terça-feira, 24 de março de 2015



Existe em torno do fenômeno de Desdobramento uma dúvida entre os estudiosos do assunto. Uns dizem que ao exercitar o Desdobramento, o corpo perispiritual não acompanha o espírito, e que, o que ocorre é apenas uma projeção mental.

Porém, uma projeção mental só pode ocorrer quando o ponto para onde nos projetamos é de nós conhecido, então fica a pergunta: como poderei projetar-me mentalmente para um lugar que ignoro?

A projeção mental está limitada a condições especiais, por exemplo: uma delas ocorre quando uma pessoa, estando muito preocupada com alguém que lhe é familiar, projeta-se mentalmente na direção desse alguém e a sua presença poderá até ser registrada através de sensações ou até mesmo visualizando a imagem mental projetada.

Isso não significa que tal projeção seja um corpo de manifestação, pois sabemos que só através do perispírito é que podemos nos manifestar no plano espiritual.

Conheço um caso que retrata muito bem essa realidade: uma mãe, todas as noites, ao deitar-se, ora pela sua filha que dorme no quarto ao lado, mentalmente ela imagina sua filha no leito e a acaricia enquanto ora, por várias vezes, pela manhã, a filha perguntou-lhe: Mãe, a senhora esteve no meu quarto ontem à noite?

Isso é uma projeção mental intensa, cuja percepção aconteceu através da sensação que a filha teve de que sua mãe alí estava. Não houve uma interação ou conversação entre elas, fato que só poderia ocorrer se as duas estivessem em Desdobramento durante o sono.

Através da projeção mental podemos nos fazer sentir sómente nos ambientes e nas pessoas que conhecemos. É óbvio que mentalmente não podemos percorrer um espaço ou lugar desconhecido, e ou investigar qualquer particularidade desse lugar, muito menos interagir com pessoas mesmo que sejam de nós conhecidas.

É importante que ressaltemos que o perispírito é o elemento intermediário que possibilita a manifestação física e espiritual da mente, sua essência é maleável, etérea, e obedece ao domínio mental que exercemos sobre ela, não está subordinada às leis da física à que se submetem os corpos sólidos.

Sua capacidade de expansão e retração diferem muito da dilatação da matéria densa exposta às intempéries. A energia que o constitui está em estado plasmático e vibra segundo o que o espírito pensa e sente, isso é, o que lhe dá forma e a sutilidade ou densidade.

Com ele, o espírito se manifesta no plano espiritual e viaja no espaço afora, mesmo estando ligado ao corpo físico quando reencarnado, possibilitando o fenômeno do Desdobramento.

Segundo Allan Kardec, enquanto estivermos ligados ao planeta Terra, estaremos ligados a esse maravilhoso equipamento que se ajusta e se amolda às novas características evolutivas que vamos alcançando.

Sua elasticidade e maleabilidade obedece às necessidades do espírito, tal é, que podemos percorrer longas distâncias indo a lugares inimagináveis sem perdermos o contato com o nosso corpo, o qual é mantido através de um liame que, na verdade, é uma dilatação do corpo perispiritual e serve como condutor eletromagnético por onde transitam as nossas ondas mentais que nos prendem ao compromisso reencarnatório.

É assim que se dá o Desdobramento, embora todos nos desdobremos durante o sono, poucos são os que conseguem interagir de forma consciente com esse fenômeno trazendo as lembranças para o plano físico.

Não aconselhamos a ninguém tentar desdobrar-se de forma aleatória, ou seja, sem um objetivo elevado, pois poderá estar diante de situações constrangedoras. Não podemos esquecer que vivemos em um mundo de expiações e provas, e que, o plano vibratório imediato ao plano físico, pode nos reservar experiências desagradáveis.

Quando se torna importante para a nossa evolução, tomarmos conhecimento de um fato através de um Desdobramento, com certeza, nossos amigos espirituais estarão monitorando nossa saída do corpo conduzindo-nos ao lugar certo e na hora certa, poupando-nos de vivenciarmos experiências constrangedoras e desnecessárias ao nosso aprimoramento.

Quanto ao projetar-se mentalmente, é importante para trabalharmos a cura e o auxílio à distância, pois assim, ao projetar-nos diante da pessoa, estaremos impregnando-a com o nosso magnetismo de amor e de fraternidade.

Fonte: Revista Espírita Além da Vida nº 12 (Nelson Moraes)


Rui Fernandes Morgado
Santo Andre´-SP



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