segunda-feira, 4 de março de 2013


INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL


*Karla Júlia Marcelino


“Os problemas importantes que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de raciocínio que estávamos quando os criamos” (Albert Einstein)


RESUMO

O desenvolvimento da inteligência espiritual é possível a todos aqueles que se autodeterminam a conquistá-la, aprofundando em si mesmos a compreensão acerca do porquê de suas dualidades, limites e possibilidades existenciais. O auto-conhecimento torna-se imprescindível ao processo de espiritualização e a utilização da inteligência espiritual.


ABSTRACT

The development of spiritual intelligence is possible to all those who self-determine to win her, deepening in themselves the understanding of why their dualities, limits and existential possibilities. Self-knowledge is indispensable to the process of spiritualization.





PALAVRAS-CHAVE: Inteligência espiritual. Auto-conhecimento. Sentimento. Emoção.



KEYWORDS: Intelligence-espiritual. Self-knowledge. Feeling. Emotion.

*Graduação em Serviço Social. Atualmente exerce o cargo de Ouvidora Geral do Estado em PE, é instrutora do curso Implantação e Gestão de Ouvidoria no IRH e Gestão de Ouvidoria da Pós-Graduação na ESURP. Especialista em Gestão Governamental (Fundação Getúlio Vargas), Gestão Pública e Serviços Sociais (UFPE) e Intervenção Psicossocial à Família no Judiciário (UFPE). Mestranda do Curso Psicologia Social e Organizacional do Instituto Superior de Línguas e Administração (UNISLAPortugal). Consultora Organizacional. E-mail: karlajuliam@bol.com.br





A Inteligência Espiritual remete-se à profundidade do ser, refletindo a causa e razão de ser das coisas, partindo do princípio que não há acaso nos acontecimentos; busca, portanto, a realidade superior que não podemos escapar, enganar ou nos afastar.

“Espiritual é relativo ou pertencente ao espírito: vida espiritual” (Novo Dicionário Aurélio). Enquanto estivermos desconectados da nossa essência espiritual, permaneceremos na “superficialidade” das relações interpessoais e perdidos no turbilhão de ilusões e necessidades não realizadas, aparentando uma felicidade que longe estamos de vivenciá-la.

A auto-ilusão traduz-se num mecanismo de fuga da sua própria realidade consciencial, não suportando o ser entrar em contato com a sua própria intimidade (pensamentos, sentimentos e emoções). As nossas preocupações, distrações habituais sobre nós mesmos nos distanciam da realidade na qual estamos vivenciando experiências que deveriam traduzir-se em oportunidades de aprendizado. O processo de fuga é um mecanismo de defesa extremamente arraigado naqueles que ainda não desenvolveram sua inteligência espiritual. O vazio existencial é sinal de “dor” e no mundo ocidental tentamos preenchê-lo buscando no mundo exterior aquilo que não temos no nosso mundo interior.

Razão e emoção normalmente são contraditórias, estabelecendo conflitos conscienciais entre o que desejamos e devemos fazer. O neurocientista Joseph Le Doux nos diz que a integração entre razão e emoção poderá vir a ser o caminho do futuro. Eu concluo com a hipótese, baseada em tendências na evolução do cérebro, de que a disputa entre a razão e emoção pode finalmente ser resolvida, não simplesmente pela predominância das cognições neocorticais sobre os sistemas emocionais, mas por uma integração mais harmoniosa entre razão e paixão na mente, um desenvolvimento que possibilitará aos homens do futuro conhecerem melhor seus legítimos sentimentos e usá-los mais eficientemente na vida do dia-a-dia.

Compreende-se por consciência

atributo altamente desenvolvido na espécie humana e que se define por uma oposição básica: é o atributo pelo qual o homem toma em relação ao mundo (e, posteriormente, em relação aos chamados estados interiores, subjetivos) aquela distância em que se cria a possibilidade de níveis mais altos de integração. Faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados: uma consciência reta (novo Dicionário Aurélio).


