo fato que não se consegue fazê-lo voltar. Como despertar e cultivar este estado de amor de modo permanente?
 
Se olharmos mais de perto o que acontece durante os primórdios de namoro vamos verificar a presença de três aspectos diferentes mas que se mantém inseparáveis quando harmoniosamente equilibrados. São eles:
O despertar da forma sexual da energia no ser humano, como impulso irresistível.
O despertar de sentimentos puros, românticos, de afeição, de ternura, de doação. Este impulso é também muito forte e irresistível como o sexo. Começa a descoberta da alma do outro e da sua própria. É uma verdadeira revelação. É o impulso de eros.
 
Despertar do amor verdadeiro como descoberta da verdadeira natureza do espírito e como vivência permanente dos valores ligados a ele, tais como a beleza, a verdade, o sagrado, o caráter maravilhoso e divino da existência, o eterno da vida.
 
Encontramos esta distinção bastante esclarecedora no livro de Eva Pierrakos. Consideramos esta obra como uma das maiores sínteses jamais escrita sobre o assunto do amor. Ela nos mostra como Eros constitui o elo entre o sexo e o amor. A força erótica precisa ser mantida pois é ela que leva ao verdadeiro amor. Excesso de atividade sexual arrisca matar Eros. “Você deve utilizar essa força de Eros como um impulso inicial, e através dela encontrar o estímulo de prosseguir por seu próprio alento. Então, disse ela, você terá atraído Eros para o verdadeiro amor”.
 
Freud já dizia que o casal que quer manter a ternura precisa limitar a frequência das suas relações sexuais. O que Eva Pierrakos está a nos mostrar é que é importante dissolver a separatividade entre sexo, Eros e amor. Sem amor a força de Eros desaparece. “É este, sem dúvida, o problema com o casamento. A maioria das pessoas não tem condições de chegar ao casamento ideal porque é incapaz de oferecer amor puro”.
 
Para manter um estado de amor, é preciso cultivar a força erótica uma vez instalada através da descoberta da alma de cada um. Estas almas tem qualidades infinitas, pois o espírito que as anima é eterno. A eternidade do espírito é a eternidade do amor divino.
 
A força criadora do sexo, se entregando a Eros, se transformará em estado permanente de amor, constantemente renovado, em força espiritual verdadeira. É uma vivência maravilhosa, ao alcance de todos os que chegaram a um certo grau de desenvolvimento espiritual.
 
Pierre Weil
 
 
State of love: how to wake him?
Published on 08.29.2012 |

I spent dozens of years without knowing what is true love. One day, during a three-year retreat with a master of Tibet, one of them asked: "What is love?" He replied: "Love consists in wanting happiness of all beings." I was surprised and amazed by this answer.Many people have privileged moments where they feel overwhelmed by such a happiness which overflows their personal limits, and makes want this happiness is for everyone. This happens in the beginning of a courtship for example, we are transported to the happiness and communicate it to others, friends, acquaintances. In this period, we can say that we are in a state of love.This awakens when we played bridges over the boundaries and limits of our own illusory ego, and passed the "wishing well" together. This can start with the boyfriend and extend to all living beings.The point is that this fascination disappears after a certain time creating nostalgia "that time" and resentment for the fact that you can not do it again. How to awaken and cultivate this state of love permanently?

If we look more closely at what happens during the early days of dating we verify the presence of three different aspects but remaining inseparable when harmoniously balanced. They are:The awakening of sexual energy form in humans, as irresistible impulse.

The awakening of pure feelings, romantic, affection, tenderness, donation. This pulse is also very strong and irresistible like sex. Begins the discovery of the soul of others and their own. It is a true revelation. It is the impulse of eros.

Awakening of true love as discovery of the true nature of the mind and living as permanent values ​​attached to it, such as beauty, truth, the sacred, the divine and wonderful character of existence, the eternal life.

We find this distinction quite enlightening book on Eva Pierrakos. We consider this work as a major overviews ever written on the subject of love. She shows us how Eros is the link between sex and love. The erotic force must be maintained because it is what leads to true love. Excess risks of sexual activity kill Eros. "You must use this strength of Eros as an initial boost, and through it to find the stimulus to continue by his own breath. Then, she said, you have attracted Eros for true love. "Freud once said that the couple who wants to keep the tenderness must limit the frequency of sexual relations. What Pierrakos Eva is showing us is that it is important to dissolve the separateness between sex, love and Eros. Without the force of love Eros disappears. "This is, without doubt, the problem with marriage. Most people can not afford to get to the ideal marriage because it is unable to offer pure love. "

To maintain a state of love, we must cultivate the erotic force once installed through the discovery of the soul of each. These souls have infinite qualities, for the spirit that animates them is eternal. Eternity is eternity of the spirit of divine love.

The creative force of sex, indulging in Eros, will become a permanent state of love, constantly renewed, in true spiritual strength. It is a wonderful experience, available to all those who have reached a certain degree of spiritual development.

Pierre Weil

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