terça-feira, 24 de março de 2015

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24/03/2015 - Superesportes

Custou R$ 743 milhões
Valor gasto para erguer a Arena Pernambuco foi R$ 264 milhões mais alto do que no contrato original. Estádio foi o 4º mais caro da Copa

Após quase dois anos, enfim a resposta sobre o custo de construção da Arena Pernambuco. Para erguer o empreendimento em São Lourenço da Mata foram gastos R$ 743 milhões, em um número que ainda precisa ser validado por uma câmara de arbitragem estabelecida pelas partes envolvidas na parceria público-privada. O valor é 55% acima do contrato original, o que acabou transformando o estádio no 4º mais caro do último Mundial. No acordo da licitação, a preço de maio de 2009, a obra foi orçada em R$ 479 mihões, com o objetivo de colocar o estado na Copa do Mundo de 2014. No entanto, a antecipação da obra em oito meses, a pedido do governo do estado visando a presença local em outro torneio da Fifa, a Copa das Confederações de 2013, gerou uma revisão no contrato, com os chamados “aditivos”. E esse pedido de reequilíbrio financeiro feito pela Odebrecht foi de R$ 264 milhões, num dado agora público.
A medida extra na PPP teve quatro itens, incluindo aceleração da obra (R$ 190 milhões), exigências adicionais da Fifa no caderno de encargos (R$ 47,5 milhões), ressarcimento de impostos (R$ 23 milhões) e encargos financeiros (R$ 3,5 milhões). O valor absoluto foi repassado ao Superesportes pelo vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, ao comentar a coluna publicada na edição de ontem (“Arena PE custou R$ 479 milhões. Acredita? Nem eu”).
Questionado sobre a soma do contrato original com o pedido de reequilíbrio, como o valor final da obra, Raul Henry respondeu da seguinte forma: “É uma questão técnica esse valor, que ainda será analisado. Mas, pela ótica da Odebrecht, seria esse sim”, disse, de forma sucinta. O vice-governador explicou que a câmara de arbitragem a ser instalada, ainda sem prazo, terá três membros, sendo um indicado pelo estado, um pela construtora e outro em conjunto pelas duas partes. Somente com esta análise será possível oficializar o montante.
Em relação ao fato de a Odebrecht ter entregue ao Tribunal de Conta do Estado um relatório informando apenas o custo original (R$ 479 milhões), Raul Henry defendeu o ato, pois o contrato original com a empresa de fato não exigia uma planilha de custos unitários, conforme exigido pelo TCE-PE, mas os seus recursos na obra (como guindastes utilizados, operários contratados etc). Em setembro de 2014 houve o primeiro pedido, mas não foi criada a câmara necessária. “Será feita a instalação de uma câmara de arbitragem para submeter todos os gastos. Temos que conduzir com responsabilidade e transparência. Nós já estamos conversando com o Tribunal de Contas. Já tivemos mais de uma reunião com o conselheiro e sua equipe. Vamos ter uma atitude construtiva em relação a isso”, afirmou.
O estado já pagou R$ 388 milhões pela construção e este ano pagará pagará mais uma parcela, de R$ 130 milhões. O possível custo final não considera os reajustes através do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), normal em obras do tipo, e os juros dos bancos, nos empréstimos tomados para executar a obra.

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