Aprender a aprender é uma das condições fundamentais no processo de libertação interior, refletindo no aqui e agora os impactos das emoções, sentimentos e atitudes na sua própria vida. Esse aprendizado exige disciplina e estar focado nas questões que realmente são importantes, não permitindo distrair-se do que lhe é realmente essencial: você próprio. O somatório de todas as impressões internas e externas chama-se autopercepção, sendo uma atividade dos nossos sentidos.

Compreende-se por carência falta, ausência, privação. Do ponto de vista afetivo, a carência é um estado de desnutrição que pode ter tido início desde a fase da infância, advindo de


Desejos recalcados, expectativas não colimadas, frustrações não superadas; uma descompensação emocional pelas experiências traumáticas mal elaboradas, gerando episódios de conflitos e sofrimentos no automatismo da vida mental. A maior carência humana é de afeto e carinho, sem os quais ninguém se sente humanizado (Dufaux, p.81).


Nesta prisão dos sentimentos, o ser limita-se a viver na superficialidade, sem aprofundar em si mesmo a consciência espiritual imprescindível ao seu processo de autodescoberta. Sentimentos de conotação perturbadora como solidão, ciúme, dependência psicológica, baixa autoestima, complexo de inferioridade, insegurança, timidez, ambivalência sexual são decorrentes dessa prisão emocional que construímos no nível do inconsciente,empobrecendo-nos afetivamente e não se permitindo vivenciar as experiências libertadoras que proporcionam o aprendizado necessário. Neste quadro de desnutrição afetiva generalizada, poucos são os que optam pelo caminho de amar ao próximo como a si mesmo, permanecendo na condição de reféns do amor alheio, vulnerabilizando-se ainda mais numa carência afetiva que não se satisfaz. Quando optamos pelo caminho da perseverança e coragem, mergulhando na nossa intimidade consciencial com a necessária abertura de mente para descortinar as nossas contradições internas, visando o próprio processo de autolibertação, damos um passo significativo para a auto superação.
Neste sentido, a autoestima é fator determinante , quando ela se torna escassa, a criatura estará escrava de complexos de inferioridade atormentadores. Assim o processo de comunicação com o nosso semelhante se dará pela perfeita sintonia vibratória e de forma objetiva e clara, em decorrência da perfeita sintonia entre os
chakras** coronário e laríngeo (responsável pela emissão da voz). Conforme nos diz Hammed (2000 p. 180).


Na vida não existe fatalidade, apenas sintonia. Não precisamos ser exatamente iguais aos outros, basta termos afinidade para que ocorra o fenômeno da atração magnética.


**Chakras vem do Sânscrito e significa "roda de luz". Os Chakras são centros de energia, que representam os diferentes aspectos da natureza sutil do ser humano. São eles: corpo físico, emocional, mental e energético. Os sete principais Chakras ficam localizados ao longo da coluna vertebral do corpo humano e, segundo a Tradição Hindu, seguem as cores do arco-íris.

  
À medida que o ser humano evolui sua alma amplia-se, desobstruindo barreiras e ampliando sua consciência, consequentemente, sua espiritualização. Superando em si mesmo as trevas da ignorância, alcança novos patamares de compreensão acerca da sua  unicidade com o universo, descobrindo as forças espirituais que é portador e colaborando efetivamente para o seu próprio processo de iluminação interior. O autoconhecimento é um processo gradativo e deverá ser exercitado ao longo da existência. Ele possibilitará desenvolver uma coerência interna sobre nossos sentimentos e pensamentos, mediante seu poder transformador, à longo prazo, das nossas vulnerabilidades em pontos fortes, ou seja, nossos temores transformam-se em coragem, nosso sofrimento em evolução. O desenvolvimento da inteligência espiritual é possível a todos aqueles que se auto-determinam a conquistá-la, aprofundando em si mesmos a compreensão acerca de suas dualidades, limites e possibilidades existenciais.


REFERÊNCIAS


.Bowell, Richar A. As sete etapas da inteligência espiritual: a busca de propósito,sucesso e felicidade.Rio de Janeiro:Qualitymark, 2005.
.Dufaux, Ermance de La Jonchére. Mereça ser feliz: superando as ilusões do orgulho.Belo Horizonte:INEDE,2002, p.81.
.Hammed. A imensidão dos sentidos. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2000, p.180.







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